sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ODÚ IFÁ




ODÚS

DIZ-SE QUE, NOS PRIMÓRDIOS DOS TEMPOS, NÃO EXISTIA SEPARAÇÃO ENTRE O CÉU E A TERRA (ORUM-AIYÉ) E QUE HAVIA UMA CONVIVÊNCIA ÍNTIMA ENTRE OS ORIXÁS E OS SERES HUMANOS; TODOS PODIAM IR AO ÓRUM E VOLTAR QUANDO DESEJASSEM. PORÉM UM CERTO DIA, O HOMEM DESONROU SEU COMPROMISSO COM ÓLORUM, PECOU CONTRA O SUPREMO AO TOCAR O QUE NÃO PODIA SER TOCADO. E ASSIM, O MESMO DIVIDIU O CÉU E A TERRA. O PRIVILÉGIO DA LIVRE COMUNICAÇÃO DESAPARECEU EM TROCA DAS DIFERENTES FORMAS ORACULARES ESTABELECIDAS E LEGADAS POR ORUNMILÁ.

Odús (signos de Ifá), são presságios, destinos, predestinação. Os odús são inteligências  que participaram da criação do universo; cada pessoa traz um odú de origem e cada orixá é governado por um ou mais odús. Cada odú possui um nome e características próprias e dividem-se em "caminhos" denominados "ese" onde está atado a um sem-número de mitos conhecidos como itàn Ifá.

Os odús são os principais responsáveis pelos destinos dos homens e do mundo que os cerca.Os orixás não mudam o destino da vida e sim executam suas funções dentro da natureza liberando energia para que todos possam dela se energizar e encontrar seu caminho,O odú é o caminho, a existência do destino o qual o orixá e todos os seres estão inserido.Alguém já escutou a seguinte frase ?-com o destino não se brinca...-sua vida esta escrita...-seu destino já estava escrito...E muitas outras frases populares que refere-se a odú.Cada pessoa pode ir de encontro ou seguir um caminho alheio ao destino estabelecido,  neste caso seu destino e sua conduta fogem as regras siderais (seguiu um caminho diferente dentro do estabelecido). Geralmente nestes casos, as mesmas tentem a sofrer decepções em sua vida em geral (amor, trabalho,família, saúde, mortes prematuras, etc) São nesses casos que a espiritualidade pode ajudar, porém tudo que é natural e de conformidade com o destino, não deve ser modificado. Nós quando nascemos, somos regidos por um odú  que representa nosso "destino" assim como o nosso caminho. 
Através de ifá, podemos averiguar o porque das situações serem adversas as de sua vontade e se a mesma está em um caminho diferente ao destinado ou escolhido.

O destino das pessoas e tudo o que existe podem ser desvendados por meio da consulta a ifá, o oráculo, que se manifesta pelo jogo. Ifá tem seu culto específico e o mais alto cargo do culto de ifá é o de Olwo, título concebidos a alguns babalaôs. Ifá é o orixá da adivinhação e para tudo  deve ser consultado. Existem alguns tipos de jogo utilizado por Babalorixás e Ialorixás que não são os mesmos métodos do opelé ifá (utilizado pelos babalaôs em consulta a Ifá), como  o rosário de ifá, o jogo de búzios (meridilogun), etc.No jogo de búzios (mais comum meridilogun) quem fala é exú, são dezesseis búzios que podem ser jogados também pelos babalorixás e yalorixás. A consulta a ifá é uma atividade exclusivamente masculina, mas as mulheres passaram a poder pegar nos búzios porque oxum fez um trato com exu, conseguindo dele permissão para jogar. O jogo de opelé ifá baseia-se num sistema matemático, em que se estabelece 256 combinações resultantes dos 16 odús usados no jogo de búzios multiplicado por 16. Nada se faz sem que antes se consulte o oráculo, quanto mais séria a questão a ser resolvida, maior a responsabilidade da pessoa que faz o jogo. Narram algumas lendas que ifá girou pelo mundo, deixando legados e ensinamentos a vários povos de como manter comunicação com os deuses no órun (céu), passando pelos árabes onde não foi aceito e vindo a se estabelecer definitivamente na áfrica, junto aos povos iorubás onde manteve seu legado ensinando aos sacerdotes como restabelecer a comunicação com seus antepassados. Assim ,aperfeiçoando um dos mais avançados métodos de consulta existente.

FESTIVIDADE.


