sábado, 17 de dezembro de 2011

Papo de Esteira - Qual a diferença de Exú orixá e Exú Catiço?


Uma das dúvidas mais frequentes dos yaôs é Exu, pois é, essa confusão entre Exú OrixáExú Catiço e Pombagira, está no imaginário de todos os noviços, então vamos usar esse espaço para esclarecer todas as dúvida, e o melhor: sem maquiar nada, é tudo igual ou tem diferença?!

Então seja bem vindo a essa viagem do passado até os dias de hoje...
Exu Orixá Por todas as culturas antigas existe a idéia de um mensageiro dos deuses, e na cultura yorubá não foi diferente, Exu seria o principio da comunicação, entende todas as linguas e para que possa levar nossos pedidos até os orixás, deve ser feito a ele oferendas.
" Èsù é o princípio reparador do Sistema Nàgô. É o controlador rígido de todos os sacrifícios. Inspetor geral, segundo Idowu (1962); "oficial de polícia imparcial", segundo Abimbola (1969:393) que diz: "a ação de Èsù é a de... punir os contraventores, particularmente aqueles que negligenciaram fazer o sacrifício prescrito".
Do livro : Os Nagôs e a Morte de Juana Elbein dos Santos da Editora Vozes Ltda.

Temos também a figura de Exu, desempenhando vários papéis dentro da cultra yorubá e segundo as itans (lendas) de Ifá são eles, 16 Exús:
Esu Yangi - o Senhor da Laterita Vermelha
Esu Agba - o Senhor Ancestral
Esu Igba Keta - o Senhor da Terceira Cabaça
Esu Okoto - o Senhor do Caracol
Esu Oba Baba Esu - o Rei e Pai de todos os Eshus Esu Odara - o Senhor da Felicidade
Esu Osije - o Mensageiro Divino
Esu Eleru - o Senhor da Obrigação Ritual
Esu Enu Gbarijo - o Senhor da Boca Coletiva
Esu Elegbara - o Senhor do Poder Mágico
Esu Bara - o Senhor do Corpo
Esu L'Onan - o Senhor dos Caminhos
Esu Ol'Obe - o Senhor da Faca
Esu El'Ebo - o Senhor das Oferendas
Esu Alafia - o Senhor da Satisfação Pessoal
Esu Oduso - o Vigia dos Odus
Também notamos a ligação de Ifá a Exu, em outra lenda que conta que a Pedido de Orumilá, Exú ensinou a ifá o mistério dos odús.
Outra coisa que caiu no pensamento popular é que Exú é o Demônio, isso devido ao sincretismo católico, vale lembrar o quanto nossos antepassados sofreram a opressão dos colonizadores, sendo que Exu não está presente só na cultura yorubá, mas também na cultura bantu (são os primeiros negros a chegarem ao Brasil, hoje seus decendentes nomeiam se Nação Angola), associado ainkice Mavambu, ou seja, Exu não é o Diabo, pois para os nâgos, não existe Inferno, e sim o Aiê (terra) e o Orun (Céu).
Exú CatiçoComo todos sabem, somos uma mistura de povos, e aqui no Brasil surge uma nova cresça que é aUmbanda, hoje já com 100 anos de existência, ela mistura traços docandomblé, do povo indigina, docatolicismo e doespiritismo, tendo assim o a idéia que o espirito pode retornar para através detrabalhos e sessões, ajude e seja ajudado, e então aparece a figura do Exú Catiço, que o culto "parecido" com o Exu do candomblé, porém ele vem com nomes de Exú Tranca Rua7 Catatumbas, mas a principio com a mesma caracteristica, ser mensageiro, mas com essa mistura de candomblé, catolicismo, ele vem com traços ligados ao diabo cristão, com cores escuras, rindo, bebendo e fumando, porém vem ajudar e ser ajudado, esses vicios seriam trazidos de suas vidas terrestres.
Não é novidade pra ninguém, que muitos terreiros de candomblé, também cultuam Exu catiço, mas com algumas restrições, como que não haja mistura com o culto ao orixá.
Surge também uma outra figura muito importante aPombagira, segundo alguns pesquisadores, teria essa entidade surgido no Rio de Janeiro, junto com a Umbanda, sendo uma mistura de Exú catiço e do culto a mestres, vindo do nordeste. Uma entidade sedutora, com gosto muitas vezes refinado ou então com vocabulário totalmente desgarrado, com nomes como Maria Padilha, 7 Saias, Rainha da Encruzilhada. Seria ela cortesãs do inicio do século ou até mesmo escravas que se vendiam aos senhores de engenho, são inumeras histórias em relação chamadas Moças. Essas tem lugar de destaque muitas vezes, na economia da casa de santo, com as chamadas amarrações amorosas, que visa trazer o amado ou amada de volta.
Então vamos deixar muito bem explicado que Exú Orixá e Exú Catiço, são coisas diferentes, e que apesar da grande maioria das casas de candomblé, cultuarem ambos, isso não é regra geral, temos que ter em vista que somos uma mistura de vários povos, ou seja, respeitar a opinião do outro é muito importante. Uma outra pergunta é : 
Porque em alguns axés quando somos iniciados no candomblé, se já encorporamos exú catiço, não temos incorporação durante um ano?
Segundo alguns babalorixás, isso de deve ao principio que apesar de a feitura de santo durar de 28 dias ou 3 meses, dependendo do axé, o noviço estará ainda carregando um preceito de um ano e isso inclui a incorporação de catiços (eguns, para o candomblé).
Temos que entender que na cultura yorubá não existe catiços e o culto a Babá Egum é muito restrito, não tendo nada haver com o culto a catiço, porém teve que existir uma adaptação aos costumes fixados no Brasil por outras crenças, e foi estipulado a muito tempo que seria um ano sem esse tipo de incorporação, por respeito mesmo a todos os atos que o noviço passa durante a iniciação.
O importanté é saber a diferença e respeita-la, dentro da nossa religião sempre vamos ver traços de outras, então procure sempreorientação para suas dúvidas e não crie monstros, temos que entender que a visão do catolicismo sobre o demonio, era umaforma de retrair, o que é um impulso natural, como a diversão ou a sexualidade, Exú é o despreendimento, e não o pecado, a verdade é sempre relativa, e hoje vivemos em uma sociedade muito mais informada, mas ainda vemos muito lideres religiosos, usando o nome de "Exu", para colocar a culpa de tudo de ruim que acontece, será que o resultado de algo que você e só você, fez de errado, é culpa de Exu? Será que não existe uma lição nos tombos que levamos?. Não estamos criticando nenhuma religião, porém as afirmações que são usadas, por esses "lideres" não tem fundamento algum, é apenas uma forma de persuadir as pessoas, que os seus problemas são culpa de outros, onde na verdade, pessoas de todas as religiões, compartilham das mesmas alegrias e dos mesmos problemas. Só não entendo como tem tanta gente que acredita ainda nesse tipo de coisa...

