segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

..... A IMPORTÂNCIA DO OVO NO CANDOMBLÉ.....




O ovo é o principal e maior símbolo da fertilidade, utilizado amplamente nos rituais de purificação, iniciaçãoBorí e èbós de propiciação e defesa. Existem vários contos de Ifá relatando a grande importância do Ovo. Uma delas conta que, Òlódúnmàré (Deus) estava para dar origem ao universo, tinha num pote de barro “4 Ovos”, com o ovo deu origem primeiramente a Òòrìsànlà-Òbátálà surgindo na explosão da luz sem forma quando literalmente Deus disse haja luz assim Òòrìsànlà surgiu no mundo, com o  deu origem a Ògún a forma, o 3º deu origem a Òbálúwàiyé a estrutura, o 4º ovo acidentalmente caiu de sua mão estourando no chão revelando sua riqueza originando assim a primeira mulher universal chamada Ìyàmi-òsòróngà, expondo o segredo de sua riqueza para o grande pai, ou seja, mostrando seu poder de fertilidade e sobrenatural exposto a olho nu diante do Deus Supremo, nascendo assim, a fonte mantenedora da vida o Ovo possui três diferente cores associado as cores principais e primordiais do universo; o ovo de casca azul representando a cor preta relacionada ao “Aba” = a escuridão as trevas das profundezas da terra e mares, o ovo de casca branca relacionada ao “Iwà” = a explosão da luz, e finalmente o ovo de casca vermelha relacionada ao “Àsé” = fogo mantenedor da fertilidade totalmente relacionado ao poder sobrenatural. Seu conteúdo possui diversas características, o qual na maioria das vezes é branco, frágil e oval. Dele nasceu um novo ser, associado a idéia de que o universo surgiu primordialmente dele próprio, na forma de um protótipo do mundo. Como um filho de asas negras = ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ que foi cortejada pelo vento =ÒÒRÌSÀNLÀ-ÒBÁTÁLÀ. O ovo é uma célula reprodutora feminina dos animais chamada macro-gameta, ou seja, rudimento de um novo ser organizado, primeiro produto do encontro dos dois sexos, pelos quais desenvolve a possibilidade de existência do fato. Germe, origem, princípio. Uma imagem viva do grande mundo (O Universo), em oposição ao microcosmo (o homem). O Ovo é resultante da composição e fecundação de óvulos, possuindo 4 partes; a 1º parte é a casca que representa o útero (invólucro mítico), a 2º parte é membrana interna que representa a bolsa, placenta uterina (parede defensora), a 3º parte é a clara, matéria viscosa e esbranquiçada, do grupo das proteínas que representa o útero, a 4º parte é a gema amarela, parte intima, central e globular suscetível de reproduzir, a qual representa o feto, um novo ser engendrado preparado para nascer e autuar no que for necessário.