OLÁ MEUS AMIGOS E AMIGAS

Sábado agora 27/11 só para lembrar, é a festa da Pombogira Rosa Vermelha, na CASA DE CULTURA AFRO-BRASILEIRA ODÉ OJÚ OMÍM - Osasco SP - Casa de meu Zelador de Santo.
Sintam-se convidados, qualquer coisa me liguem, 13-9124-4899 / 13-8100-4081
ou no msn- lord.nino@hotmail.com / babaojuina@hotmail.com.
Desde já agradeço a atenção,
Asé.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Folhas Sagradas


Olá pessoal, olha ..... eu não estou aqui para montar site com explicações de orixás e esse tipo de coisa que encontramos em variedades porai ..... aqui vou postando curiosidades do Dia-a-dia dentro de nossa religião ok, Obrigado e boa tarde a todos vcs.




Algumas considerações sobre as Folhas Sagradas(Ewé)

Ko si ewé kosi Orisa
"Sem folhas não há Orisa"

Desde os tempos antigos e remoto ouvimos dizeres, sortilégios, bem feitos com nossas Ervas Sagradas, temos referências de muitas em nossas vidas atribuídas em tudo que passamos a Ingerir, digerir, sentir, tais sensações despertam diversas sensações, como Bem-estar, vibrações que passam por nossos músculos a cada sentido que se choca com nosso corpo físico, sim a Energia da Natureza, a Energia do Orisa, a energia do Mundo.

Existem diversas folhas com diversas finalidades e combinações, nomes e considerações dos nomes, fato que muito impressiona a quem as manipulam dentro de Asé. Temos que ter muitas consciência de como usá-las para que não sejamos pegos de surpresa por energias que são invocadas quando a maceramos, quando colocamos o sumo da Erva em contato com nosso corpo,  quando a colhemos.

Ewé, assunto este muito diversificado, muito delicado porque cada nação traz seu ritual porém folha é para mesma finalidade, trazer energias boas e positivadas, tirar energias ruins e maléficas em muitos casos, trazer resposta de algo se é necessário para o individuo que a usa.

Abaixo aqui deixo alguns de meus conhecimentos em Ewé e que Ossanyin ouça sempre nossas Aduras (Rezas):



Nome Yorubá- Àbámodá Nome científico - Bryophillum calcinum/ Kalanchoe pinnata Nome popular- Folha da Fortuna, folha grossa, Milagre de São Joaquim
Considerações: Usadas em Cerimônias em Ilè Ifé, Terra de Ifá, para Obatalá e Yemowo conhecidas nas terras de Orisas como Erun odundun, Kantí-Kantí, Kóropòn segundo Pierre Verger.

Alguns de seus nomes tem significado importante, Àbámodá significa "o que vc deseja vc faz",mas caso necessária para outras atribuições como substituta do Odundun (Folha-da-Costa), deve ser chamada  erú odundun cujo nome significa "Escravo de Odundun", é uma folha muito positiva e considerada de muito prestígios pelos adeptos, em suas folhas nascem brotos nas bordas cujas este representam sinal de prosperidade, fato esse de ser importante na composição do Àgbo.

No Brasil considerada do Orisa Sango por muitos Zeladores porém muitos a usam para os Orisas Funfun Como Osala e Ifá.

Uso medicinal- Diurético e sedativa, combate nevralgias, encefalias, dores de dente afecções das vias respiratórias, externamente contra doenças de pele, feridas. furúnculos, dermatoses em geral .



Nome Yorubá-Ajobi, Ajobi Pupá, Ajobi oilé Nome científico- Schinus therebenthifolius Nome popular- Aroeira-comum, aroeira vermelha, pimenta do Peru
Considerações:
Encontradas em regiões nordeste sudeste e Sul, nos candomblés jeje-nagôs são usadas nos sacrifícios de animais quadrúpedes forrando-se o chão com ela, agrada muito o Orisa para o sacrifício. As Crenças enraizadas dizem que pela manha esta Ewé pertença a Ogun a tarde pertença a Esu e ainda sirva para vestir Ossanyin. Seus galhos são utilizados para ebós e sacudimentos.

uso na medicina: Anti-Reumático,sua resina serve para combater bronquites crônicas casca quando cozida, indicada contra feridas, tumores , inflamações em geral, corrimentos e diarréias.