Abiã - Como contar aos meus pais que eu sou do Candomblé?



Mais uma vez, quero agradecer as sugestões, e um das mais brilhantes sugestões, foi ter uma coluna para tirar asdúvidas dos abiãs.
Na ilustração acima temos a figura do Yaô, o iniciado, mas e antes disso o que acontece? Como é a vida de um Abiã? vamos lá, primeiro:
-O que é um abiã?

Abiã é frequentante que ainda não se iniciou no orixá, ou seja, como é popularmente conhecido, "não é raspado".

O Abiã é uma força muito importante dentro do candomblé, são pessoas que chegaram até a religião de alguma forma, muitas vezes com problemas de saúde, amoroso, não importa, são aspirantes a yaô e quando a pessoa entra no candomblé, sem ter conhecimento algum da nossa religião é muito difícil ela entender alguns princípios, mas também surgem conflitos, como um muito famoso :

Como contar aos meus pais que estou frequentando o candomblé?

Essa é uma dúvida dos mais jovens, esses que estão cada vez mais invadindo o candomblé, o que é ótimo sinal, afinal os jovens de hoje serão o futuro de amanhã.

Só que muitos pais não são do candomblé, e não tem idéia do que seja o candomblé, a imagem que é passada por programas de TV, e outros, é errada, onde tem a casa de candomblé, como um lugar onde só se faz o mal, aquela velha visão de que candomblé se resume a um alguidar, com um frango preto, um monte de vela e cachaça. Nós que já somos iniciados sabemos que candomblé não é isso, nossa religião é muito rica em questão de cultura, porém como já falamos ela foi oprimida por ser uma religião de negros, daí vem o surgimento das casas de santo na periferia.