O mito do ovo está presente em todas as culturas antigas, entre elas a Yorubà, Polonesa, Fenícia, Chinesa, Eslava, Polinésia, Finlandesa, Hindu, Germânica, Hebraica entre outras. A força germinal contida no ovo, esta associada à energia vital com grande desenvolvimento através de èsú, motivo pelo qual, tanto o ovo como Èsú, desempenha uma função importantíssima no culto Yorubà principalmente no culto deÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀÒSÚN, IYEWÁ, OYÀ, ÒMÒLÚ e etc...
Confirmando um total culto à fertilidade, magias curativas, purificando e quebrando as forças maléficas. A gema, sangue germinal unida à clara para obter nutrientes e hidratação necessária, transformados num único ser vivo individual no interior do ovo, plagiando o mesmo processo no interior do útero, que indiscutivelmente é o mesmo processo que acontece nos rituais, numa mesma idéia de união do casal universal; Òòrìsànlà-Òbátálà e Iyémowo. Só o que no contexto do ovo, acontece mais rapidamente não existindo nenhum tipo de vinculo biológico entre a mãe e o filho, ou seja, não existe cordão umbilical. Isto explica o poder contido no ovo por si só, o qual foi um elemento criado diretamente pelo todo poderoso Òlódúnmàré (Deus), que colocou primeiramente o Ovo no mundo, logo depois surgindo dele a vida, ou seja, a ave. Por isso, o ovo é um elemento originado do criador, o símbolo mais importante representante do poder de ÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ a mãe universal que necessita intrinsecamente do poder masculino de ÒÒRÌSÀNLÀ-ÒBÁTÁLÀ, o qual faz o ovo um elemento de muito Àsé (poder realizador).     O ovo é utilizado amplamente nos rituais sob várias formas depois de encantados por palavras mágicas; na finalidade de neutralizar o mal, purificar a cabeça de um Iyawó antecedendo a iniciação, purificar a cabeça das que habitualmente irá receber sacrifícios no Orí, antecedendo o borí, purificar o caminho de pessoas que tem obstáculos na vida, tirar problemas de confusão, purificar uma pessoa com maus espíritos, tirar doença de mulheres e bebes tirar a Ikú das ou do caminho de alguém. O ovo e também utilizado nos rituais de propiciação; na finalidade de obter fertilidade, atrair dinheiro, produtividade nós negócios e apaziguamento de certa situação quando utilizado em èbós de seu aÌYÀMI-ÒSÒRÓNGÀ. O ovo quando cozido não possuindo mais então é utilizado inteiro sobre as oferendas das divindades, tendo somente a função de neutralizar doenças negativas. Já quando cozido e esfarinhado misturado ao “EKURU” também esfarinhado, este tipo de comida é utilizada para espalhar sobre o solo da casa de òrìsá, na finalidade de agradar os “AYES” (espíritos que residem na terra) espantando o mal ou neutralizando as energias negativas, quando é invocado neste ritual; os AYE sob o domínio de Ìyàmi-òsòróngà,Èsú e Òbálúwàiyé, assim propiciando abundancia e prosperidade para casa.O ovo cru com seu frescor, quando utilizado inteiro em oferenda tem a função tranqüilizar e refrescar. Por isso, é comum vermos muitos ovos crus depositados no chão aos pés de certos Ajùbò(assentamentos dos òrìsas) na finalidade de atrair abundancia e proteção, fazendo todas as divindades compreenderem perfeitamente que o èbò é uma súplica de fertilidade, germinação de filhos, dependendo da atuação da Divindade, ela não só atuará no tocante a fertilidade no útero, mais também propiciaria dinheiro, sorte, saúde e desenvolvimento na vida, por ser ovo um agente naturalmente fértil. Já os ovos crus, quando “quebrando” diretamente passando na cabeça, têm a função poderosa de purificar e livrar até 80% qualquer tipo de feitiço ou qualquer outro tipo de negatividade que esteja sobre o Orí de uma pessoa. Quando num èbò ovos crus são atirados no chão ou quebrados encima do corpo de uma pessoa num sacrifício de purificação vulgarmente chamados de descarrego, é na finalidade de desobstruir os caminhos tirando as dificuldades da vida ou qualquer espírito de força contrária que esteja acoplado no corpo (obsessores). Ao ser quebrado ele revela sua riqueza e seu poder tanto sobrenatural como concreto, pois no exato momento que é quebrado, o ovo não terá mais a possibilidade de germinar, ou seja, nascer algo dele, assim num tipo de substituição ou troca matará o problema que aflige uma pessoa possibilitando o fim de algo ou de uma situação negativa. Por este motivo que o ovo cru deve ser quebrado principalmente no Òrí de uma pessoa, numa preparação da cabeça que logo depois irá levar ritos sacrifica-tórios; começando pelo 1º sangue negro o Agbo-tutu (sumo de ervas fresca) em seguida o sangue vermelho de aves ou quadrúpedes e finalmente o sangue branco do igbin (caracol) que é espremido por cima de tudo, assim purificando, possibilitando a existência da força sobrenatural, acalmando e fertilizando a cabeça que esta no momento recebendo o puro ase , com a união dos três sangues primordiais após ter sido purificada com o ovo cru, possibilitando a pessoa obter sorte, dinheiro, felicidade, fertilidade, saúde e tranqüilidade. Quando um ovo é quebrado em qualquer ritual, o nome Ìyàmi-òsòróngà é respeitosamente citada e reverenciada, porque qualquer que seja o ovo lhe pertence, como relata vários Itãn-Ifá. Quebrar um ovo na rua (atirando no chão) pela manha por três ou sete dias consecutivos, chamando Èlegbara e Ìyàmi-òsòróngà e espargindo dendê por cima do ovo cru, este, é um simples e poderoso ritual do culto deÌyàmi-òsòróngà, o qual tem a finalidade de afastar qualquer tipo de dificuldade ou prejuízo acalmando qualquer energia avessa do caminho de uma pessoa.          Como relata ifá, o ”Ovo de pato” é o símbolo da vida e umas das proibições de Ikú (morte), a utilização do ovo de pata cru, é essencial principalmente em certos rituais e seu, com finalidade de quebrar a força da morte, doença e perdas, assim uma pessoa sairá vitoriosa obtendo longevidade, saúde e ganhos. Quando cozido e esfarinhado é utilizado como agente purificador passando pelo corpo de uma pessoa em èbós de Egungun ou Onilé (para dentro da terra), também como casca e tudo é transformado a pó (seco ao sol) utilizado no igbà-Orì e assentamentos dos Òrìsá de relação com ikú Ex: Èsú, Ògún, Òbálúwàiyé, Iyewá, Òmòlú, Erinlè, Ibeji, Sàngó, Oyà, Iyémowo, Òòrìsànlà, Ajaguémó, Iroko, Yòbá, Onilé, Egungun e Gèlèdè.         Como relata Ifá, o único Òrìsá que não possui relação com ikú é o òrìsá Òsún, por ela não aceitar qualquer relação com situação de morte, também não aceita que os animais em seu culto sejam sacrificados (mortos) encima de seu Okuta. Por motivo não admiti a utilização de qualquer utensílio de cor escura, marfim, osso, buraco, agressividade e doença, os quais possuem totais relações com a morte. Isto também explica o porquê Òsún não aceita que suas filhas morram facilmente, assim Òsún os protege dando longa-vida numa ação de prolongar o Maximo o contato com a morte, todos esses aspectos de Òsún estão relatados nos Itãns do Odu Ósé.Assim, o ovo de pata é amplamente utilizado nos “Èbós–Aiku” (sacrifício de longevidade) tirando qualquer tipo de morte, seja material, espiritual, financeira ou sentimental.          Fica claro que o ovo utilizado na casa de Òrìsá é um elemento de Ìyàmi-òsòróngà sendo um utensílio de muito àsé.
Classificação dos Ovos
Ovo de galinha cru – purifica e tranqüiliza. Ovo de galinha cozido – tirar doenças.Ovo de galinha esfarinhado – neutralizar negatividade do ambiente, atrair prosperidade e abundancia
Ovo de pata cru – enfraquece a força da  morte, doenças graves e perdas.

Ovo de codorna – Neutraliza feitiço.

Ovo de D’angola – propicia dinheiro, sorte, prosperidade riqueza e sucesso nos negócios
Ovo de pombo – propicia tranqüilidade e fertilidade.




sábado, 29 de janeiro de 2011

CHICO XAVIER.


Que Deus não permita que eu perca o romantismo,
mesmo eu sabendo que as rosas não falam.Que eu não perca o otimismo,mesmo sabendo que o futuro que nos espera não é assim tão alegre Que eu não perca a vontade de viver,mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, dolorosa...Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos,mesmo sabendo que, com as voltas do mundo,eles acabam indo embora de nossas vidas...Que eu não perca a vontade de ajudar as pessoas,mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver,reconhecer e retribuir esta ajuda.Que eu não perca o equilíbrio,mesmo sabendo que inúmeras forças querem que eu caia Que eu não perca a vontade de amar,mesmo sabendo que a pessoa que eu mais amo,pode não sentir o mesmo sentimento por mim...Que eu não perca a luz e o brilho no olhar,mesmo sabendo que muitas coisas que verei no mundo,escurecerão meus olhos...Que eu não perca a garra,mesmo sabendo que a derrota e a perd asão dois adversários extremamente perigosos.Que eu não perca a razão,mesmo sabendo que as tentações da vida são inúmeras e deliciosas.Que eu não perca o sentimento de justiça,mesmo sabendo que o prejudicado possa ser eu.Que eu não perca o meu forte abraço,mesmo sabendo que um dia meus braços estarão fracos...Que eu não perca a beleza e a alegria de ver,mesmo sabendo que muitas lágrimas brotarão dos meus olho se escorrerão por minha alma...Que eu não perca o amor por minha família,mesmo sabendo que ela muitas vezes me exigiria esforços incríveis para manter a sua harmonia.
 bom dia... Nino D'odé.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

De NIDIA para NINO D'ODÉ.

Olá meus amigos, recebi essas palavras de minha amiga NIDIA D'OSÚN e compartilho com todos vcs ......





● Filhos de Odé não falam, Encantam!


● Filhos de Odé não tem Coragem, tem Princípios!


● Filhos de Odé não Respiram amor, Aspiram liberdade!


● Filhos de Odé não despertam Vontade, e sim, Desejo!


● Filhos de Odé não são Diferentes, são Raros!


● Filhos de Odé não Chamam,Invocam!


● Filhos de Odé não Aparecem, Chamam atenção!


● Filhos de Odé não é Moda, é Atitude,Religião!


● Filhos de Odé não Espera, dá Tempo!


● Filhos de Odé não Dançam, Humilham!


● Filhos de Odé não são Vip's, são Camarote!