Nome Yorubá-Ajobi Funfun, Ajobi jinjin Nome Científico- Lithaea molleoides
Nome Popular-Aroeira branca, aroeira de fruto do mangue, aroeirinha.


Considerações:
Encontradas nos estados do nordeste ao sul principalmente, usada em sacudimentos, sendo considerada uma folha gún( quente), utilizadas em banho de descarrego porém seu uso é muito restrito pois não se deve levar esta folha a cabeça para banho. Em algumas casas é proibido seu uso pois dizem as crenças, que está folha desprende emanações perigosas a quem dela se aproxima necessitando uma cautela significativa para colhê-la, reações, como perturbações na pele e nos olhos,

Uso na medicina:

Excitante e diurética , o cozimento da casca serve para combater diarréias infecções das vias urinarias.....

Algumas informações tiradas do livro de Estudo Ewé Orisa de José Flávio Pessoa de Barros, conhecedor nato das folhas.



Nome Yorubá- Akòko Nome científico- Newboldia laevis Seem Nome popular-Acoco
Considerações:
Origem África, considerada arvore abundante, provedora de Propriedade, assim diz as explicações no livro Ewé Orisa de José Flavio Pessoa de Barros, Atribuída ao Orisa Ossanyin e Ogun, esta Arvore na África acomoda em suas sombras assentamentos do Orisa Ogun onde seu culto é Extenso ,na cidade de Iré .

Também usada no culto aos Ancestrais goza de muito prestigio em nossa Religião.



Nome Yorubá- Amúnimúyè Nome científico- Centratherum punctatum Nome popular- Balainho de velho, perpétua
Considerações:
“Planta considerada misteriosa devida atribuição de seu nome cujo “significa “ apossa-de de uma pessoa e de sua Inteligência”, por isso usada na iniciação e no agbò de Orisa seu objetivo facilitar o transe do Iyawo que está pra nascer, porém esta folha detém este nome pela relação que tem com uma Lenda e que Ossanyin da um preparo para Ossossi beber, no qual depois caiu em um esquecimento profundo passando acima morar nas matas com Ossanyin. Ressalto que este preparo vai muitos outros ingredientes no entanto está Ewé seria considerada indispensável junto a outras.



Nome Yorubá- Apáòká Nome científico- Artocarpus integrifolia Nome popular- Jaqueira
Considerações:
No livro Ewé Orisa esta arvore de Origem Indiana medra em diversas regiões inclusive  África e Brasil.

Apáòká significa Opa= cajado, cetro+ Oká= serpente africana, nome de uma entidade fito mórfica considerada a mãe de Osossi, cultuada em uma Jaqueira.É uma arvore Sagrada, suas folhas são usadas para assentar Esú e em banhos para os filhos de Sango, porém seus frutos não devem ser consumidos por esses iniciados

Seu nome na África Tapónurin cita Verger.

uso medicinal: Os caroços  da Jaca  assados ou cozidos são afrodisíacos, a folha é usada como  estimulante, antidiarréico, antiasmático e expectorante.

Citação de Joje Flávio Pessoa de Barros.



Nome Yorubá- Étipónlá Nome cientifica- Boerhaavia difussa L. Nome popular- Erva Tostão, bredo de porco, pega pinto, tangaraca
Considerações:
Encontrada em todo território nacional atribuída a Sango e Oya goza de grande prestígio nos terreiros como planta "contrafeitiços", ao atribuí-la ao banho deve se ter cautela pois em demasia pode provocar reações alérgicas no corpo.reverenciada  nos rituais de folha com korin  (Ifá owó ifá omo, Ewé Étipónlá 'Bà Ifá orò' cujo significado diz:" Ifá é dinheiro, Ifá são filhos, a folha de Étipónlá é abençoada por Ifá "

uso medicinal: combate afecções renais e das raízes desta Planta se faz um vinho que é diurético  e regularizador  das funções hepáticas.



Nome Yorubá- Ewé Ogbó Nome cientifica- Periploca nigrescens Nome popular- Cipó-de-leite, orelha de macaco, folha de leite, Rama de leite.
Considerações:
Planta trazida do continente africano pelo povo Nagôpara o Brasil, encontra-se em florestas sombreadas ou nos próprios terreiros de Candomblé.

Todos os iniciados podem usá-la sem restrição porém seu dever que é tirar a consciência do filho de santo só é ativado quando combinados com outras folhas.

