quinta-feira, 21 de março de 2013


Nesse dia de hoje uma palavra fala mais forte que as outras: Saudade.
Quem é que não tem saudade de alguém que já se foi,
Que deixou a sua marca , o seu brilho em nossas vidas?
Ah, Saudade...
Se você é uma pessoa de fé, não confunda saudade com tristeza.
Mas tenha certeza que não é a morte que interrompe o Amor , o Carinho e o Afeto.
Não chore por aquele que não está mais junto de ti,mas está junto de Deus.
Tenha Lembranças do sorriso, da voz nos seus ouvidos, dos momento de carinho e de ternura, dos momentos felizes que passaram e agradeça a Deus por Ele ter permitido que esta pessoa tenha brilhado na sua vida.
Tudo passa tão rápido aqui, que quando vemos,não dá nem mais tempo de dizer eu te amo, você é especial pra mim, que bom ter você ao meu lado...
Tenha Saudade sim, isso faz parte de nós.
Mas não se esqueça, tenha fé.
Pois pra quem tem fé nunca é Adeus, é um até logo.

Olá pessoal boa tarde !!!




É preciso ter força para esconder os próprios males,
mas é preciso coragem para demonstrá-los.
É preciso ter força para suportar o abuso,
mas é preciso coragem para fazê-lo parar.

É preciso ter força para ficar sozinho,
mas é preciso coragem para pedir apoio.
É preciso ter força para amar,
mas é preciso coragem para ser amado.

É preciso ter força para sobreviver,
mas é preciso coragem para viver


sábado, 9 de março de 2013


Sou da seguinte opinião .......

" A hierarquia é importante mas o respeito ao próximo é necessário. Uma relação entre Zelador e filho de santo deve ser constituída com base na verdade e no comprometimento mutuo"

Cultura



Sacríficio é uma palavra que devemos ressaltar em nosso culto, quando ofertamos qualquer elemento ao Òrìsá devemos tratá-lo também como EBÓ.

Ebó é todo elemento ofertado a uma força espiritual, seja ela de que natureza for, ajogun (forças negativas), irunmolé (òrìsás que não são funfun-branco) ou òrìsá funfun.

Quanto ao Ebó Ejé, oferecimento de sangue, as críticas tornaram-se cada vez mais contundentes, com apoio externo, inclusive da mídia, que não perde a oportunidade de associar qualquer fato ligado ao nosso culto com Bruxaria, Magia Negra, Vodoo (como aspecto pejorativo) e etc…

É surpreendente como pessoas que são leigas nestes fundamentos e incapazes de resolver problemas gravíssimos que a religião Iorubá por inumeras vezes se defronta e resolve, vem nos atacar nos chamando de primitivos e incivilizados.

Creio que civilizado para eles, é a forma como os matadouros abatem estes animais, as touradas do México e da Espanha católica, os safáris, caçadas na Inglaterra anglicana, as rinhas de galo / cães e etc…

Não se questiona a vida perdida dos animais sem nenhum propósito, ufanismos à parte, o que importa é o produto final. O contrabando de animais silvestres e exoticos, criação de pássaros em cativeiro, criados em gaiolas como souvenir e pesca de arrasto que mata indiscriminadamente e vorazmente servem apenas para aguçar a vaidade de possuir um acessório de pele e/ou couro e a ganância financeira. As iguarias gastronomicas fornecidas por animais em extinção não é questionada, a vida perdida destes animais sem nenhum propósito, não passa de um meio.

Imolação maior fez o Cristianismo, a religião do amor, que com sua Inquisição e Cruzadas, dizimou milhares de vidas e faz-se vista grossa para tal acontecimento, tratado-o apenas como fato histórico, isto sim é inexpugnavél.

Discriminar e perseguir religião alheia é certamente muito mais grave que qualquer ato litúrgico praticado por nós.

Não somos dissimulados ao ponto de ignorar o ciclo de vida e morte, sabemos de nossas responsabilidades.

A Terra (Ikole Aiye), como um grande Ile ikú, alimentada por este ciclo de morte e renascimento desde os primórdios, nos fornece o material necessário impregnado dos elementos insubstituiveis para nossa liturgia, não podemos deixar que uma visão utópica transgrida essa lei sagrada.

