sábado, 10 de setembro de 2011

A HISTÓRIA DO REINO DE SANGO


A HISTÓRIA DO REINO DE SANGO

ADE DE BAYANNI
SANGO

SANGO




ÁFRICA -  A HISTÓRIA DE SANGO


 
 ÁFRICA - A HISTÓRIA DE SANGO
DE ODUDUWÁ A SANGO...
IIê-Ifé: O BERÇO RELIGIOSO DOS YORUBÁ 
A cidade de Ilê-Ifé é considerada pelos yorubás o lugar de origem de suas primeiras tribos. lfé é o berço de toda religião tradicional yorubá (a religião dos Òrìsà, o Candomblé do Brasil),é um lugar  sagrado, onde os deuses ali chegaram, criaram e povoaram o mundo e depois ensinaram aos mortais como os  cultuarem, nos primórdios da civilização. Ilê-Ifé é o "Berço da Terra".
"Em um tempo onde os Deuses e Heróis andavam na terra com os Homens."
Olódùmarè
Olódùmarè o ser superior dos yorubas, que vive num universo paralelo ao nosso, conhecido como Òrún, por isso Ele é também conhecido como Àjàlórún e Olórun "Senhor ou Rei do Òrún", que através dos Òrìsà por Ele criado, resolve incumbir um dos Òrìsà funfun (do branco), Òrínsànlá, (o grande Òrìsà) o primeiro a ser criado, também chamado de Òrìsà-nlá e de Obàtálá, de criar e governar o futuro Àiyé : a Terra, do nosso universo conhecido.
Ele lhe entrega o Àpò-Iwá (a sacola da existência) o qual contém todas as coisas necessárias para a criação, e é aclamado como Aláàbáláàse, "Senhor que tem o poder de sugerir e realizar". Como a tradição mandava, para todos, antes de iniciar a viagem ele foi consultar o oráculo de Ifá, com Òrúnmìlà, outro Òrìsà funfun, e este lhe orientou a fazer alguns sacrifícios a divindade Èsù, mas se ele já era orgulhoso e prepotente,
mais ainda ficou, se recusou e nada fez, mas foi avisado que infortúnios poderiam ocorrer.
 Òrìsànlá, de posse do Àpò-Iwá, põe-se a caminhar pelo Òrún, para chegar à "porta do espaço", até então um vazio, que viria a ser o Àiyé. Ele é o Òrìsà que usa um cajado ritual conhecida como òpásóró, durante o caminho, com muita sede, ele se defronta com o igi-òpé (árvore do dendêzeiro) e com o seu òpásóró, perfura o caule da árvore da qual começa a "jorrar o emu" (vinho de palma), e põe-se a beber, a tal ponto, que cai totalmente embriagado no pé da palmeira e dorme profundamente. O infortúnio começa acontecer.
Odùduwà
Outro Òrìsà funfun, o segundo criado por Olódùmarè, por conceito "irmão mais novo" de Òrìsànlá, ficou enciumado, porque Olódùmarè tinha entregado a Òrìsànlá o Àpò-Iwá, e o estava seguindo pelos caminhos do Òrún, esperando que ele cometesse algum deslize, o que de fato aconteceu. Odùduwà, encontrando-o naquele estado, apodera-se do Àpò-Iwá e leva-o até Olódùmarè, narrando o acontecido, e, por este fato, Olódùmarè delega a Odùduwà o poder de criar o Àiyé e por punição incumbe a Òrìsànlá de
somente criar e modelar os corpos dos seres humanos no Òrún, sob sua supervisão e o proíbe terminantemente de nunca mais beber o emu. Odùduwà, então, cumpre a tradição e faz as obrigações, para se tornar o progenitor dos Yorubas, do Mundo : Olófin Odùduwà, o futuro Àjàlàiyé.
Desde então a relação tempestuosa entre Odùduwà e Obàtálá se perpetuou, ora em disputas, discórdias, controvérsias e de outras formas, mas sempre munindo a eterna rivalidade.