Dizem os mais velhos que a estória dos Orisas narra esta folha como a primeira a se liberada por Ossanyin quando se fez o Vento de Oya, passando a ser folha de Ossossi porém em algumas outra nações ela é quista com folha principal de Osala, citação de minha pessoa.

Uso Medicinal: Tratar Epilepsia. Outros nomes que são atribuídos a ela são, Ogbó funun, Ogbó pupa, Asogbókan, Asóbomo e gbólogbòlo, cita Verger.


Nome Yorubá: Ewé Ojúùsajú Nome cientifico: Petiveri Alliacea L.
Nome Popular: Guiné, guiné pipiu, erva-guiné, erva de alho.


Considerações:
Folha encontrada em todo território nacional, porém Verger diz que está Ewé foi levada do Brasil para Nigéria.

Usada para defumações e sacudimentos de pessoas e de casas cujo ação é contra Eguns e "Esus" negativos e em banhos para lavar fios de conta e até cabeça de filhos de santo, atribuída a Ossossi e a caboclos.

Na África usada por Babalawos  para combater feitiços e obter respeito de "Yami" cita Verger.

Os filhos de Osala e Yemonja em cuba são proibidos de usar esta folha, pois é considerada  Ewó em suas origens.

Uso medicinal:

Contra dores de cabeças, enxaquecas, nervosismo e falta de memória, porém em muita quantidade pode atingir as vistas  chegando provocar até perda da visão pois é uma Ewé tóxica principalmente a Raiz.

A Tintura que se obtém desta Ewé tem uso externo em fricções no combate a paralisia  em geral e reumatismo e a raiz usada contra dor de dente.

Salvo Professor José Flavio Pessoa de Barros


Nome Yorubá- Ewé Lárà Funfun Nome cientifico- Ricinus communis L. Nome popular- Mamona, Mamona Branca, mamoneira, Palma de Cristo.
Considerações:
De origem Africana que era encontrada no Antigo Egito. Ocorre com muita fartura em todo território nacional.

Folha com diversas finalidades nas festividades como Olubajé ritual de Obalwuayie, Sassanhe, Ebós etc...

Atribuída a Osala é uma folha muito usada pelos adeptos, sendo indispensável em alguns rituais.

Uso medicinal:

As folhas cozidas com sal podem aliviar o inchaço dos pés, e contra prisão de ventre uma vez que esta Ewé possui uma semente que paralelamente é absorvido dele o óleo de Rícino, é purgativo

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

HOMENAGEM AO MEU AMIGO LELEKO DA BAHIA.

MEU AMIGO, ADOREI O RECADO QUE VC POSTOU NO MEU ORKUT .... ASSIM RESOLVI POSTAR AQUI NO BLOG TB OK.


ABAIXO SEGUE AS DITAS DE MEU AMIGO LELEKO, LELEKO MUITO ASÉ PRA VC NEGO.




ESÚ O PRIMEIRO A SER REVERENCIADO E Q NUNCA DEVE SER ESQUECIDO, 
O MENINO, O BRINCALHÃO, O GUARDIÃO, O INOCENTE
AQUELE QUE ERRONEAMENTE IGUALADO AO DIABO
NA AFRICA NAO EXISTE DIABO, NEM SATANÁS, NEM LUCIFER
POR INFLUENCIA DA IGREJA E POR PRECONCEITO O ESU 
E O CANDONBLÉ HJ É DESCRIMINADO
A ESU EU DEVO RESPEITO, CARINHO, E ATENÇÃO 
ESÚ É AQUELE Q VAI EM QUALQUER LUGAR E EM QUALQUER MOMENTO
NAS PIORES HORAS ONDE SEI Q NÃO DEVO CHAMAR MEU ORIXA
É ESU QUE VOU INVOCAR
ELE NÃO TEM LIMITES, ESU É CAMINHO AQUELE QUE JUNTO COM OGUN VENCE AS GUERRAS
AS DEMANDAS DOS INIMIGOS O GUARDIÃO DA MINHA PORTA
DA MINHA VIDA, DOS MEUS CAMINHOS DAS MINHAS PASSAGENS
MEU ADVOGADO ESU É AQUELE Q DIZ SE VC QUER O BEM, BEM VC VAI TER
SE VC QUER DESEJAR O MAL OS SEUS PRIMEIROS VÃO CHEGAR
NUNCA PEÇA O MAL A ESU E SIM JUSTIÇA
ESU NÃO É MALDADE ESÚ É JUSTIÇA