Dentro do Velho Testamento encontraremos o Levitico, o terceiro livro da Bíblia atribuído a Moisés. Os judeus chamam-no Vayikrá. Basicamente é um livro teocrático, isto é, seu caráter é legislativo; possui, ainda, em seu texto, o ritual dos sacrifícios, as normas que diferenciam o puro do impuro, a lei da santidade e o calendário litúrgico entre outras normas e legislações que regulariam a religião.

A maioria das pessoas que consomem carne não se preocupa com a origem deste animal, seu abate e posterior comercialização, estão desconectados da realidade. Menciono também os vegetarianos, que ao tirar da terra legumes, verduras e hortaliças, também estão tirando vidas, neste caso, eliminando a seiva, sangue verde, a respiração, a fotossíntese, deixando de ser um ser vivo para lhe dar a vida.

Dentro do Culto Ioruba a imolação de animais é tratada com respeito, gbaduras e orikis, onde este sangue estará dando vida a outros e fertilizando a própria terra.

Lembrando o iton onde Olodunmarè determina que a terra, Onilè, será o principal receptáculo de todo oferecimento.

Dentro de Ifá, nos Odu Irete-meji e Oturupon’turá, Òrúnmìlá determina a troca dos seres humanos pelo dos animais, foi quando a cabra substituiu a filha de Òrúnmìlá no ritual de ebó ejè.

A permanência do ser humano sobre a Terra exige sacrifícios constantes. Sacrifício de tempo e de privação de algo em detrimento de outro, o sacrifício das transformações e a oferta de dinheiro à custa de esforço através do trabalho, todos girando em um processo interminável que se resume a dar e receber.

Os sacrifícios de animais praticados pela religião iorubana, vão além do ASÈ, servem para alimentar o povo, pois a carne é consumida pelo egbè.

Note-se que a vida animal oferecida através de ebó, dentro do Culto Yoruba, é rezada e seu espírito enviado com todo o respeito a terra dos ancestrais e para os nove espacos do orun..

EBÓ.

Uma das três formas de asé encontrada no reino animal é o Ejé, o sangue.

O sangue que nos dá a vida em sua plenitude, sempre foi considerado divino, não existe um laboratório que o fabrique, é a força divina em seu estado material.

Tudo incluído na composição da Terra esta contido, também, na composição do sangue. Por exemplo, zinco, água, minerais, ferro, magnésio, etc… Note-se que todos os reinos, seja ele mineral, vegetal ou animal, está contido em nosso sangue e vice-e-versa.

Sacrificar os animais não são regras e as orações específicas da ação dão graças a Deus pelo sacrifício.

Exemplo: O primeiro passo é agradecer a Deus pelo espírito do animal que vai em missão. Então, nós agradecemos a Deus pela comida, a carne que vamos comer, e agradecemos também a Mãe Terra, Onilè, que nos deu este alimento para sobreviver.

Os demais componetes liturgicos tem sua missão, tais como:

Obi:utilizado como oráculo para conversar com as energias e para onde encaminhar os ebós, aplacar a ira de energias negativas e a fruta da vida onde no momento de comunhão com os Orisas a pessoa se conecta com sua ancestralidade.

Orogbo:utilizado para vida longa, aumento de resistência e perseverança da pessoa, quando utilizado com casca para que um segredo não seja revelado.

Oyin (mel):Utilizado para alegria, bem estar, harmonia, prosperidade e para que algo ou alguém nunca seja desprezado.

Epo (dendê):Elemento de efeito calmante, trás equilíbrio e facilidades.

Iyó (sal):Para sorte e preservação, para que a pessoa consiga manter suas conquistas. Dinheiro e vida longa.

Atare:Utilizado para consagrar o diálogo dar forças as palavras, utilizados em comidas e também para multiplicar os desejos.

Oti ( mais usado em rituais, Gin ) O GIN TEM COMO PRINCIPIO A PURIFICAÇÃO DA PALAVRA. E TAMBÉM O DESPERTAR DA ENERGIA. A FAVOR DO SUPLICANTE.

Owo eró:búzios utilizados para comprar AS DIVIDAS E A FALTA DE DINHEIRO das pessoas.

Moedas antigas:Utilizadas para pagar os Ajóguns (energias negativas que podem ou não estarem ligadas com as Yami.

Osun:usado para que a essência vital, simbolizando o sangue vermelho vergetal, para que o asè e as conquistas não se acabem.

Efun:para atrair o asé, representa a água.

Yerosun:Elemento sagrado de Ifá tem o poder de transmitir o asé de Odú ao que esta sendo feito, ativar o Odú Ifá.