Bom vamos lá a nossa pergunta:



A primeira coisa é falar a verdade sem dúvida, mesmo porque só escondemos algo que temos vergonha, e poxa são seus pais, se você não pode confiar neles, então vai confiar em quem?!. A segunda coisa é apresentar a eles o lugar onde você está frequentando, e seu zelador ou zeladora, estamos aqui falando de casas sérias, de respeito, eu também não gostaria de ver meu filho ou filha, em um lugar de bagunça onde só tem o que não presta, e explicar a eles o que é o candomblé, para isso peça ao seu zelador que converse com eles pessoalmente, e explique como é o dia dia da nossa gente, porque somos tão marginalizados, explique também que o fato de que não temos distinção de cor, raça ou condição sexual e que somos do bem.

Tenha em mente uma coisa, o Mal não se aprende dentro da casa de candomblé, aprendemos a fazer o mal na rua, só de desejar algo de ruim a alguém, isso já é fazer mal, pois a palavra e o pensamento tem muito força.

Mas temos também outro problema que são pais evangélicos, olha você abiã, vai ter que ter muita paciência nesse caso, pois eles já tem uma visão mais que formada a respeito, então eu te aconselho a ir devagar, e só espero que eles entendam, pois aceitar vai ser dificil.

"Eu venho de uma família mista, minha mãe sempre foi do candomblé, agora meu pai era da igreja evangélica, desde pequeno fui criado para respeitar todas as religiões, e tive minha escolha, quiz o candomblé de todo coração, amo o candomblé e sempre soube que ali era o meu lugar, e hoje meu pai me respeita muito, pois eu sempre me manti em uma postura digna, e isso que devemos entender, os país não querem para nós algo de mal, de jeito nenhum, mas se eles verem que você está bem, feliz, não tem como ninguém falar nada. Acima de tudo se respeite!"