Odùduwà chegando ao Àiyé, cria tudo o que era necessário e delega poderes às divindades que o seguiram, conhecidos como os Àgbà, para governarem a criação, e volta ao Òrún, e só retornaria quando tudo estivesse realmente concluído. Òrìsànlá, que tinha ficado no Òrún com seus seguidores, já tinha moldado corpos suficientes para povoar o inicio do mundo, vai então para o Àiyé, com seus seguidores, os Funfun; fato que ocorre antes da volta de Odùduwà para o Àiyé.
Quando Olófin Odùduwà retorna ao Àiyé, funda a cidade de Ilê-Ifé, e vem a ser o primeiro Oba (rei) do povo yorubano com o titulo de "Oba Óòni", ou seja, o primeiro Óòni de Ifé, e a cidade se torna a morada dos deuses e dos novos seres.

Durante todo este tempo, Odùduwà que já estava casado com Ìyá Olóòkun, divindade feminina, responsável e dona dos mares, tem dois filhos, o primogênito, a divindade Ògún e uma filha de nome Ìsèdélè. O tempo passa, e Odùduwà, que era uma divindade negra, porém albina, incumbe seu filho Ògún de ir para a aldeia de Ògòtún, vizinha de Ifé, conter uma rebelião.
Ògún, divindade negra, senhor do ferro, parte para sua missão e realiza o intento, trazendo consigo Lakanje, filha do rebelde vencido. Ora, Lakanje era espólio de Odùduwà, o Óòni de lfé, portanto intocável, mas Lakanje era muito bela e extremamente sensual e Ògún não resistiu aos seus encantos e com ela teve várias noites de amor, durante sua viagem de volta. Chegando a lfé, ele entrega os espólios da conquista, inclusive Lakanje, a seu pai Odùduwà, que também não resistiu aos lindos encantos da mortal Lakanje e por ela se apaixona e acabaram por casar-se. Ògún nada tinha contado a seu pai dos fatos ocorridos e logo após o casamento Lakanje está grávida, desta gravidez nasce um filho de nome Odéde.
Só que o destino foi fatídico, Odéde nasceu metade negro, como a pele de Ògún e metade branco, como a pele do albino Odùduwà, revelando assim, a traição de Ògún para com a confiança do seu pai, esta situação gerou muita discussão entre Odùduwà e Ògún, mas a principal foi "quem tinha razão", ou, quem teria mais "genes" no filho em comum, Odéde, e cada um se posicionava com a seguinte frase : "a minha palavra triunfou" ou "a minha
palavra é a correta", que aglutinada é Òrànmíyàn e foi assim que ele passou a ser chamado e conhecido.
Com Lakanje, uma das muitas esposas de Odùduwà, ou com outras, teve ou já
tinha mais seis filhos, outros dizem dezesseis, uns, um número maior ainda, enfim, alguns dos filhos destas esposas, geraram as linhagens dos Obas Yorubanos, uns foram os precursores de sete das principais tribos, ou mais, que deram origem à civilização dos yorubas, e religiosamente falando, todos os povos do mundo. Os filhos, netos ou bisnetos de Odùduwà, os deuses, semideuses e/ou heróis, formaram a base da nação yoruba, portanto Olófin Odùduwà Àjàlàiyé é aclamado como     "O Patriarca dos Yorubas".
Obàtálá (Òrìsànlá) ,que também já estava no Àiyé com sua comitiva, mas devido a grande rivalidade com Odùduwà, foi expulso de Ilê-Ifé e funda a cidade de Ìgbò e se torna o primeiro Obà Ìgbò chamado também de Bàbá Ìgbò, pai dos ìgbòs. Numa sociedade polígama, Òrìsànlá é um caso raro de monogamia, pois a divindade Yemowo foi sua única esposa e não tiveram filhos.
Òrànmíyàn
Após grandes vitórias, Òrànmíyàn torna-se o braço direito de seu pai em Ilê-Ifê, pois seus outros irmãos foram povoar regiões distantes, menos Obàlùfan Ògbógbódirin. Odùduwà ordena então que Òrànmíyàn conquiste terras ao norte de Ifé, mas Òrànmíyàn não consegue cumprir a tarefa e sai derrotado e, com vergonha de encarar seu pai, não volta mais a Ifé, com isso funda uma nova cidade e lhe dá o nome de Oyó, tornando-se o primeiro Oba Aláàfin de Oyó. Casado com Morèmi, uma bela mortal ,nativa de Òfà ,que se tornou mais tarde uma heroína em Ilê-Ifé, da qual tem um filho, que recebe o nome de Ajaká. Após algum tempo, Òrànmíyàn investe em novas conquistas e volta a guerrear contra a Nação dos Tapas, onde havia sido derrotado, mas desta vez consegue uma grande vitória sobre Elémpe, na época rei dos Tapas. Por sua derrota, Elémpe entrega-lhe sua filha Torosí, para que se case com ele. Retornando a Oyó, Òrànmíyàn casa-se com Torosí e com ela tem um filho, chamado de Sàngó, um mortal, nascido de uma mãe mortal e um pai