● Filhos de Odé não Amam, Sentem Desejo!


● Filhos de Odé não Andam, Desfilam!


● Filhos de Odé não se Acham, são Procurados!


● Filhos de Odé não são Bons,são Ótimos!


● Filhos de Odé não são Fáceis, são Irresistíveis....

NIDIA que Deus te ilumine sempre, dando o de melhor, que Bàbá mi Odé possa lhe dar fartura, paz e felicidade, asé ô.

.....QUANDO O ORISÁ ESCOLHE........








Quando uma pessoa é escolhida pelo orixa, ele traz uma marca que não passa desapercebida é igual a um perfume bom que alguém passa e exala e que muitas vezes não se comenta.



Mas a curiosidade nos faz querer saber o nome da fragrância. Assim somos nós, quando o orixa nos marca com algo especial com o cargo de zelador muitos querem saber o segredo, e o porque de ter sido você ? ai logo vão querer copiar, mas não dá! O segredo está no coração do orixa e existem detalhes em você que é só seu. E o preço que se paga por ser escolhido pelo orixa muitas vezes é dolorido,têm falta de compreensão carregada de inveja e muitas vezes com calúnia e falta de fé. E o inimigo vai tentar usar de armas pra te neutralizar, mas isto não adianta diante da grandeza do orixa na sua vida se o selo de fidelidade dele estiver em nós zeladores honestos, corretos e amigos, nós vencemos tudo: seja sempre grato por este amor que o orixa deposita em você e que ele esteja comigo por hoje e sempre axé.

4 Estações !!!




Um homem morava no deserto e tinha quatro filhos. Querendo que seus filhos aprendessem a valiosa lição da não precipitação nos julgamentos, os enviou para uma terra um onde tinha muitas árvores. Mas ele os enviou em diferentes épocas do ano. O primeiro filho foi no inverno, o segundo na primavera, o terceiro no verão e o mais novo foi no outono.Quando o último deles voltou, o pai os reuniu e pediu que relatassem o que tinham visto. O primeiro filho disse que as árvores eram feias, meio curvadas, sem nenhum atrativo. O segundo filho discordou e disse que na verdade as árvores eram muito verdes e cheias de brotinhos, parecendo ter um bom futuro. O terceiro filho disse que eles estavam errados, porque elas estavam repletas de flores, com um aroma incrível e uma aparência maravilhosa! Já o mais novo discordou de todos e disse que as árvores estavam tão cheias de frutos que até se curvava com o peso, passando a imagem de algo cheio de vida e substância.Aquele pai então explicou aos seus filhos adolescentes que todos eles estavam certos. Na verdade eles viram as mesmas árvores em diferentes estações daquele mesmo ano. Ele disse que não se pode julgar uma árvore ou pessoas por apenas uma estação ou uma fase de sua vida. Ele explicou que a essência do que elas são, a alegria, o prazer, o amor, mas também as fases aparentemente ruins que vem daquela vida, só podem ser medidas no final da jornada quando todas as estações forem Se você desistir quando chegar o "inverno", você vai perder as promessas da primavera, a beleza do verão e a plenitude do outono. Não permita que dor de apenas uma "estação" destrua a alegria de todas as outras. Não julgue a vida por apenas uma fase. Persevere através dos caminhos dificultosos e épocas melhores virão com certeza
Bom dia. Nino D'odé.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

URGENTE: O QUE ESTA ACONTECENDO COM O CANDOMBLÉ??




A Fé

Acrescentando minha opinião sobre fé e dedicação diária....
O que noto e sempre notei nos Candomblés, foi a falta de informações que constroem a fé ou que a fortalecem. Vi muitas pessoas, que entram para a religião por vários motivos mas não aprendem o básico do básico e por consequência não entendem muito bem o que estão fazendo ali,apenas sabem que aquele lugar faz bem a ela, ou ela tem alguma coisa a fazer ali.
O mal está na falta de conhecimento, de entendimento dos porques (não os porques ligados a fundamentos) mas sim os porques que orientam o entendimento de uma criatura, que geralmente vem de formação cristã e isso gera durante algum tempo conflitos internos justamente porque ela vem já com uma carga de "entendimento e conduta" das religiões cristãs, que se chocam com o Candomblé, o sacrifício é uma delas, e nada lhes é explicado, apenas se sabe que no Candomblé se vc soma A+B +C vai chegar a X. Não é explicado que para esse resultado vir e mudar sua vida existe toda uma mudança interna que essa pessoa deverá fazer ou seja, melhorar seu caráter, deixar de fazer certas coisas que agridem seu Ori, etc....O próprio entendimento de Ori e de toda uma conduta diária não lhes é explicado, e aí vem o erro da maioria dos Sacerdotes do Candomblé, não explicam ou porque eles mesmos não param para pensar e "não sabem o significado" , só sabem "fazer assim porque aprendeu assim", muitos aprendem a fórmula mas não a estudaram, não sabem os porques e portanto não podem passar o que não sabem a seus seguidores.
Uma pessoa que faz um ritual mas não sabe o porque o fez, nem que ela mesma tem regras e preceitos diários a seguir até se obter um resultado, até que o Orun [CÉU] atenda a um pedido de Aye [TERRA], nunca vai chegar a amar realmente sua religião nem ter respeito por ela, pois não imagina que temos todo um código de conduta, e a função de nossa religião , a principal é a mesma das outras: 

melhorar o ser humano, fazer dele mais "humano", respeitar o direito do próximo, se preocupar com o espiritual, com sua essência e não agredí-la, para que seu destino seja bom....
Enfim, o que acho é que enquanto os Sacerdotes não se preocuparem em ter explicações desse gênero e passá-las a seus seguidores, enquanto eles não forem exemplo de conduta e caráter a seus seguidores, enquanto eles deixarem passar que somos uma religião que une o sagrado, o divino à mais baixa feitiçaria e amarrações amorosas, os novos continuarão perdidos entre a pergunta..." Será que eu estou servindo a Deus ou ao Diabo?" ou
"O que essa religião está fazendo de mim, uma pessoa pior ou melhor do que eu sou"? Porque as pessoas hoje em dia se questionam , mas a maioria não tem a explicação para sentir que estão numa religião como outra qualquer, apenas mais antiga e porisso com ritos que podem as vezes serem mal interpretados e confundirem a cabeça do leigo.
Portanto o que penso realmente é que somos atacados, e somos realmente, em muito se deve a propria conduta de certos sacerdotes da nossa religião, que não são exemplo a seus seguidores, que não se dão ao respeito e com isso denigrem a religião dentro de suas próprias casas de candomblé, muitos que são da lei "faça o que eu mando, mas não o que faço", enquanto a quantidade de "iniciados" valer mais que a "qualidade", e enquanto as pessoas que estão entrando para a religião ficarem sabendo seu Orixá inclusive qualidade e acompanhamento, já entram para se iniciar sabendo da receita que será usada e do que vai passar lá dentro, mas sem a mínima noção que depois dessa feitura terá que mudar sua vida, e adotar uma outra como ser sagrado, como renascido... .uma nova criatura ensinada em todas as outras religiões para todos os iniciados!
Enquanto os Sacerdotes não adotarem um código de ética e conduta para serem realmente "respeitados" como sacerdotes.. .a situação continuará a mesma.