E outros elementos mais.

Vemos então um conjunto de elementos que agrupados vão fornecer o produto final a ser enviado ao Alto, Ikolé Oorun.

Nossa religião, como uma das mais antigas, tendo sua ritualistica registrada nos Esès, ESCRITURAS SAGRADAS, ditadas por Òrúnmìlá e registradas por Ifá, o òrìsá da sabedoria e testemunha de tudo que existe no universo. Mobiliza e transfere este asé atravéz de rituais de várias especies, que são direcionados a Olodunmarè pelo portal que é aberto por Ose’turà e encaminhado por Esú.

Os Ebós Ejè oferecidos dão movimento ao fluido vital liberado, o asè, que atua fora do campo material tendo o poder de transformação sobre coisas desejadas ou indesejadas que estejam afetando o ser humano.

O òrìsá, como energia do cosmos, não necessita de comida propriamente dita e muito menos de sangue, o sangue nada mais é que o fluido vital que corre em nossas veias nos assegurando a sobrevivência , como é inerente a todos os seres vivos. Quando este material, ejè, é encantado e liberado, ele atua como veiculo operador, atua como uma profilaxia espiritual ou reforçando a energia já instalada.

As correntes que se opõem a esta prática, nos taxando de primitivos, desconhecem o poder deste veiculo, como trasferidor de asè.

Podem de uma certa maneira estar tentando criar uma nova religião, como temos vistos pessoas pregando o Candomblé Verde, embora isso também seja sacrifício, desde que orientado por Ifá, não quer dizer que o sangue animal seja excluido.

O que temos que ter em mente é a sacralidade do ato, o silencio, o respeito, as orações, os orikis e os ofós, devem seguir uma ritualistica condizente com o momento, onde todos os participantes, principalmente Onilus e Asogun responsáveis pelo ato sagrado da imolação e o sacerdote proferidor das palavras encantadas.

A Iyábase, responsavel pela sequência do ato liturgico, é por demais importante na finalização do Oro, onde a preparação do eran, carne, seguirá ordens ditadas pela energia invocada, atravéz de Ifá, no jogo de Obi abatá.

Ao se encerrar a missão com todos os elementos colocados aos ‘pés’ do Igbá ou ojubó, igbá coletivo da casa, saberemos se tudo foi aceito por Òlodunmarè, com nova caida do obi, orogbo,esun isu (inhame cozido) ou igbin (caracol).

Tudo finalizado damos sequência com a preparação do nosso banquete, onde nos confraternizamos e agradecemos a Olodunmarè e a Onilè o alimento recebido.

Boa noite ...

ÀKÀSÀ, ACAÇÁ OU EKÓ: SEU SIGNIFICADO:



As definições mais elementares do acaçá, dizem que se trata de uma pasta de milho branco ralado ou moído, envolvida ainda quente, em folha de bananeiras. A definição é correta, mas extremamente superficial, já que o acaçá é de longe a comida mais importante do candomblé. Seu preparo e forma de utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos e bem rígidos, que nunca podem deixar de ser observados. Todos os Orixás, de Exú à Oxalá, recebem acaçá. Todas as cerimonias, do ebó mais simples aos ascrifícios de animais, levam acaçá. Em rituais de iniciação, de passagem, em tudo mais que ocorra em uma casa de candomblé, só acontece com apresença de acaçá. A pasta branca à base de milho branco, chama-se eco (èko), depois de envolvida na folha de bananeira, aí sim, será acaçá. O acaçá, é um corpo, símbolo de um ser. A única oferenda que restitui e redistribui o axé. O acaçá remete ao maior significado que a vida pode ter: a própria vida; e por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornou-e a comida e predileção de todos os Orixás. Nem todas as palavras do mundo são suficientes para decifrar o valor de um acaçá. Basta admitir que os segredos estão nas coisas mais simples para ver que muitos julgaram insignificantes, a comida mais importante do candomblé, banalizando o sagrado e privilegiando a intuição em deterimento do fundamento. Fato é que quem não faz um bom acaçá, não pode ser considerado um bom conhecedor de candomblé; pois, as regras e diretrizes da religião dos Orixás nunca foram ditadas pela intuição. Constituem grandes fundamentos "cristalizados" ao longo de anos e anos de tradição. Aos incautos vale afirmar que candomblé não é intuição, mas, fundamento sim, e fundamento se aprende. Fundamento é o segredo compartilhado, o mistério sagrado, o detalhe que faz a duferença e a prova de que ninguém pode enganar o Orixá. Aqui o grande fundamento é que o sangue dos animais jamais pode jorrar sobre os ibás sem a presença do elemento pacificador, pois, o acaçá simboliza a paz. Quando ofertado e retirado do seu invólucro verde, tornando-se a comida de Oxalá que agrada a todos os orixás, a primeira oferenda que deve ser colocada diretamente no assentamento, juntamente com o obi e a água, antes de qualquer sacrifício. O acaçá deve permanecer fechado,imaculado até o momento de ser entregue ao Orixá, só então é retirado da folha. É como se o sagrado tivesse que ficar oculto até a hora da oferenda, prova de que o segredo é quase sempre um elemento consagrado. E o segredo do acaçá é enrolar o ekó na folha de bananeira, é o que mantem um terreiro de candomblé, de pé.