semideus, portanto com ascendentes divinos por parte de pai.
Após este período com inúmeras vitórias, a cidade de Oyó torna-se um poderoso império, Òrànmíyàn, prestigiado e redimido de sua vergonha, volta para Ilê-Ifé, deixando em seu lugar, em Oyó, o príncipe coroado, seu filho Ajaká, que torna-se o segundo Aláàfin de Oyó.
Em uma de suas conquistas, a da cidade de Benin, anterior a fundação de Oyó, Òrànmíyàn termina com a dinastia de Ogìso, o então rei, expulsando-o e assumindo o trono, tornando-se o primeiro Obabínín, e inicia sua dinastia tendo um filho, chamado Èwékà, com uma mulher do local. Antes de
deixar a cidade, ele torna Èwékà como seu sucessor no trono do Benin. (Atual cidade na Nigéria, antigo Reino do Benin, não confundir com a República do Benin, antigo país chamado Daomé.)
Durante sua longa ausência em Ilê-Ifé, Obàlùfan Ògbógbódirin ,seu irmão mais velho, se tornou o segundo Óòni de Ifé, após o reinado de Odùduwà.
Quando Obàlùfan morreu, e ninguém sabia do paradeiro de Òrànmíyàn, o povo de Ifé aclamou Obàlùfan Aláyémore como sucessor direto de seu pai. Quando Òrànmíyàn chega em Ifé, Obàlùfan Aláyémore já reinava como o terceiro Óòni de Ifé, mas com um fraco reinado. Enfurecido com o povo de Ifé que haviam aclamado Aláyémore, e que o tinham chamado para combater possíveis inimigos, o poderoso guerreiro colérico ,comete varias atrocidades e só para quando uma anciã grita desesperada que ele está destruindo seus "próprios filhos", o seu povo. Atônito, ele finca no chão seu asà (escudo) que imediatamente se transforma em uma enorme laje de pedra ,num lugar hoje chamado de "Ìta Alásà" ,e decide ir embora e nunca mais voltar à Ifé.
Quando rumava para fora dos arredores de Ifé ,em Mòpá, foi interceptado pelo povo que o saudavam como Óòni de Ifé e suplicavam por sua volta. Ele então satisfeito e envaidecido ,atende ao povo e finca no chão seu opa (seu bastão de guerreiro) transformando-o em um monólito de granito (ver
Sabendo disso, Obàlùfan Aláyémore abandona o palácio e se exila na cidade de Ìlárá. Òrànmíyàn ascende ao trono e se torna o 4ª Óòni de Ifé até sua morte. Obàlùfan Aláyémore, retorna do exílio e reassume como o 5ª Óòni de Ifé e reina deste vez, com sucesso até a sua morte.
Ajaká
O Aláàfin de Oyó, o Oba Ajaká, meio irmão de Sàngó, era muito pacifico, apático e não realizava um bom governo. Sàngó, que cresceu nas terras dos Tapas ( Nupe), local de origem de Torosí, sua mãe, e mais tarde se instalou na cidade de Kòso, mesmo rejeitado pelo povo por ser violento e incontrolável, mas sendo tirânico, se aclamou como Oba Kòso. Mais tarde, com seus seguidores, se estabeleceu em Oyó, num bairro que recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso e com isso manteve seu titulo de Oba Kòso. Sàngó percebendo a fraqueza de seu irmão e sendo astuto e ávido por poder, destrona Ajaká e torna-se o terceiro Aláàfin de Oyó.
Ajaká, também chamado de Dadá, exilado, sai de Oyó para reinar numa cidade menor, Igboho, vizinha de Oyó, e não poderia mais usar a coroa real de Oyó. E, com vergonha por ter sido deposto, jura que neste seu reinado vai usar uma outra coroa (ade), que lhe cubra seus olhos envergonhados e que somente irá tira-la quando ele puder usar novamente o ade que lhe foi roubado. Esta coroa que Dadá Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios ornados de búzios no lugar das contas preciosas do Ade Real de Oyó, e esta chama-se Ade Bayánni Dadá Ajaká então casa-se e tem um filho que chama-se Aganju, que vem a ser sobrinho de Sàngó.