O orum



  Gostaria de trazer um
tema bastante atual e que reflete minhas ideias e pensamentos a
respeito. Isso é longe de ser definitivo ou completo mas pelo menos
aborda um aspecto dessa questão.

Lamento o tamanho da postagem mas, é sempre assim quando o assunto é polêmico...

A questão das trocas entre o órun [ceú] e o aiye [terra].

Existe uma questão que sempre me perseguiu e talvez aconteça o mesmo
com outras pessoas que estejam preocupadas com a religiosidade em si
que deve estar presente nas pessoas que praticam uma religião, e essa
questão é a capacidade que deve ter o crente de qualquer religião em
poder responder a uma pergunta muito simples, talvez a coisa mais
elementar que é: O que ele faz dentro da religião? Qual a finalidade
dele na religião? O que a religião traz para sua vida? Como a religião
se incorpora na sua rotina diária?

Parece um coisa simples de ser respondida por uma pessoa que se diz
sacerdote, seguidor ou crente de uma religião, principalmente para
uma pessoa que não faça parte desta mesma religião. Não se trata de
proselitismo, mas, um crente tem que ter a capacidade de motivar ou de
explicar as suas motivações para um não crente, dessa forma não é para
convencer o outro a adotar a sua religião, mas, conseguir explicar a razão da tua fé e seus motivos nessa religião.

É claro que vou apresentar aqui a minha versão para isso e que é esta
a questão de fundo do que estou escrevendo, mas, antes disso gostaria
de explorar um pouco mais esse drama. Sim, o drama, que se transforma
essa questão. Eu penso que é muito normal uma pessoa que esta dentro
de uma religião ter a capacidade de se expressar sobre os motivos que
a levam a estar lá e que benefícios a religião traz a sua vida de uma
maneira que não só a pessoa pode explicar sua opção como também
convencer outras desse caminho.

Mas, o que eu observo é que, quando estamos lidando com o Candomblé e
com a Umbanda isso se torna, sem exagero, um transtorno mental.
Deixando de lado a boa vontade e simpatia e se concentrando na
argumentação em sí, eu, até hoje, ouvi muito poucas, raríssimas,
pessoas, que podiam se explicar sem caírem em lugares comuns, frases
decoradas que não convenciam nem elas mesmas do que estavam fazendo.
Por exemplo, no caso do Candomblé qualquer resposta depois de alguns
segundos de silêncio e aquele olhar profundo e perdido.... resulta em
umas frases como: Eu amo meu orixá ou meu orixá é tudo para mim, O
orixá é quem me dá caminho, etc... Nada de errado com essa
manifestação de fé e carinho muito apropriadas a uma religião
iniciática onde o orixá deve desempenhar um papel muito exemplar no
imaginário do seguidor, mas, de forma nenhuma serviriam para explicar
a alguém o motivo daquilo tudo ou convencer a sim mesmo do que esta
fazendo e o porque de tantos preceitos e sacrificios.

No caso da Umbanda o mais comum é a velha definição de que ela esta
ali para ter uma evolução espiritual, mas, prosseguindo com mais
perguntas sobre o mesmo tema, não se consegue que a pessoa defina com
clareza o que é esta evolução espiritual para ela. Responder a
primeira pergunta sobre um assunto exige um pouco de conhecimento,
funcionando até mesmo uma embromação, mas responder 3 ou 4 perguntas
sucessivas sobre o mesmo assunto aprofundando a resposta exige saber
de fato o que se esta falando. Assim me transtorna um pouco ver tanta
fé nas pessoas, se dedicando dias e noites a uma religião sem que se
pudesse perceber se elas sabiam o que as mantêm ali.

Vocês podem estar imaginando: e daí? Qual a significância em se saber
definir isso em palavras se o que importa é o que está no coração?
Claro, essa é uma boa fuga para essa questão, mas, se fosse assim
mesmo, só uma questão de se expressar oralmente, eu tenho certeza que
a gente não veria tanta gente deixando o Candomblé e a Umbanda para se
transformarem em Evangélicos, deixando anos de dedicação para trás,
sem significado nenhum e acreditando de fato que na Igreja conseguiu
se encontrar com Deus. Como já ouvi e li de vários. Sério, não estou
exagerando. Não estava buscando definições acadêmicas ou formais,
estava buscando apenas uma explicação que me convencesse de fato.

E mais, conversei com várias pessoas para entender como era a vida
religiosa dela depois da sua iniciação ou mesmo para aquelas não
iniciadas e que apenas frequentavam o terreiro. Para meu espanto, fora
a presença em obrigações, aquilo era sempre um grande vazio interno....fiquei assustadíssimo!

Vejam, estar presente em obrigações ou no seu terreiro fazendo tarefas
domésticas não significa necessariamente que se esta tendo um vida
religiosa. Existe muitos religiosos que vivem enclausulados em igrejas
e conventos mas o trabalho doméstico é apenas uma necessidade em
relação vida em comunidade, elas dedicam muito do seu tempo a
religiosidade pessoal ou coletiva.

Mas o que eu esperava obter? Como já disse resposta simples, sinceras
e refletissem o envolvimento da alma daquela pessoa com a religião que
ela adotou, que fosse uma coisa tão simples e natural e ao mesmo tempo
calorosa que desse a quem ouvia a vontade de também participar daquela
vida.

Mas porque essa decepção?

A falta de orientação religiosa é assustadora.

Olha muito motivos existem. O primeiro deles sem dúvida é a falta de
formação e orientação religiosa dos ditos sacerdotes de Candomblé.
Eles abrem a boca para se auto nomearem sacerdotes de uma religião sem
ao menos terem uma conduta consistente que justique o emprego desses
termos, seja o de sacerdote seja o de religião.

Além disso o Candomblé esta hoje muito mais para uma religião magica
ou pratica mágica do que religiosa. Como religião a prioridade são os
ritos de liturgias e esse tema domina a formação e a preocupação das
pessoas. Só o rito importa, só a forma e fazer melhor do que outro e
saber mais ritos e segredos liturgicos transforma aquele
pseudo-sacerdote em alguém melhor. O dia a dia é dominado pela pratica
da magia para a obtenção de favores, para a correção de erros sem um
questionamento do mérito de quem pede ou da moral do que é feito.