"NÃO EXISTE ACAÇÁ QUE NÃO SEJA ENROLADO NA FOLHA DE BANANEIRA!

quarta-feira, 6 de março de 2013

REZA PARA O ORI



ÒRÚNMÌLÀ NÍ ODI ÈDÙN,
MO NÍ ODI ÈDÙN.
ÒRÚNMÌLÀ NÍ ODI ÈDÙN OKÀN,
MO NÍ ODI ÈDÙN OKÀN.
ONÍ TÍ EGBÉ ENI NBÁ LÓWÓ,
T’A ÀBÁ LÒWÒ,
Ò NÍ ORÍ ENI L’ÀÁ KÉPÈ.
ONÍ TÍ EGBÉ ENI BÁ À NSE,
...OHUN RERE TÁÀBÁ RÍ OHUN RERE SE,
Ò NÍ ORÍ ENI L’ÀÁ KÉPÈ.
ORÍ MÌ, WÁ SE LÉ GBÈ LÉHÌN MI.
IGBA, IGBA, NÍ ORÒGBÒ NSO LÓKO;
IGBA, NÍ OBÌ NSO LÓKO .
IGBA, IGBA NÍ ATAARE NSO LÓKO.
IGBA , AJÉ KÓ WOLÉ TÓ MI WÁ.
OÒGÙN, ÀÌSÀN, EJÓ, WÀHÁLÀ,
IKÚ, ÀÍRÍJE, ÀÌRÍMU KÓ PÒÓRÁ .
TÍ EFUN BÁ WO INÚ OSÙN, ÁPÒÓRÁ .
KÍ GBOGBO WÀHÁLÀ MI PÒÓRÁ .
ÀWÍSE NÍ TI IFÁ, ÀFÒSE NÍ TI ÒRÚNMÌLÀ.
ÀBÁ TÍ ALÁGEMO BÁDÁ NI ÒRÌSÀ ÒKÈ NGBÀ.
KON KON NÍ EWÉ INÓN NJÓ,
WÀRÀ, WÀRÀ, NI OMODÉ NBO OKO ÈSÌSÌ.
ILÉ ÒGBÁ ÒNÒN Ò GBÁ NÍ TI ÀRÁGBÁ.
GBOGBO OHUN TÍ MO SO YÌÍ ,
KÍ ARÒ KÓ RÒ MÒ
ÀSE, ÀSE, ÀSE!

TRADUÇÃO :

ÒRÚNMÌLÀ que fortifica os tristes,
Fortifique-me, eu estou triste.
Òrúnmìlà que fortifica o coração triste,
Fortifique o meu coração triste.
Senhor da comunidade, Aquele que é honrado e respeitado, é a cabeça de alguém cansado que invoca tua ajuda.
Senhor da comunidade, esteja conosco (me acompanhe),
Que as coisas boas nos encontrem, e que obtenhamos coisas boas, é a cabeça de alguém cansado que invoca tua a ajuda.
Minha cabeça, venha cobrir a casa e minha retaguarda.
Duzentos, duzentos, que orògbò cresça na floresta;
Duzentos, que obì cresça na floresta.
Duzentos, duzentos, que atare cresça na fazenda.
Duzentos, que o poder do dinheiro adentre minha casa.
Que as feitiçarias, as doenças, os problemas, as aflições,
A morte, a fome, a sede, desapareçam da minha vida.
Quando efun entra no osùn, ele desaparece.
Que todas as minhas aflições desapareçam.
Que a palavra de Ifá se realize, e a de Òrúnmìlà também.(como um canto)
E ao encontrarem Alágemo realizem-se através dos Òrìsà, que aceitam do alto.
A folha no fogo queima rapidamente, (que meus pedidos realizem-se assim).
Leite, leite, escorra para as crianças em quantidade, como é na Fazenda Èsìsì.
Que minha casa, meus caminhos, meus conhecidos se engrandeçam.
Que todos os meus votos façam desabrochar, e transformar-se para mim,
Afim de que ao nascer do dia eu encontre facilidades.
Asé óó