Sàngó reina durante sete anos sobre Oyó e com intenso remorso das inúmeras atrocidades cometidas e com o povo revoltado, ele abandona o trono de Oyó e se refugia na terra natal de sua mãe em Tapa. Após um tempo, suicida-se, enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn) na cidade de Kòso. Com o fato consumado, Dadá Ajaká volta à Oyó e reassume o trono, retira então o Ade Bayánni e passa a usar o Ade Aláàfin, tornando-se então o quarto Aláàfin de Oyó. Após sua morte, assume o trono seu filho Aganju, neto de Òrànmíyàn e sobrinho de Sàngó, tornando-se o quinto Aláàfin de Oyó.
Com Aganju, termina o primeiro período da formação dos povos yoruba e após seu reinado se dá inicio ao segundo período, o dos reis históricos.  "De Ifé até Oyó, de Odùduwà a Aganju, passando por Sàngó."
Sàngó
O que notamos nesse primeiro período yorubano, é que na realidade, o que se fala de Sàngó, e a sua história nos Candomblés do Brasil, e de outros acima descritos, é incorreto, levando os fiéis a crer em fatos irreais.
Inicialmente, averiguamos que Odùduwà é um Òrìsà funfun masculino e único, é o pai do povo yorubano e não uma simples "qualidade" de Òrìsànlá ou seja, são divindades totalmente distintas, inclusive, não se suportavam, pelos fatos vistos; e que também Ìyá Olóòkun, é um Òrìsà feminino e a Dona do Mar, portanto da água salgada, é quem governa os oceanos e não o Òrìsà Yemojá, "Senhora do rio Yemojá e do rio Ògùn", divindade de água doce, e muito menos mãe de Ògún e de outros filhos Òrìsà à ela atribuídos. Notar a acentuação diferente no nome do Òrìsà Ògún e do rio, pois são palavras distintas.
Quanto a Sàngó, demonstramos que foi um mortal em sua vida no Àiyé, portanto quando morreu, tornou-se um egún, pois seus pais eram mortais. O que ocorreu em sua vida, foi que uma de suas esposas, e a única que o acompanhou em sua fuga de Oyó, era a divindade Oya, loucamente apaixonada por ele, e no instante de sua morte ela o pega com o seu poder de Òrìsà e o conduz diretamente a Olódùmarè, e por insistência de Oya, Ele o "ressuscita" como uma divindade, já que em vida, Oya, perdida de amores, ensina-lhe vários segredos dos Òrìsà, principalmente o segredo do fogo que pertencia somente a Oya, que ela lhe ensina e lhe dá este poder e outros,por paixão.
Esta afirmação é facilmente notada, pois Sàngó é a única divindade do panteão que é assentada de forma material completamente diferente, isto é, em madeira, numa gamela sobre um pilão, sua roupa ritual é composta de várias tiras de panos, coloridas e soltas, caindo sobre as pernas, que
lembra perfeitamente o tipo de roupa usada pelos Bàbá Egúngún (ancestrais) e seu animal preferido para sacrifício é também o mesmo dos egún, dos mortos comum, o carneiro; existe também outras minúcias, que aqui não cabe mencionar.
Nos Candomblés, citam Ajaká e Aganju como sendo "qualidades" de Sàngó, que agora sabemos isto não é possível, pois, Ajaká é seu meio irmão e Aganju é filho de Dadá Ajaká, portanto seu sobrinho, notoriamente pessoas mortais e completamente distintas, que fazem parte da família de Sàngó, mas não tiveram a honra de tornarem-se Òrìsà, mas são ancestrais ilustres. Também no Brasil, faz-se uma cerimônia chamada de "Coroa de Dadá" ou "Adê Baiani". que a coroa é levada ritualmente em uma charola durante as festas do ciclo de Sàngó chamada de Banni ou lyamasse, que representa a mãe de Sàngó. Ora, sabemos que quem usou este ade foi, Ajaká, apelidado de Dadá, de quem Sàngó lhe roubou o trono, e que a mãe de Sàngó foi Torosí, filha de Elémpe, rei dos Tapa, e que ela não tem nenhuma importância teológica, somente histórica, por ter sido mãe de um Aláàfin.
Não estamos desmerecendo e nem tampouco desprestigiando o Òrìsà Sàngó, somente tentamos elucidar fatos notoriamente conhecidos na terra dos Yorubas, sob os aspectos histórico, através da tradição oral, e divino que se convergem e se conservam na grandiosidade de Sàngó.
Fonte - Aulo Barretti Filho
outubro 2010