Esse assunto, o da pratica mágica a ética ( na maior parte das vezes) e
da ritualística é o que domina qualquer conversa envolvendo os
praticantes e sacerdotes. Uma visita ao "dial" do rádio deixa isso bem
claro. Encontramos programas católicos, poucos, evangélicos, muitos,
e os de Candomblé. Enquanto nos primeiros existe uma preocupação com a
pregação da palavra de Deus, do verbo, para os últimos é apenas uma
hora de comércio e relacionamento.

Desta maneira a religião que existe e na qual se baseia o Candomblé se
perde e é esquecida. Os conceitos religioso, a teodócia a teogonia ou
mesmo a coisa mais simples, que é como eu iniciei qual o sentido para
isso na vida das pessoas, são apenas fragmentos não ligados que são
ditos com brevidade mais no sentido de mostrar que existe um
fundamento maior por trás de tudo, a religião de fato, mas que
raramente é explicado, servindo mais como isca ou como elemento para
despertar curiosidade e respeito. As pessoas entram na busca desse
conhecimento que nunca vem.

A grande responsabilidade por isso é a própria formação dos referidos
sacerdotes, completamente voltada para o rito e o ganho pessoal
através da pratica da religião. A preocupação por criar essa
orientação religiosa de fato não existe e como a gente sempre diz, que
só se pode dar aquilo que recebe, eles pouco ou nada tem a dar.

Os que se incomodam com isso acabam usando os conhecimentos que
adquiriram de outras religiões como o catolicismo ou o do Kardecismo
para terem algum discurso religioso. Esse discurso passa então a ter
nenhuma relação ou vinculo com o próprio candomblé. Além disso a
pratica mágica indiscriminada e sem ética e moral e que visa o seu
ganho financeiro próprio acaba retirando dele todo o sentido de ética
e moral que qualquer religião deve ter. Como essa pessoa vai pregar,
ensinar ou cobrar algo de seus seguidores se a sua pratica diária esta
envolvida em fins que são completamente não éticos, e as vezes, até imorais??

Mas muitos podem se levantar contra essas palavras e dizer que nem
todos são assim, simples feiticeiros e que sua pratica mágica e
litúrgica tem sim uma base ética. OK, como em tudo existe exceção
vamos aceitar que de existem esses grupos, mas, mesmo para esse grupo
as afirmações principais se sustentam: a falta de orientação da base
religiosa, a valorização da prática mágica e litúrgica.

Mas deixemos de lado um pouco essa questão que é farta de assunto e
exemplos, e na minha visão indefensável para voltarmos para o
praticante individual.

A vida religiosa de um praticante é então dominada pela ritualística e
submissão hierárquica com pouco ou nenhuma orientação religiosa. Sua
dedicação é dominada pela participação em obrigações próprias, de
outros ou coletivas onde o seu papel varia de nenhum a algum. Toda a
iniciativa ritual em um terreiro é dominada por poucos, um ou dois na
maior parte das vezes cabendo aos demais o papel de figuração ou coro.

A rotina religiosa é repleta de festejos que criam assim um
direcionamento estético e vaidosa para a presença da pessoa uma vez
que não tendo ela um papel ou não consumindo o seu tempo com reflexões
religiosas essa pessoa passa a dedicar o seu tempo ao culto do seu Ego
e da sua vaidade no que faz. A vaidade é o que domina o Candomblé hoje.

A troca de favores

Chegamos por fim a talvez uma das questões mais primárias disso tudo
que é o contínuo processo de troca entre o Orun [céu] e o Aiye [terra]. A vida do
praticante dessa religião é dominada pelo sentido de que trocas
contínuas de bens entre o Orun e o Aiye são destinadas a resolver
todos os seus problemas materiais. O supermercado religioso é a
tônica da compreensão que se estabelece. Assim, baseado no fato de que
a pessoa é dedicada ao seu orixá, que vai no seu terreiro para varrer
o chão e passar roupa, ela entende que é merecedora de favores do
plano divino. Assim oferendas e ebós são os elementos de troca que
buscam dar coisas para que a pessoa receba em troca favores, que vão
resolver o seu problema, trazer benefícios e criar atalhos para a sua
vida.

A questão do comportamento, do mérito e base para se poder se alcançar
algo de fato ficam sempre para segundo (ou nenhum) plano. Entende-se
que o processo mágico das oferendas ou de obrigações é o mais do que
necessário para se obter o que precisa. Entendesse que uma pessoa que
faça seu santo vai ter que receber em troca emprego, dinheiro e uma
vida melhor. Se isso não foi alcançado é porque o sacerdote que
procurou é ruim, seu santo foi mal feito, foi feito de santo errado, é de outra marca de orixá e etc...
O merecimento é sempre lembrado como motivo para justificar o não
benefício, geralmente por quem o fez, mas nunca lembrado quando o
contrário ocorre, o benefício é atingido. A medida de atingimento de
benefícios e prosperidade é a que justifica a permanência de alguém em
uma casa.

Na minha visão a base da religião nesse sistema de troca entre o Orun
e o Aiye são uma das principais causas de problemas que se tem. As
pessoas que se envolvem em religiões como o Candomblé e a Umbanda não
podem viver com essa perspectiva. Uma religião não pode se focar ou
incentivar esse comportamento porque jamais vai se encontrar.

Mais ainda, a falta de estrutura religiosa que permita a frequencia e
participação de pessoas não feitas em terreiros versus a contínua
pressão para que todos sejam feitos é uma questão fundamental. Essa
não será uma religião se não criar categoria de envolvimento e
iniciação. Quando os terreiros tiverem que conviver harmoniosamente
com pessoas que não querem ou que jamais farão o seu santo [ex : parentes carnais,clientes e amigos particulares] eles conseguiram enfim achar um caminho religioso para sua existência.
Hoje essa convivência é um estágio intermediário no qual a pessoa é
continuamente empurrada ou incentivada a trocar de status de cliente
para iyawo.

A manutenção de terreiros através de clientelismo religioso é mais um
outro mal. Esse processo de troca entre Orun e aiye deve acabar e isto
ser um bem intrínseco da religião e não explícito. O aspecto da troca
esta presente em todas as religiões em maior ou menor grau. Você
dedica tempo, fé e recursos e espera do Orun, do sagrado, um retorno
para a sua vida. Isso é natural, mas, algumas religiões moldarem isso
com sabedoria, como a católica outras transformaram isso na sua
bandeira como os evangélicos, mas que junto com a promessa de
benefícios traz uma enorme dose de doutrina, dogma, moral e ética.

A perspectiva materialista

Na umbanda e Candomblé isso fica quase apenas na perspectiva
materialista. O principal exemplo desse paradigma é a Umbanda. Como já
expliquei aqui antes a Umbanda por si só não se caracteriza nenhuma
religião. É um processo de possessão voltado em princípio para ajudar
outras pessoas mas que deve se basear em alguma doutrina religiosa,
qualquer uma porque a pratica da Umbanda exige mediunidade e não uma
crença religiosa específica, e o candomblé não é de medium e sim de iniciados. Assim existem muitas umbandas, cada uma
com uma combinação e entre comum apenas a incorporação com espíritos, diferenciando do orixá do candomblé.