sábado, 2 de março de 2013

OROGBÔ

Uma fruta muito utilizada no Candomblé assim como o obi. Importantíssima e imprescindível em assentamentos, boris, feituras e demais atos do Axé Orixá. Pertence a família das Garcínias e seu nome científico é Garcinia Kola Heckel, dentro da nação Angola também é conhecido como “falso nós de cola”.

Assim como o obi, os fundamentos de Orixá estão incompletos sem ele, aliás, não fazemos um Yawô sem esse fruto. Originário da África, também é encontrado na Polinésia, Ásia e Austrália.

Ao fazermos o abô, banho sagrado utilizado dentro do Candomblé, essa fruta é um dos itens ritualísticos. Podemos também utilizar o orobô para a consulta de um vivente quando se fizer necessário e claro que não substitui o Oráculo de Ifá. Ao mastigarmos, seu gosto desagrada ao paladar, pois incomoda um pouco, porém, é de imensa utilidade nos preceitos religiosos e serve também para “fechar o corpo” em nosso dia a dia. Também sendo utilizado como banho em determinados momentos de nossa vida quando passamos por algum problema que requeira esse banho.

Ao efetuarmos rituais de Orixá, depois que rezamos e jogamos o obi, fazemos a reza do orobô e procedemos com seu jogo, para sabermos se o Orixá aceitou ou não a obrigação que está sendo realizada.

Ele pode ser utilizado para qualquer Orixá, mas tem um significado para uma determinada qualidade de Xangô que não usa de forma alguma o obi.

Fruto sagrado dos Orixás, a exemplo do obi, não pode de forma alguma ser aberto e jogado por quem não seja feito no santo ou mesmo que não tenha suas obrigações em dia. Seu uso é dentro de Candomblé não pertencendo aos rituais da Umbanda.

Também é muito apreciado por Águé, sendo que em seus rituais é bom que seja sempre usado para aláfia juntamente com o obi e mesmo na falta desse o orobô pode ser utilizado sozinho. Ainda existem algumas casas que utilizam o orobô no preparo de algumas comidas sagradas dos Orixás.

sexta-feira, 1 de março de 2013

filhos de Odé

Amor e Casamento

Muito sentimentais, os filhos de Oxóssi precisam do conforto do amor, mas quando se envolve e percebe que sua liberdade fica comprometida recua assustado, mas quando bem harmonizado intelectualmente, e sentindo-se livre mantém-se num relacionamento estável. Provavelmente, quem inventou o casamento em casas separadas foi um filho de Oxóssi. Sua personalidade independente exige que ele tenha um canto só seu onde nada e ninguém o perturbe, ali ele se reequilibra e recupera seu delicado sistema nervoso, ele é como o mercúrio: ele desliza, é difícil mantê-lo estável, quando é comprimido foge e se divide, só pode ser controlado, nunca pressionado. É atraído pela beleza, pelo otimismo, pela inteligência e pelo bom humor. Aprecia que seu companheiro tenha interesses diversos dos seus, sente-se então enriquecido pelas experiências que lhe são relatadas, os desafios em conjunto o fascinam, já uma pessoa rígida com poucos objetivos pessoais o entedia. A vida familiar pode ser uma boa base para o filho de Oxóssi, desde que seja estimulado em suas idéias e tenha livre expressão o convívio com a família será revigorante para ele. Os assuntos secretos, o ocultismo e o esoterismo o atraem, um relacionamento cármico será possível para ele, pois está aberto a reconhecê-lo em todos os níveis, tirando dele o aprendizado necessário. A vida amorosa não tem para ele a mesma importância que para os filhos de outros Orixás. Com o tempo alguns podem até decidir se tornarem celibatários por convicção.