terça-feira, 6 de setembro de 2011

NOTÍCIAS


Morre presidente da Federação Paraibana de Cultos Africanos

Morreu por volta das 18h desta segunda-feira (5), o presidente da Federação Paraibana de Cultos Africanos, Walter Pereira aos 65 anos.
 Ele estava internado há quase 2 meses no Hospital Memorial São Francisco em João Pessoa, após sofrer complicações cardíacas.
 Walter Pereira era um dos organizadores das homenagens a Iemanjá, a Rainha do Mar.
 Ele atualmente trabalhava na Adminstração do Estado e presidia a Federação Paraibana de Cultos Africanos.
Descanse em paz, que o orum te receba com grande festa

sábado, 3 de setembro de 2011

OLOSSÁ


....OLOSSÁ A IYABÁ DAS LAGOAS E OLOKUN, A SENHORA DOS MARES

OLOKUN [MAR]
 OXUM [RIO]
OLOSSÁ [LAGÔA]
Olossá na mitologia yorubá é a dinvidade das lagoas e é cultuada no Brasil na lagoa do Abaeté,na bahia, juntamente com Iyemonjá que também é um orixá das lagoas.       Como Olokun se tornou a rainha das águas?? conta a lenda que Olokun,senhora das águas, consultou Ifá em uma época em que as águas não eram bastante para que alguém nelas lavasse o rosto.Se alguém recolhesse água em seu leito recolheria também areia porque ela estava pobre de água. Olossá,a senhora das lagoas, também consulta Ifá em uma época em que suas águas não eram o bastante para que algúem nela quisesse lavar os pés, sujar-se-ia de lama e areia,pois havia na lagoa muita pouco água.Olokun e Olossá foram ambas até aos pés de Orummilá rogar-lhe para examinar os seus problemas, e ambas queriam tornar-se as maiores do mundo!!Orummila respondeu que se elas pudessem fazer as oferendas que ele escolheu para elas,suas vidas seriam um sucesso! Ele disse que Olokun deveria oferecer 200 cobertas pretas,200 cobertas brancas, 1 carneiro e 26.ooo búzius da costa,depois ele recomendou a Olossá que fizesse o mesmo.Olokun fez as oferendas, ela empregou tudo que possuía,e até chegou a empregar-se como serva para completar as oferendas.Olossá também fez as oferendas com tudo que possuía,porém suas oferendas não foram completas porque ela não encontrouaonde trabalhar .Oxum , a senhora dos rios, elegante senhora do pente coral,consultou a Ifá no dia que iria conduzir todos os rios,pois os rios não sabiam em que direção seguir,não sabiam se iam para frente ou para atras, e haviam pedido conselhos a Oxum. Ifá respondeu: tú oxum  vai a um certo lugar e neste lugar será  muito bem recebida e os outros rios te seguirão.Nenhum outro rio poderá proceder-te em nenhum lugar onde estiveres presente....Oxum reuniu todos os rios e os rios a seguiram todos juntos.Quando chegaram a beira da lagoa [Olossá] eles cobriram completamente a lagoa e quando chegaram no mar [Olokun] encontraram-se com as águas salgadas e as cobriram,. Foi colocada a questão: quem seria a rainha do mar?? já que os rios junto com as lagoas misturaram-se com o mar? eles discutiam aqui e acolá essa questão, então Olokun disse: não importa, pois o território em que voces se encontram é meu!!! os ânimos ficaram forte e então Olodumarê se manifestou:  A QUE POSSUI TERRITÓRIO É A RAINHA!  com isso Olokun foi por direito a rainha. Olossá disse aos rios que se retirasem de suas terras e de suas águas, mas os rios não encontraram saída por onde passar, e permaneceram na lagoa .Assim sendo, Olossá foi eleita a segunda pessoadepois de Olokun junto com O xum.A cada ano todos os rios vem adora-la, pois foi assim que Olokun e Olossá se tornaram populares na terra e famosa como Oxum  nos mundos dos deuses.