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Erinle / Ibualama


ERINLEO culto de Erínlè nasce no Odu de Òkànràn Ogbè. Seu culto está centrado ao redor do rio Erínlè, um rio tributário do rio Òsun, que atravessa a cidade de Ìlobùú(Ilú Òbú ou cidade de Òbú), localizada ao sul da Nigéria Ocidental, na estrada de Ogbomoso para Osogbo (está situada aproximadamente dez milhas a oeste de Osogbo). Ele é a divindade patrona de Ìlobùú. Ìlobùú é um centro de comércio para o inhame, milho, mandioca, óleo de dendê, abóbora, feijão, quiabo e está em uma área de savana habitada principalmente pelos Yoruba. Òbú é um tipo de giz nativo (efun) e é comestível. É usado para temperar comida e era um dos temperos principais, muito antes do sal, da mesma forma que o aró-àbàje (uma tintura azul comestível) é usado para temperar comidas como o ekuru aró.Tido como filho de AináErínlè é considerado por muitos como filho mítico de Yemoja e de Olokun. É um Òrìsàcaçador, pescador e um médico, por conta do seu grande conhecimento da floresta e da flora. Este Òrìsà, enquanto médico dominou, antes que Osányìn, o poder da botânica. Não é incomum para os sacerdotes de Erínlè carregarem um cajado (òsù) semelhante ao que carregam os sacerdotes de Osányìn e de Ifá devido a importância deles como curandeiros medicinais.
Sabe-se que ele conhece o poder curativo do Eja aro. Essa medicina nasce emÒkànràn Òfún. O peixe seco (eja aro) é conhecido em Nupeland e isso é revelado pelo caminho de Òkànrànsodè descrito abaixo e na conexão entre Erínlè e o exilado rei da Nupeland.
Há muitas variações no nome pelo qual Erínlè é conhecido. Assim, ele é comumente conhecido como Erínlè dentro de Egbado, Erínlè em Ìlobùú, Enlè em Okuku. Em Cuba e Trinidad ele é conhecido como Inlè ou Erínlè “Ajaja”. Ajaja é um título honorífico que significa “Ele que come cachorro”, “o que é feroz”. No Brasil, no Candomblé Ketu, ele é conhecido como Inlè e Òsóòsì Ibualama. Erínlè quer dizer elefante (Erin) em-o-terra (ilè) ou terra-elefante.
No Efón(Efan)Nação Ijexa ele é conhecido como Ibualamo (Senhor das aguas profundas)Ibualamo e Erinlé é o mesmo Orisá,só muda o titulo,pois mais abaixo conta sobre Erinlé quando recebeu o nome de Ibualamo.
Erínlè
é considerado por alguns como uma divindade hermafrodita, mas ele é adorado principalmente como uma divindade masculina em Yorùbáland. Ele é pensado por alguns estudiosos como sendo o aspecto masculino de Yemoja Mojelewu. O que parece consenso é que Erínlè mora na floresta com os irmãos Osányìn, Ògún eÒsóòsì, no cultivo com Òrìsà Oko, nas águas com Yemoja, Otin e Òsun. A residência verdadeira dele seria o ponto onde o rio encontra o oceano, onde docemente se misturam as águas doce e salgada.
No Candomblé Ketu é considerado que Erínlè tem dois caminhos ou aspectos. Um aspecto é considerado um velho caçador, Òsóòsì Ibualama. O outro caminho é mais jovem e mais delicado e bonito, normalmente chamado Inlè.
Na tradição Lukumi, Erínlè é acompanhado por Ibojuto e AbátànAbátàn (ou Abàtà= pântano) é a divindade da baixada. Abátàn normalmente é considerado como a companheira feminina de Erínlè mas alguns reconhecem Abátàn como masculino. Quando Erínlè é assentado dentro da cerimônia de iniciação, Abátàn também é assentada. Ela tem canções e oríkì separados. Abátàn come com Erínlè e participa de todas as suas oferendas e sacrifícios.
Erínlè
seria acompanhado por Abátàn, sua contraparte feminina. Duas divindades que se unem como um, embora distintos, eles funcionam juntos, como uma unidade. Há um equilíbrio, dando uma visão instantânea do caráter de Erínlè, uma mistura perfeita de energias masculina e feminina.
Além disso, na tradição Lukumi, considera-se que a familia de Erínlè se compõe de:Abátàn – sua esposa, Boyuto – guardião de Erínlè e Abátàn, Otin – filha de Erínlè eAbátànJobia – filho de Asipelu, ajudante de ErínlèOlóògùn Èdè (Lògùn Èdè), o “senhor” (dono) do medicamento (medicina) de Èdè – filho de Erínlè com Osun, e, por último, Asao – duplo de Erínlè. Na Nigéria, Erínlè tem muitas manifestações ou caminhos, conhecidos como ibúOjútù, Álamo, Owáálá, Abátàn, Ìyámòkín, Àánú. É ooríkì de cada ibú que distingue entre os caminhos diferentes ou manifestações deErínlè, como um se apresentando na sua coragem, outro como um caçador, outro ainda no poder presente na profundidade do rio. São cantados oríkì individuais aErínlè no seu festival anual da mesma forma como também são invocados coletivamente.