ÁGUAS DE OSALÁ


Prezados leitores

Um tema tão complexo quanto misterioso, minha idéia é sintetizar um mínimo entendimento sobre um dos Orôs mais respeitados e tradicionais nas casas de candomblé Ketu/Nagô, o ritual das “Águas de Oxalá”.

Esse ritual anual de purificação, renovação, pode ser considerado um “rito de passagem”, o fim e o começo, um novo ciclo, reverencia a presença da água, fonte primordial da vida, que se apresenta em todos os rituais da Religião dos Orixás. A Água é enobrecida na abertura do calendário, com os ritos de Orixan’lá, como procedência de Orí no Ayê – Iyá Omí Olorí – mãe de Orí, uma antiga divindade das águas, a deusa que se assenta na fonte de origem, simbolicamente, um banco, cadeira de espelho no umbigo do mar, no seio das águas, lugar simbólico da transformação. Mãe Ancestral. A celebração do Orixá é precedida de uma meticulosa preparação, interação e durante 16 dias.

Oxalá representa a pureza, Obatalá, O rei do Imaculado ou O rei do Branco, não existirá outra cor durante os 16 dias na liturgia das Águas se não, o “Branco,” dentro do terreiro e a todos que lá chegarem, a retidão e o silêncio tomarão conta do Axé, tudo deverá estar limpo, a preocupação com as roupas que deverão estar alvas, engomadas e perfeitas. Do portão de entrada do terreiro até a porta do barracão e demais dependências, será estendido sobre nossas cabeças uma peça ou mais de morim branco, cobrindo como um teto os Orís de todos. Na maioria das casas, o ritual começa na madrugada da sexta-feira com a confecção do baluwê (pequena cabana feita com bambús e de folhagens de coqueiros, pitombas, etc) o ajubó do Oxalá mais velho será posicionado sobre uma enorme bacia, outros assentamentos de Oxalá podem ficar ao lado acompanhando o velho Orixá, permanecerão até o 2º domingo das águas quando então Oxalufan volta para sua casa. Começará então a procissão de ir no rio ou na fonte pegar água fresca, cada um com seu pote, jarro ou quartinha sobre seus Orís para depois levarem até a cabana de Oxalá e lá a Iyalorixá ou Babalorixá estará esperando todos e em ordem hierárquica, receberá as quartinhas com água e lavará o Orí de cada um, colocando um Obí no Orí cobrindo-o com um ojá. Esse ritual é feito em todos que se encontrarem na casa, abians, iniciados e visitantes, sem excessão, o Orí se renova. Retorna-se ao rio ou fonte mais algumas vêzes dando seguimento ao osé de Oxalá.

O ritual em algumas casas mais tradicionais é feito em quatro momentos e seguida de três domingos subsequentes com festas e grande orô. Os domingos de festa cumprem uma etapa fundamental das obrigações, o ciclo se realiza ao se reviverem durante os 16 dias o caminho mitológico do Orixá nos três domingos e tudo começa na saudação a Orixan’lá bem cedo em em frente ao seu Ojubó na cabana, todos prostados com o Orí sobre os punhos em formato de pilão, rezando e saudando o Orí ( Orí Aperê o).

1º Domingo-Festa de Oduduwá (ancestralidade- A Terra).
O caminho do Orixá, a paz silenciosa toma conta de tudo, as roupas alvas, a alimentação sem sal por 16 dias o ajeum funfun estará presente. O ciclo do primeiro domingo se fechará num orô somente com Orixás funfun em roda e os omolorixás da casa no toque tradicional do batá em celebração a Oduduwa ao mais antigo Orixá funfun.

2º Domingo- Festa de Oxalufan (ancestralidade- O Alá).
Continua o preceito e neste dia bem cedo antes do xirê, os assentamentos, cabaças e axés voltam para sua “Casa”, ao som de cantigas e revoadas de pombos brancos soltos por egbomis, um grande Alá acompanha o Orixá em seu retorno que passará para reverencias no Ilê Ibô Akú (casa de antigos ancestrais) e também na casa ou quarto de Yemanjá. Terminado a caminhada em sua casa ou quarto, o Grande Oxalufan descansará e as Iyás arrumarão seu ajubó entoando cantigas em tom baixo em respeito e devoção. Mais tarde na festa, o xirê se repetirá em roda, muito Ebô, o rítmo Igbí, Babá Daribô com seu Opaxorô nos brindará dançando ao som de cantigas toda sua odisséia.