Os médiuns e principalmente os frequentadores se fixam sempre na
solução de problemas da vida e materiais. A frequencia é determinada
por isso e todos os que ali estão querem resolver algo novo toda
semana. "Macumba boa é aquela que funciona". As respostas a pergunta
chave geralmente se traduzem em algo do tipo que a pessoa esta ali
para elevação espiritual, mas essa resposta não sobrevive a uma
segunda pergunta do tipo o que significa para ela essa elevação
espiritual, como aquilo se traduzira na vida dela?

Esse problema não é exclusivamente do Candomblé. Esta muito presente
também nos neo-pentecostais, contudo, apesar do muito excessos eles
conseguem algum equilíbrio entre a realização espiritual e o
sentimento de realização material. Tanto que as pessoas migram do
Candomblé e Umbanda para eles.

Existe um tipo de pessoa e uma determinada faixa da população que
coloca claramente essa questão material na frente da sua religião.
Elas na realidade vão estar sempre buscando alguém que resolva os seus
problemas e serão uma população migratória entre doutrinas e casas na
busca de solução.

O circulo virtuoso

Eu poderia traduzir assim o circulo virtuoso. Uma pessoa que se dedica
a essa religião deve encontrar base e orientação para através do
contato com esse divino, através de exemplos e através de orientação,
atingir um equilíbrio em sua vida na forma como a conduz e na forma
como dedica o seu tempo para objetivos de realização. Equilíbrio é a
principal palavra que traduz essa religião.

Uma pessoa religiosa é aquela que vive nesse mundo com a fé no divino.
Uma fé forte e presente que a faz saber que sua vida existência esta
sendo submetida e é controlada por uma força maior do que a dos
homens, por uma lei maior do que a dos homens. Assim essa pessoa vive
com a convicção de que não esta sozinha nesse mundo, o divino no orun
esta sempre a zelar por ele. Uma pessoa de fé sabe que o mundo e as
coisas são controladas pelo divino e não pela mesquinharia dos homens.

Essa pessoa vai se transformar em uma pessoa melhor para consigo mesma
obtendo equilíbrio na forma como vive sua vida e se dedica a seus
objetivos com ética e carater. O seu orixá e ori vão buscar não
somente ajudá-lo nesse equilíbrio como também ajudá-lo a enfrentar as
diversidades de sua vida, amenizando problemas, e tornando-o
transparente para seus inimigos. A própria conduta dessa pessoa,
equilibrada consigo mesmo vai evitar que ela cria inimigos para sí.

O seu ori vai protegê-lo dos ajogun, os males que estão nesse mundo e
que fogem ao nosso controle. A sua boa conduta vai permitir que
oportunidades se abram em sua vida, que ele as veja e que consiga se
aproveitar delas. Os caminhos dessa pessoa se abrem através do seu
mérito como pessoa e através da proteção do divino para aquelas coisas
que não forem plantadas por você mesmo.

Você como uma pessoa melhor vai ter condições de ajudar sua família e
trazer também para ela esse equilíbrio. Mais pessoas assim serão
beneficiadas por sua ação. O benefício para a família é um dos
principais objetivos que uma pessoa deve ter em sua vida, seja por
mantê-la unidada seja por vela prosperar.

Uma vez atingido esse estágio você tera condições de ajudar a
sociedade que o cerca, tendo assim conhecimento e experiência para
transmitir para outras pessoas, ajudando a transformar e melhorar o
mundo em que vive.

Uma pessoa religiosa deve ter uma pratica diária dessa religiosidade.
A oração é o elemento de ligação entre o aiye e o orun. As palavras
empregadas e sua repetição é o que o fazem. Uma pessoa com de Fé deve
estar ligada ao Orun e deve ter em sua vida a pratica da oração.
Além disso a pessoa que vive com Fé deve se lembrar desse divino ao
longo do seu dia. Seja quando tem uma dificuldade seja quando algo de
bom ocorre com ele porque o mesmo ouvido que serve para ouvir pedidos
de proteção e ajuda também server para ouvir agradecimento.

Uma pessoa de Fé deve ter uma pratica religiosa diária e semanal para
si que não dependa do seu terreiro para que ela busque através dessa
ligação com o Orun o equilíbrio e o Iwa pele que vão trazer tudo de
bom para a sua vida.

Uma pessoa de Fé deve saber como se dirigir a seu Orixá e Ori, e como
receber deles as mensagens que precisa para poder viver melhor nesse mundo e obter sabedoria!



Babá Nino D'Odé.

AMARRAÇÃO !! ?????

??..UMA MULHER ENCANTADA.??..




Quem já não leu esses dizeres : : AMARRAÇÃO, TRAGO SEU AMOR EM SETE DIAS, TENHA SEU HOMEM AOS SEUS PÉS, DEIXO SEU AMOR NA PALMA DA SUA MÃO...
Quem na verdade não quer viver eternamente ao lado do seu grande amor ?


Todos nós;  por mais durão que você seja,  em alguns instantes de sua vida irá necessitar em preencher seu coração com esse sentimento nobre e divino.
 



Conheço casos de pessoas que podem pagar qualquer valor, desfazer-se de qualquer bem material, afim em ter devolta a pessoa amada, muitos Pais de Santo charlatões, estelionatários e marginais, usam desse momento de fragilidade para aplicar golpes e manipular pessoas desprovidas da razão e com o Ego ferido, para acumular riquezas e multiplicar seu patrimônio.
 

Dentro do nosso culto há enúmeras maneiras de resolver e equilibrar e até realinhar a energia do campo sentimental ou seja a esfera amorosa.
 

Existem formas normais e corretas de uma pessoa resolver qualquer problema neste sentido sem amarrar a outra pessoa, no candomblé tradicional há Deuses que regem esse campo sem causar graves consequências ao seu parceiro(a) e a você. 


Uma pessoa que toma essa atitude em amarrar a outra até pode conseguir o resultado dessa façanha, mas toda interferência na vida de outra pessoa é Magia baixa, ou seja Magia Negra, tornando o amor incorrespondido em um Crime espiritual e como todo crime ele terá sua punição justa e sofrerá todas as conseguências dos seus atos manipuladores e egoístas comprometendo a verdadeira felicidade e a liberdade de seus descendentes, pois a herança não é só genética ou financeira é principalmente espiritual, inocentes não poderão pagar por essas dívidas.
 

Há casos de pessoas que apelam até para entidades da Umbanda em estado de evolução, as sensuais Pomba-giras, concretizando e firmando com esses espíritos um pacto que em na sua essência está acertado a troca, a submisão e consequentemente o castigo se esse pacto for quebrado por parte da pessoa ou melhor do devoto. 