"LELEKO"


NÃO SOU PRETO, BRANCO OU VERMELHO
TENHO AS CORES E FORMAS QUE QUISER.
NÃO SOU DIABO NEM SANTO, SOU EXU!
MANDO E DESMANDO,
TRAÇO E RISCO
FAÇO E DESFAÇO.
ESTOU E NÃO VOU
TIRO E NÃO DOU.
SOU EXU.
PASSO E CRUZO
TRAÇO, MISTURO E ARRASTO O PÉ
SOU REBOLIÇO E ALEGRIA
RODO, TIRO E BOTO,
JOGO E FAÇO FÉ.
SOU NUVEM, VENTO E POEIRA
QUANDO QUERO, HOMEM E MULHER
SOU DAS PRAIAS, E DA MARÉ.
OCUPO TODOS OS CANTOS.
SOU MENINO, AVÔ, MALUCO ATÉ
POSSO SER JOÃO, MARIA OU JOSÉ
SOU O PONTO DO CRUZAMENTO.
DURMO ACORDADO E RONCO FALANDO
CORRO, GRITO E PULO
FAÇO FILHO ASSOBIANDO
SOU ARGAMASSA
DE SONHO CARNE E AREIA.
SOU A GENTE SEM BANDEIRA,
O ESPETO, MEU BASTÃO.
O ASSENTO? O VENTO!..
SOU DO MUNDO,NEM DO CAMPO
NEM DA CIDADE,
NÃO TENHO IDADE.
RECEBO E RESPONDO PELAS PONTAS,
PELOS CHIFRES DA NAÇÃO
SOU EXU.
SOU AGITO, VIDA, AÇÃO
SOU OS CORNOS DA LUA NOVA
A BARRIGA DA RUA CHEIA!...
QUER MAIS? NÃO DOU,
NÃO TOU MAIS AQUI.



LELEKO:





Sociedade Africanas / Iyami


Os mortos do sexo feminino recebem o nome de Ìyámi Agbá (minha mãe anciã), mas não são cultuados individualmente. Sua energia como ancestral é aglutinada de forma coletiva e representada por Ìyámi Oxorongá chamada também de Ìyá NIa, a grande mãe.
Esta imensa massa energética que representa o poder da ancestralidade coletiva feminina é cultuada pelas "Sociedades Gëlèdé", compostas exclusivamente por mulheres, e somente elas detêm e manipulam este perigoso poder.
O medo da ira de Ìyámi nas comunidades é tão grande que, nos festivais anuais na Nigéria em louvor ao poder feminino ancestral, os homens se vestem de mulher e usam máscaras com características femininas, dançam para acalmar a ira e manter, entre outras coisas, a harmonia entre o poder masculino e o feminino .
Além da Sociedade Gëlèdé, existe também na Nigéria a Sociedade Oro. Este é o nome dado ao culto coletivo dos mortos masculinos quando não individualizados. Oro é uma divindade tal qual Ìyámi Oxorongá, sendo considerado o representante geral dos antepassados masculinos e cultuado somente por homens. Tanto Ìyámi quanto Oro são manifestações de culto aos mortos. São invisíveis e representam a coletividade, mas o poder de Ìyámi é maior e, portanto, mais controlado, inclusive, pela Sociedade Oro.
Outra forma, e mais importante, é culto aos ancestrais masculinos é elaborada pelas "Sociedades Egungun". Estas têm como finalidade elaborar ritos a homens que foram figuras destacadas em suas sociedades ou comunidades quando vivos, para que eles continuem presentes entre seus descendentes de forma privilegiada, mantendo na morte a sua individualidade.
Esses mortos surgem de forma visível mas camuflada, a verdadeira resposta religiosa da vida pós-morte , denominada Egun ou Egungun. Somente os mortos do sexo masculino fazem aparições, pois só os homens possuem ou mantêm a individualidade ; às mulheres é negado este privilégio, assim como o de participar diretamente do culto.
Esses Eguns são cultuados de forma adequada e específica por sua sociedade, em locais e templos com sacerdotes diferentes dos do culto dos Orixás. Embora todos os sistemas de sociedade que conhecemos sejam diferentes, o conjunto forma uma só religião: a  dos Yorubás.