3º Domingo- Festa de Oxaguian (Ancestralidade- O Pilão).
Orisagiyan é o Elemoaxó funfun, cantigas mais aceleradas e a dança do Guerreiro do universo, do Pai Senhor da Guerra à Paz. Aparecem as contas com seguí, símbolo que o dignifica como único Orixá funfun Ajagunan. A raiz de inhame é o elemento que se apresenta da cozinha direto para o barracão, como prato do preceito, em bolas de inhame pilado, alimento de expansão do Axé, o simbolismo da Tradição dos Orixás. . Cantigas lembraram os ritos do atorí e vários atoris são distribuidos pela Iyalorixá ou Babalorixá que dá início tocando em Oxaguian e depois vão tocando uns aos outros na roda de forma hierárquica em que do mais velho Oxalá ao mais novo iniciado da casa participam até que todos tenham sido tocados por Oxaguian. O ciclo e todas as festividades das Águas de Oxalá, de renovação da existência e expansão do Axé será encerrado formando novamente a roda e fazer o encerramento com a cantiga em reverencia Olodumare.

Axé.

Por Fernando D’Osogiyan

Pesquisa no livro de Maria das Graças de Santana Rofrigué- Orí Aperê – Mestre em Ciência da Religião PUC-SP. Pedagoga pela Universidade Católica de Salvador- Omolorixá do Asé Opo Afonjá-Bahia