BOM FINAL DE SEMANA A TODOS >>>>


Bom final de semana a todos

A Sabedoria, a Dignidade
e a Esperteza
Já era tarde quando a Sabedoria encerrou as atividades do seu dia. Preparava-se para dormir,quando ouviu que batiam à porta. Vestiu o seu manto e foi atender ao visitante, que parecia nem sentir o frio que fazia àquela hora. Deparou-se então com duas criaturas enigmáticas. A Sabedoria se perguntou o que poderiam querer, depois do anoitecer. A Esperteza foi a primeira a se manifestar. Queria questionar algo que fez a Dignidade estremecer. Por sua natureza, a Esperteza vivia a enganar a todos,enquanto a Dignidade se mostrava preocupada,pois sabia que um dia,a Esperteza poderia se enganar,cometer um erro fatal e nunca mais se modificar.Essa era a questão,que as duas levaram para a Sabedoria avaliar. A Dignidade tinha os seus princípios.Achava que nunca cometera nenhum delito,enquanto a Esperteza,ria-se dela,sem nenhum conflito.A Esperteza se aproveitava de todas as oportunidades e se achava tão esperta,que julgava que ninguém jamais ficaria alerta. Sabia falar bem. Convencia com muita facilidade,enquanto a Dignidade se opunha a toda aquela falsidade.
A Sabedoria,fingindo-se de cega, propôs às duas uma tarefa:
- Que fossem a uma festa e trouxessem a pessoa mais honesta.
A Esperteza logo encontrou a Mentira e com muita sutileza, voltou à casa da Sabedoria.A Dignidade,por sua vez,decidiu que a Honra era a pessoa mais sensata,entre tantas que ela conhecera. E assim,as duas se encontraram face a face com a Sabedoria.
Enquanto a Esperteza fingia ter encontrado a pessoa certa, a Dignidade mantia-se o mais honesta possível.
A Sabedoria olhou as duas e percebeu que a Esperteza estava impaciente. Trazia um saco às costas, que não parava de se contorcer. Parecia que tinha alma e precisava se intrometer, na conversa que a Sabedoria tentava manter.A Esperteza se distraiu por um momento e deixou escapar a Mentira,que se perdeu no mundo e até hoje continua a correr.Então a Sabedoria chamou a Dignidade e com muita Honra,a encarregou de manter o Mundo longe de toda a falsidade,ter cuidado com a Esperteza e se manter com muita dignidade. Tarefa árdua, que a Dignidade se comprometeu a manter. Procedendo assim, poderia conseguir que a Honra enfim, triunfasse onde a Mentira deixasse a pegada de seus passos.... 

Nino D'odé