Iyami



A virtude de poder trazer filhos ao mundo que têm as mulheres, um fato quase mágico, maravilhoso que as acerca ao divino, é e foi também motivo de temor em muitos povos antigos, algo que era inexplicável, pelo qual as mulheres sempre foram vistas como possuidoras de certo poder especial.
Fala-se da famosa "intuição feminina", mas mais do que nada, em todas as culturas há uma tendência a transformá-la em "bruxa", no sentido de crer que tem poderes inatos para comunicar-se com forças além do alcance do entendimento do homem. O mito da "bruxa" que voa na vassoura acompanhada por pássaros macabros é quase mundial, com pequenas diferenças segundo o lugar do mundo do qual falemos.
Também se relaciona a fecundidade com o misterioso sangue menstrual, que é a marca que pauta a conversão da menina numa mulher, daí em mais será considerada também uma Iyami, aquela que em qualquer momento deixará de ter a regra, inchando-se o ventre, revelando que tinha em seu interior a "cabaça da existência", o caminho pelo qual todos vêm do Orun para o Aye. Mais para confirmar dita transformação em "mulher", levam-se a cabo os "ritos de passagem" nos que as meninas-mulheres estarão isoladas durante vários dias, alimentadas e vestidas de um modo especial, onde conhecerão todos os segredos relacionados com as mulheres, os que serão devidamente dados pelas anciãs de sua comunidade.
Os ritos assegurarão entre outras coisas que seja possuidora de uma "cabaça” fértil e o alinhamento de seu lado espiritual feminino com seu corpo, convertendo-a numa mulher em todo sentido. Há ao final uma apresentação em público das garotas que deixaram atrás a etapa da meninice, para que os homens lhes tenham em conta no momento de querer escolher uma esposa.

A palavra Iyami por si só, em realidade não identifica à mulher com o lado escuro de seu poder, muito pelo contrário é um modo de exaltar e homenagear sua capacidade de engendrar apelando a seu lado protetor maternal, pois significa: "Minha mãe". Esta forma de referir-se a qualquer mulher expressa um sentido de reverência àquela que serve de ponte entre os antepassados e os vivos, bem como também reflete seu importante papel maternal. Desse modo todas as divindades femininas são chamadas também Iyami, mais não no sentido de "bruxas" senão por tratar-se de uma homenagem verbal às grandes MÃES ESPIRITUAIS.  
Embora a mulher seja fértil (ao menos em teoria por ter a regra), não se lhe considera apta para encarregar-se de certos aspectos importantes dentro das religiões africanistas, por muitos motivos, os principais não podem revelar-se aqui por tratar-se de um conhecimento que só devem possuir sacerdotes que adquiriram certo status na comunidade. Mais algumas razões práticas têm a que ver com o atendimento constante que requer o culto e uma mulher não pode dedicar-se por inteiro ao mesmo já que segue tendo a regra, pois devem abster-se do contato com as divindades durante esse período e no caso de ficar grávida, durante os últimos meses, o parto e a posterior quarentena (sem contar que depois por vários meses todo seu atendimento deve ser para o bebê).
Quando se fala de Iyami Osoronga  muda bastante o conceito antes exposto, pois se refere ao mito sobre o poder feminino associado às AVES a partir de certas espécies que atracaram a mente do homem por sua rareza ou comportamentos macabros. Ainda que também não isolado das mulheres ou dos Orisas o mito Iyami se relaciona com estas por seus estômagos, mais precisamente com seu útero, ao qual sempre nos referimos como Igba Iwa (a cabaça da existência). Trata-se da comparação metafórica entre um ovo fecundado e a barriga da mulher grávida, onde se costuma dizer que a mulher tem o “poder do pássaro encerrado na cabaça”.
No útero da mulher não se vê a simples vista ao bebê, mas sim se sentem seus movimentos, enquanto no ovo (de uma galinha, por exemplo) não se aprecia o movimento, mas se pode ver a depois de luz ao filhote, em ambos os casos se pode apalpar a fecundidade e o surpreendente poder "mágico" que isto implica.