Nesse acordo macabro a Pomba-gira traz a pessoa amada com suas condições e suas consequencias, agora diga-me: está errada a Pomba-gira ? levando em considerações o grau de sua iluminação espiritual ?
 


Muitos Babalorixás e Yalorixás do Candomblé não consultam o Oráculo sagrado para descobrir o caminho ( ODUM) que irá resolver esse problema. 


Uma separação é causada por diversos motivos: Inveja alheia, pragas, maldições, herança espiritual negativa (karma), bruxarias, feitiçarias, incompatibilidade de gênios, e realmente o fim do sentimento e da missão com o outro. 


O Sacerdote necessita descobrir com o auxílio do Oráculo qual é o motivo da separação, qual é o caminho que regeu ou rege a separação, qual é o Orixá que irá resolver o caso, no Candomblé temos um Orixá específico para cada situação do campo amoroso, vejamos:
 


  
OXUM:           Rege o amor maternal e fraternal,  um amor doce suave e sutil como a Deusa, amor que todas as Mães desenvolvem em seu estado inicial da gestação, ama seus bebês com cuidados e mimos e protegem-os  com sua própria vida.

 
LOGUN EDÉ: Fruto do amor entre Oxum e Oxosse.O Príncipe dos Deuses africanos, Cupido,  Eros,  Deus do Amor,  protetor dos relacionamentos sentimentais, tem a função em perpetuar o sentimento dentro dos corações de todos os homens, o amor a primeira vista correspondido e completo, equilíbra o relacionamento e resolve separações, uni, quando há algum sentimento entre os dois corações.

YEMANJÁ:
Rege a família constituída, os País, os Filhos, os Netos e  assim por diante...
o amor maternal e principalmente o amor fraternal, Yemanjá é a mãe que educa, ensina, repreende, controla todos em sua família, é capaz de qualquer medida para manter o equilíbrio familiar. O amor,  o respeito, e a admiração do seu marido é fator decisivo na permanência ao lado do seu conjuge , uma esposa que não tira a autoridade do seu homem, mas controla diretamente ou indiretamente todas a decisões do chefe da família, aprovando ou desaprovando com um gesto muito sutil.
Uma mulher soberana, bondosa, tranquila, amável, ela é a mãe do orixá Orí (cabeça mítica) e tem o controle total dos pensamentos de seus filhos manipulando-os ao seu gosto e decisões, só ela pode melhorar uma cabeça pertubada, fraca, e descontrolada. 
YEMANJÁ É A DONA DAS CABEÇAS.

YOBÁ:   a Vitoriosa Deusa da guerra, primeira esposa e Rainha  de Xangô
Amor incorrespondido, platônico, amor incondicional, o amor cego, aceitação dos caprichos do seu amado para não perde-lo, são os campos regentes por Obá, seu Ajé rege o crime passional, pune o conjuge traidor e é vencedora nas batalhas sentimentias, uma Deusa feminista convicta, uma amazonas,  auxilia só as mulheres nesta questão e as tornam vencedoras, aquela mulher que só após a união é que descobriu o amor verdadeiro pelo seu homem
 
 

OYÁ( YANSÃ):
 Rege as paixões arrebatadoras, o amor entre pessoas dos mesmo sexo, protege a condição em ser amante, o proíbido, o arriscado, o amor ousado, o perigoso, a diversidade em parcerias sentimentais, o exótico. Seu ajé rege a promiscuidade, a traição, a orgia, a prostituição.
OYÁ: é quem obriga o parceiro traidor em responder por todos os seus atos, domina a cabeça a vida  do traidor até ele emplorar misericódia a ela,OYÁ é vingativa e impetuosa, ela pode fazer mas não admite que nínguém faça com seus filhos. OXALÁ:  É o patriarca da família que rege e abençoa o homem da família, o pai, o marido, ao lado deYEMANJÁ, protege e perpetua a união da família, o casamento perfeito, a união universal.


rege e realiza o casamento e permite o reencontro de almas gêmeas.....

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O candomblé que eu acredito

O candomblé que eu acredito é aquele construido por todos iniciados, ...o candomblé que eu acredito abomina a feitiçaria, o topa tudo por dinheiro, o materialismo desemfreado... tem no orisá o inicio, o fim e o meio, é o ultimo e único recurso... o candomblé que eu acredito é das velhas e negras senhoras, de fé inabalável e sabedoria que brota da raiz... o candomblé que eu acredito adora arvores, mar, cachoeiras, ventos, matos, fogo como deuses e tem na vida seu bem supremo... o candomblé que eu acredito é aquele aonde o rechilieu não suplanta valores humanos e não substitui a essencia pela aparencia... o candomblé que eu acredito resistiu a escravidão, ao porrete da policia, a marginalização e a demonização sempre imputada pelo catolicismo. o candomblé que eu acredito se faz no dia a dia, não é modismo ou sulvenir, algo descartável que jogam fora quando algo dá errado, não é um show de extravagancia, circo dos incaltos, mas um ritual hierarquico de celebração á vida dentro e fora de nós....asé !!!

A lição do bambu chinês

a LIÇÃO DO BAMBÚ CHINÊS
Depois de plantada, a semente deste incrível arbusto, não se vê nada por aproximadamente 5 anos, exceto um lento desabrochar de um diminuto broto a partir do bulbo.Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu, mas... uma maciça e fibrosa estrutura de raiz que, se estende vertical e horizontalmente pela terra, está sendo construída. Então, no final do 5º ano, o bambu chinês cresce até atingir a altura de 25 metros.Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês.Você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento e, às vezes, não vê nada por semanas, meses ou anos. Mas se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5º ano chegará e com ele virão um crescimento e mudanças que você jamais esperava.O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos e de nossos sonhos... Em nossa vida, marcada por mudanças de comportamento, de pensamento, de cultura e de sensibilização, devemos sempre lembrar do bambu chinês para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão.É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão.
    Bom dia ... Babá Nino D'odé.

bambú chines

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Lenda de Logunédé e Oyá Logun - erê.

EM HOMENAGEM A MINHA ESPOSA, TATIANE TI LOGUNERÉ.

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Filho de Oxum Ypondá e Oxossi Ybualamo, uma vez que Oxum era esposada com Xango teve como amante Oxossi, depois de muito te-lo desejado por admirar sua beleza e audacia.
E num dos encontros de Oxum com Oxossi, Oxum ficou gravida de Logum Ede sabendo que seu esposo Xango era super rígido, Oxum se desesperou com esse fato e escondeu a barriga de Xango por 6 meses. Quando se retirou do reino de Xango dando uma desculpa que iria apresentar-se no culto que ela fazia parte no fundo da mata escura, Xango por temer a esses cultos não a impediu e nem a seguiu; assim Oxum foi viver nas matas ate o termino de sua gestação e teve Logum Edé.