Acervo cultural Asé Òsòlùfón-Íwìn-Guapimirim/RJ
Ngola Nzinga Mbande ou Rainha Nzinga (c. 1583 — Matamba, 17 de dezembro de 1663) foi uma rainha (Ngola) dos reinos do Ndongo e de Matamba, no Sudoeste de África, no século XVII. O seu título real na língua kimbundu - "Ngola" -, foi o nome utilizado pelos portugueses para denominar aquela região (Angola). Nzinga viveu durante um período em que o tráfico de escravos africanos e a consolidação do poder dos portugueses na região estavam a crescer rapidamente. Era filha de Nzinga a Mbande Ngola Kiluanji e de Guenguela Cakombe, e irmã do Ngola Ngoli Bbondi (o régulo de Matamba), que tendo se revoltado contra o domínio português em 1618, foi derrotado pelas forças sob o comando de Luís Mendes de Vasconcelos. O seu nome surge nos registos históricos três anos mais tarde, como uma enviada de seu irmão, numa conferência de paz com o governador português de Luanda. Após de anos de incursões portuguesas para capturar escravos, e entre batalhas intermitentes, Nzinga negociou um tratado de termos iguais, converteu-se ao cristianismo para fortalecer o tratado e adotou o nome português de Dona Ana de Sousa. Tendo os termos do tratado sido rompidos por Portugal, Dona Ana pediu a seu irmão para interceder e lutar contra a invasão portuguesa. Diante da recusa de seu irmão, Nzinga, pessoalmente, formou uma aliança com o povo Jaga, desposando o seu chefe, e subsequentemente conquistando o reino de Matamba. Ganhou notoriedade durante a guerra por liderar pessoalmente as suas tropas e por ter proibido as suas tropas de a tratarem como "Rainha", preferindo que se dirigissem a ela como "Rei". Em 1635 encontrava-se disponível para formar uma coligação com os reinos do Congo, Kassanje, Dembos e Kissama. Como soberana, rompeu os compromissos com Portugal, abandonando a religião católica e praticando uma série de violências não só contra os portugueses, mas também contra as populações tributárias de Portugal na região. O governador de Angola, Fernão de Sousa, moveu-lhe guerra exemplar, derrotando-a em batalha em que lhe matou muita gente e aprisionando-lhe duas irmãs, Cambe e Funge. Estas foram trazidas para Luanda e batizadas, respectivamente com os nomes de Bárbara e Engrácia, tendo retornado, em 1623, para Matamba. A rainha manteve-se em paz por quase duas décadas até que, diante do plano de conquista de Angola por forças da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais, percebeu uma nova oportunidade de resistir. Traída eventualmente pelos Jaga, formou uma aliança com os holandeses que à época ocupavam boa parte da Região Nordeste do Brasil. Com o auxílio das forças de Nzinga, os holandeses conseguiram ocupar Luanda, de 1641 a 1648. Em Janeiro de 1647, Gaspar Borges de Madureira derrotou as forças de Nzinga, aprisionando sua irmã, D. Bárbara. Com a reconquista definitiva de Angola pelas forças portuguesas de Salvador Correia de Sá e Benevides, retirou-se para Matamba, onde continuou a resistir. Em 1657, um grupo de missionários capuchinhos italianos convenceram-na a retornar à fé católica, e então, o governador de Angola, Luís Martins de Sousa Chichorro, restitui-lhe a irmã, que ainda era mantida cativa. Em 1659, Dona Ana assinou um novo tratado de paz com Portugal. Ajudou a reinserir antigos escravos e formou uma economia que ao contrário de outras no continente, não dependia do tráfico de escravos. Dona Ana faleceu de forma pacífica aos oitenta anos de idade, como uma figura admirada e respeitada por Portugal.
Ngola Nzinga Mbande ou Rainha Nzinga (c. 1583 — Matamba, 17 de dezembro de 1663) foi uma rainha (Ngola) dos reinos do Ndongo e de Matamba, no Sudoeste de África, no século XVII. O seu título real na língua kimbundu - "Ngola" -, foi o nome utilizado pelos portugueses para denominar aquela região (Angola). Nzinga viveu durante um período em que o tráfico de escravos africanos e a consolidação do poder dos portugueses na região estavam a crescer rapidamente. Era filha de Nzinga a Mbande Ngola Kiluanji e de Guenguela Cakombe, e irmã do Ngola Ngoli Bbondi (o régulo de Matamba), que tendo se revoltado contra o domínio português em 1618, foi derrotado pelas forças sob o comando de Luís Mendes de Vasconcelos. O seu nome surge nos registos históricos três anos mais tarde, como uma enviada de seu irmão, numa conferência de paz com o governador português de Luanda. Após de anos de incursões portuguesas para capturar escravos, e entre batalhas intermitentes, Nzinga negociou um tratado de termos iguais, converteu-se ao cristianismo para fortalecer o tratado e adotou o nome português de Dona Ana de Sousa. Tendo os termos do tratado sido rompidos por Portugal, Dona Ana pediu a seu irmão para interceder e lutar contra a invasão portuguesa. Diante da recusa de seu irmão, Nzinga, pessoalmente, formou uma aliança com o povo Jaga, desposando o seu chefe, e subsequentemente conquistando o reino de Matamba. Ganhou notoriedade durante a guerra por liderar pessoalmente as suas tropas e por ter proibido as suas tropas de a tratarem como "Rainha", preferindo que se dirigissem a ela como "Rei". Em 1635 encontrava-se disponível para formar uma coligação com os reinos do Congo, Kassanje, Dembos e Kissama. Como soberana, rompeu os compromissos com Portugal, abandonando a religião católica e praticando uma série de violências não só contra os portugueses, mas também contra as populações tributárias de Portugal na região. O governador de Angola, Fernão de Sousa, moveu-lhe guerra exemplar, derrotando-a em batalha em que lhe matou muita gente e aprisionando-lhe duas irmãs, Cambe e Funge. Estas foram trazidas para Luanda e batizadas, respectivamente com os nomes de Bárbara e Engrácia, tendo retornado, em 1623, para Matamba. A rainha manteve-se em paz por quase duas décadas até que, diante do plano de conquista de Angola por forças da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais, percebeu uma nova oportunidade de resistir. Traída eventualmente pelos Jaga, formou uma aliança com os holandeses que à época ocupavam boa parte da Região Nordeste do Brasil. Com o auxílio das forças de Nzinga, os holandeses conseguiram ocupar Luanda, de 1641 a 1648. Em Janeiro de 1647, Gaspar Borges de Madureira derrotou as forças de Nzinga, aprisionando sua irmã, D. Bárbara. Com a reconquista definitiva de Angola pelas forças portuguesas de Salvador Correia de Sá e Benevides, retirou-se para Matamba, onde continuou a resistir. Em 1657, um grupo de missionários capuchinhos italianos convenceram-na a retornar à fé católica, e então, o governador de Angola, Luís Martins de Sousa Chichorro, restitui-lhe a irmã, que ainda era mantida cativa. Em 1659, Dona Ana assinou um novo tratado de paz com Portugal. Ajudou a reinserir antigos escravos e formou uma economia que ao contrário de outras no continente, não dependia do tráfico de escravos. Dona Ana faleceu de forma pacífica aos oitenta anos de idade, como uma figura admirada e respeitada por Portugal.