O mito Iyami Aye então, não é o culto às mulheres bruxas nem às aves macabras, senão que é a associação mágica e metafórica entre o poder feminino da fecundação e o poder místico de algumas aves noturnas (principalmente) que somado a certos temores e sentimentos negativos dos seres humanos cria no espaço etéreo os Espíritos Coletivos das Eleye (donos das aves) ou Iyami Aje (Minha mãe feiticeira) ou mesmo Iyami Osoronga, todas estas denominações que aludem ao mesmo.
Estes espíritos são impessoais, nunca tiveram corpo humano nem o terão, fazem parte do homem e a natureza ao mesmo tempo, espécie de "parasitas" que aparece junto com o homem no mundo por causa de sua existência, não têm consciência, são alimentados pela idéias malignas e os temores, por isso se tornam consideravelmente perigosos no plano astral. Podem ter sexo masculino ou feminino e sempre vem em casal, representando o equilíbrio, a dualidade existente em todos os planos, inclusive no de nossos próprios temores mais escuros.
A crença popular yoruba se crê que têm forma humanóide com plumas, mais nunca se representam em imagens ou gravuras, só se intui seu poder através dos pássaros, os que majoritariamente são usados como símbolos nas bengalas metálicas (osun) dos Babalawos ou nas coroas dos Obas, representando que o possuidor tem a autoridade para acalmar-lhes e que para ganhar tal titulo primeiro teve que render homenagem ao Poder Feminino. As Iyami Aje atuam sob a supervisão de Oso e têm estreita relação com outros Orisa como Ogun que é o dono dos sacrifícios e quem provê o sagrado líquido pertencente à Eléye .
Quando há uma influência negativa por parte dos Eleye masculinos se diz que são os Oso quem estão trabalhando na contramão da pessoa, ainda que nunca haja um culpado externo responsável destes ataques, pois em verdade sempre é a própria pessoa que muitas vezes ganha "o castigo" através de seu comportamento. As Eleye  são executoras da lei num sentido inverso, isto é, procurar o bem a partir do mau. Toda pessoa que tenha certa inclinação às características negativas para os demais está alimentando estas forças e ao mesmo tempo antevendo o mau perigosamente, o que em longo prazo  faz com  que a própria energia negativa da pessoa se converta em seu próprio juiz, Iyami Osoronga posará suas patas em cima de sua cabeça. 
Não há nenhum ebo capaz de vencer o trabalho destes Espíritos, o único que se pode no máximo é apaziguar-lhes e isso é porque "vivem" em nossas entranhas, em estado latente. Sua função se torna importante, pois apesar de ser "inimigas" das pessoas tendem a regular o comportamento do Ser Humano através de seus medos. Quem deseja que Iyami Osoronga não se torne um obstáculo em sua vida deve frear os sentimentos de inveja, ciúmes, rancor, bem como qualquer pensamento negativo para seus semelhantes. Crê-se que as Iyami se reúnem em assembléia numa mesa presidida por  Oso , onde  se conspiraria e especularia sobre as maldades a realizar enviando os Ajogun após o questionamento se foi feito  ou não os *ebo marcados por Babalawos através de Ifa, deste modo servem de reguladores do comportamento frente às dívidas geradas ante as divindades, por causa de ter rompido o equilíbrio existente de alguma maneira seja numa vida anterior ou na presente.
A Iyami Aye pertence toda sangue derramado na terra e também são quem controlam o sangue menstrual a que quando aparece revela a presença próxima destas criaturas, o que explicaria as dores típicas e o comportamento histérico que costuma ter as mulheres nessa etapa. Isto também é outra razão pela qual nos sacrifícios para Orisa o sangue não deve tocar a terra - existindo um método ritual que evita isso - e por que a mulheres com sua regra devem manter-se afastadas do culto. Ao suceder qualquer das duas coisas ou ambas, seria um tabu e a cerimônia estaria quebrada, devendo conferir ao oráculo por alguma solução.

Costuma-se oferecer-lhes preferencialmente as vísceras, pois se considera que é sua comida favorita, as que se preparam sempre depois de qualquer sacrifício para os Orisa de um modo especial e são apresentadas em pratos de barro forrados come ewe Lara.Os etutus para iyami são conhecidos como Iyala  e significa "que o mal desapareça". Se lhes oferece também, durante qualquer sacrifício, um  eko  que serve para proteção, pois as acalma quando é despejado na terra, este representa o poder feminino, pois entre outros ingredientes leva: plumas - simbolizam muitos filhos e proteção; sangue - representa a menstruação e a vida.
 
Presume-se que a palavra  Aje  utilizada como "bruxa" prove da contração de Iya je(a mãe que come) aludindo a seu voraz apetite, sempre atraída pelo cheiro a sangue e    vísceras ela pode vir sob a forma de mosca, pássaro, gracioso ou inclusive outros animais