E quando Logum Edé nasceu ao quinto dia, Oxum abandonou Logum Edé sobre 5 folhas de Oxibatá na beira do rio que corria na profundeza da mata, e por ali passava uma qualidade de Oya chamada Oya Logun-Erê, que ao escutar o choro daquela criança pegou-a e levou junto dela para sua cabana que ficava a pouca distancia dali 
e com isso essa Oya o criou e o ensinou a caçar, pois ela é uma caçadora (Oya que veste azul claro e rosa e vem para sala com adaga, ofá, eruexim, e laços e peles de couro).
Ao saber que Exu perseguia Logum Edé; Oya se dirigiu até Exu e perguntou qual era o fundamento, quando Exu disse que sabia que ele era filho de Oxum; a mulher que o traiu lhe prometendo ensinar os 16 padês em troca dele ensinar a decima sexta caida do jogo de ifá. Oya sabendo que era pura vingança de coisas passadas escondeu Logum Edé de tudo e de todos, quando foi buscar sabedoria com o grande feiticeiro das matas Ossayn, foi quando Ossayn mandou Oya caçar um tatú bola e quando ele virasse uma bola raspasse dele as escamas ate transformar-se em um pó e mandasse Logum Edé passar no rosto até que ele se encantasse da forma mais bela de uma mulher, que com isso Exu não o reconheceria dentre a multidão. Oya assim o fez. E deu a Logum Edé a ideia de colocar o ouvido sobre o chão e ao sentir o chão esquentar saberia que Exu estava por perto e assim ele imediatamente se encantava.

Uma vez que Logum Edé ja era rapaz observava uma linda mulher que se admirava em um espelho junto ao rio, era Oxum, e ao perceber balançou o espelho e com um reflexo do espelho Logum Edé ficou perturbado e caiu do alto da pedra diretamente no fundo do rio se transformando em um cavalo marinho. Oxum sabia que era seu filho a quem observava o tempo que podia a sua criação de longe. Apavorada pelo feito pediu a Olodumare que desfizesse se a encantaria quando ele assim o fez dando o castigo a Logum Edé de criar e ser o guardião de tudo que há no fundo dos rios e dos mares e principalmente criar uma cobra de cristal ( cobra essa de Ewa que é simplesmente a vida ) e a Oxum de desfazer o trato feito ( dívida ) com Exu que viera a perseguir Logum Edé por sua causa, assim Oxum entregou o seu Abebé nas mãos de Logum Edé que ja possuía um Ofá entregue por Oya Logun-Erê. E disse que toda vez que Exu se aproximasse ele corresse para o fundo de um lago fosse até o fundo tocando o chão com a propria mão se tremesse todo com o corpo e fosse para a superficie, e assim Logum Edé se transformaria na mais bela menina da aldeia, só que Logum Edé conseguia tremer todo o corpo menos os pés deixando os pés com caracteriscas de homem.

Oxum entregou a ele uma roupa de Yabá e disse que vestisse e entraria em Oyó (cidade) que Xango não o reconheceria como homem, sendo que no dia que Logum Edé a visitara; Xango promoveu uma festa convidando Ifá e todas as Yabas e seus ministros para essa festa ( Xango não permitia homem nenhum que não fosse de seu ministério entrar em sua cidade de Oyo , exceto Ifá ) quando Logum Edé entrou no seu reino vestido de Yabá todos e todas ficaram encantados com sua beleza e Ifá com sua videncia percebeu que era uma menina muito bonita mas os pés eram de homem e levantou do seu trono e se dirigiu a ele e levantou seu chorão e sua baiana e apontou rindo que era um menino, Logum Edé muito assustado saiu correndo ganhando as matas quando vinha saindo das matas Oxossi que estivera fora muito tempo quando deparou-se com aquela linda menina a correr, correu muito atrás dela e a agarrou tomando em seus braços quando Oya Logun-Erê apareceu e o tirou das mãos de Oxossi dizendo que erá seu filho. Assim Oxossi nunca mais esqueceu seu filho.
* Esse é um conto que veio da cidade da Africa chamada Láuabá (Ijexá)
Não se faz Logum Edé sem tatú bola e não se arruma ou assenta Logum Edé para ninguem sem essa Oya Logun-Erê.

Povo de Logum Edé nao devem se envolver muito com trabalhos de Exus, tem que ter Exu assentado e cuidar deste Exu atraves de Ebó e oferendas doces.
Logum Edé é o Deus da ilusão e da beleza principalmente dos animais exoticos existente no fundo dos rios e lagos. Odeia a morte e tudo que é ligado á ela.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Baba Nino Á Baba mí Odé.

Muitos foram os tombos, Muitos foram os erros, Muitas 


Duvidas, Muitas lágrimas, Muitas provações.



Ser nascido para orisa é um caminho. É viver em constante alerta. Ter consciencia de vossos atos. Saber ouvir mais do que falar. Saber ser submisso sem ser escravo ou omisso. Saber lidar com as diferenças.

Ser nascido para o santo é estar em processo constante de mudança e evolução.
Ser filho de Osossi representa ser capaz de prover para seu proximo.
Ser filho de 
Osossi r
epresenta se fazer ouvir pela realidade. Dom maior de Osossi. 
Ser filho de Osossi representa estar na frente para caçar e não deixar faltar nada aos que voce ama e até mesmo para aqueles que não ama.

Ser filho de Osossi representa muitas vezes ser solitário.
Ser filho de Osossi representa a luz de seus dias.
Ser filho de Osossi representa ter um irmão guerreiro como Ogum ao lado.
Ser filho de Osossi representa ter a mais bela mulher ao seu lado como Osun.
Ser filho de Osossi representa sacrificio para o bem comum.
Ser filho de Osossi representa respeitar a terra, o alimento e as aves.
Ser filho de Osossi representa estar diante da magnitude da natureza.
Ser filho de Osossi representa ser Pai e filho.
Ser filho de Osossi representa minha vida.
Sou filho de Osossi. Carrego suas marcas pelo corpo.
Sou filho da luta.
Sou filho da vitória.
Sou filho de Osossi.
Sou filho dos deuses.
Minha familia repousa em meu Ori.
Meu coração repousa em seu Otá.
Meu ori foi banhado nas aguas doces das matas.
Nasci novamente.
Renovei meus votos.
Meu ori no chão sempre. Sinal de alegria, amor e respeito.
Salve o caçador
Salve meu salvador
Salve minha luz
Salve minha vida
Salve o grande caçador.
Oke Arole
Obrigado meu Rei.


Obrigado Osun.
Obrigado Sango.
Obrigado Orunmila.
Obrigado minha velha mãe
Obrigado dona dos ventos
Obrigado dono da rua
Obrigado dono da porta


Obrigado velho pai branco
Obrigado dona dos mares