awo – ota – Erínlè ou otun Erínlè, é o nome dos recipientes usados dentro do culto de Erínlè (em Okeho é adicionalmente conhecido como aawe – Erínlè, onde tem uma forma totalmente diferente das encontradas em Ìlobùú e na maior parte da Yorùbáland). Potes fechados que guardam pedras e água são predominantemente associadas com divindades fluviais femininas, como aqueles encontrados nos cultos de Yemoja e Òsun. O awo – ota – Erínlè é o recipiente tradicional para guardar os ota de Erínlè. Sacerdotes de Erínlè dançam em procissão como parte do festival anual deErínlè em muitas partes de Nigéria. Para o festival, sacerdotes trazem com eles o próprio awo – ota – Erínlè para o festival no rio de Ìlobùú. Quando a possessão acontece, Erínlè dança com o awo – ota – Erínlè colocado no alto da cabeça.
òpá òrèrè (osu/cajado com o pássaro de ferro) de Erínlè é a representação para os seus seguidores da importância de Erínlè como curandeiro. A divindade mais amplamente conhecida com o mesmo símbolo é Osányìn. O cajado é feito de ferro. Sempre é mantido em pé. Pássaros de ferro empoleiram-se no topo. A maioria dos exemplos mostra um grande pássaro central cercado por pássaros menores. Não há diferenças significativas entre os cajados de Erínlè e de Osányìn encontrados na Nigéria, cada cajado é uma peça autorizada e única e assim os estilos variam imensamente. Porém há dois desenhos comuns do cajado de Osányìn feitos dentro da perspectiva dos awo em Yorùbáland. É comum se ver um cajado relativamente curto com um grande pássaro em seu topo e com 16 pássaros menores, em um arranjo circular, que olham para o pássaro mais alto, central. Lá também pode ser encontrado um òpá/osu Osányìn alto, com um só e único pássaro e quatro cones de metal invertidos, as aberturas deles coberta por disco de metal para guardar medicamentos; seguro levemente na parte mais baixa do cajado (este cajado também é encontrado na tradição Lukumi, sua especificação é considerada um requisito de Odù).
Deve ser acentuado que os cajados de Erínlè e Osányìn nas terras Yorùbá são encontrados em muitas variações no número de pássaros, formas e estilos. Foi sugerido que os 16 pássaros menores representam a divindade Odù e os Olódù de adivinhação. As curvas graciosas destes pássaros estáticos também podem ser confundidas com um agrupamento permanente de folhas de metal. Tais folhas, que não morrem, são uma lembrança visual forte para Osányìn e os medicamentos deErínlè!
O pássaro de coroamento é, segundo muitos, um símbolo do poder sobre/pacto deOsányìn e Erínlè com as Ìyáàmi. São os medicamentos herbários de Erínlè e Osányìnque podem neutralizar ou contrapor-se aos ataques pelos aspectos negativos de Ìyáàmi. Eleye significa “mulheres que possuem e são pássaros”, sendo os pássaros os mensageiros de Àjé/Ìyáàmi. Estes mensageiros também podem ser vistos em muito da estatuária religiosa e do simbolismo real, como por exemplo, no alto da coroa dos Oba. Ìyáàmi é em essência o àse/awo feminino primordial, que pode ser potencialmente benéfico ou maléfico (em condições judiciosas). Os símbolos de pássaro lembram aos líderes e congregações que ninguém está acima das forças invisíveis que precisam ser apaziguadas. As Ìyáàmi representam a gênese, as guardiãs e as doadoras do àse na terra.
 Boyuto
ou Ibojuto é encontrado em todos os santuários Lukumi para Erínlè. É descendente do òpá Erínlè encontrado entre os Yorùbá. Boyuto leva seu nome de uma das qualidades ou caminhos de Erínlè. Esta qualidade de Erínlè está ligada a profundidade impressiva do rio Erínlè. É dito que nesta profundidade é encontrado o reino mítico de Erínlè, chamado Ode Kobaye. “Esta profundidade escura do redemoinho é chamado Ojuto. Acredita-se assim, profundamente, que as duas casas históricas (ilé pètésì) teriam sido tragadas para cima (emergido) dentro das correntes coloridas de índigo. Do fundo do ibu Ojuto, assim é acreditado, bandos (escoltas) de pombos voam para acima das águas e desaparecem no ar.” (Baba Erinlè de Ílobúù falando com R. F. Thompson no local de rio Erínlè, em Ílodúù, 1994). Boyuto ou Ibojuto é também conhecido comumente com osu de Erínlè.
Òkànràn Ogbè
- O nascimento do culto de Erínlè

Um Itan do Odu Ònkànràn Ogbè conta a história de um homem Nùpe (Tápà) com o nome de Àyònù que veio para a região de Ílobùú. Ele era o herdeiro da coroa em sua terra natal porém devido a algumas manobras políticas o título lhe foi usurpado e ele foi forçado a fugir da cidade – ele teria sido morto para destruir a possibilidade de qualquer reivindicação futura à coroa.

Àyònù
veio para Ìlobùú para caçar e ajudar a um caçador nativo que tinha uma estranha aparência. O amigo percebeu que Àyònù, embora mostrando-se apto nas habilidades da caça e agudo em aprender todos os segredos possíveis, não vivia sua vida conforme um caçador. Àyònù contou sua história para o amigo caçador. O amigo eraErínlè mas ele não o conhecia pelo nome porque os caçadores não mencionam nomes no mato para não serem afetados por nenhum dos espíritos animais. Caçadores referem-se uns aos outros simplesmente como Àwé. Erínlè, por seu turno, contou para Àyònù sobre sua casa, um palácio que ele tinha embaixo da terra. Ele golpeou o chão com a palma de sua mão, a terra abriu-se e os dois desceram para o palácio subterrâneo.
Erínlè
tinha estado caçando por um longo tempo e, assim, ele decidiu fazer um pacto comÀyònùErínlè prometeu para Àyònù um nova coroa para recompensá-lo pelo título que ele havia perdido em sua terra natal. Ele disse para Àyònù que, por tanto tempo quanto ele continuasse a lhe trazer comida de caça, ele o compensaria com um título novo. Erínlè também prometeu que a guerra nunca afetaria o reino dele. Erínlè eÀyònù consolidaram seu pacto e Erínlè retirou-se para seu palácio na terra. Ele disse para Àyònù que se ele precisasse dele novamente deveria chamá-lo golpeando a terra com a palma da sua mão. Àyònù nunca mais viu seu amigo novamente.
Àyònù
construiu sua casa lá e logo outros caçadores vieram viver com ele, seguidos por fazendeiros. Uma cidade tinha sido estabelecida e eles consultaram Ifá. Os adivinhos lançaram Òkànràn Ogbè e Òrúnmìlà disse: ire! Desde esta época a cidade de Ìlobùú nunca foi invadida ou afligida por guerra, mesmo durante o tumultuoso século dezenove, marcado por muitos anos de conflitos civis na Yorùbáland.
Àwá ti Erínlè fi sodi o

Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza,

o Àwá ti Erínlè fi sodi 
Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza, 
o Ogun ò jà jà 
A guerra não pode nos atacar, 
Kógun ó jà¹loòbú 

A guerra não pode nos atacar e afetar Loòbú

. Àwá ti Erínlè fi sodi 

Nós cultuamos Erínlè dentro de nossa fortaleza, o.


Porque a guerra e a escravização tiveram pouco efeito sobre o povo de Ìlobùú a fama de Erínlè espalhou-se através da Yorùbáland e o seu culto foi a partir daí estabelecido, expandindo-se além de sua região de origem.
IBUALAMA
Erinlé recebeu esse titulo quando ele chegou as terras do Ektí Efón.
Ibualama é um Orixá proveniente de Efan(Ijexá),assim que chegou Erinlé a cidade de Efón ele recebeu esse titulo de Ibualamo ( Agua profunda)
Numa guerra entre Efan e Ketu, Efan foi derrotada e Ibualama foi levado à Ketu passando a ser cultuado por seus moradores,ao lado de Oxossi . Foi ai que a nação Ketu começou a cultua – lo como um caminho de ossossi.Deixando bem claro que em que na cidade de Origem de Erinlé e Cuba ele é cultuado como um Orisá a parte de Ossossi e em na nação Efón tambem.
Ibualama significa “água profunda”.
Ele é o Pai de Logun-Odé cuja mãe é Oxum Aponda ,portanto toda a Família é oriunda de Efan.
Ibualamo é um orixá da familia dos Odé e seu culto esta ligado a Obaluaiye e Oxalá. Segura na mão duas Ibilalá,e traz Ofá e Ogue pendurados como simbolos de caça. No Brasil seu culto acontece em Dezembro, e é separado do culto de Oxossi que é realizado no dia de Corpus Christi.
Usa muitos búzios e palha da costa em suas indumentárias. Seus animais sagrados incluem o porco e todos os animais ligados á caça e pesca. Prata é o seu metal preferido.
Erinlé x Ibualamo são o mesmo Orisá,sendo que Ibualamo ele é um caminho de Erinlé.Na nação Efón só se cultua 3 caminhos de Erinlé :
 
Ibú Alámo – Esse camiho é ligado as aguas e a Osun.Ele tem caminhos com Omolu e Osalá.
Ibu sain – Ligado a Ossayn e as Ya Ajés
Ibu Eleyele – Ligado a Osalá e as Ya Mi Ajé.
Independente de caminhos em geral,Erinlé tem ligaçao com Ogun,Otin,Yemanjá,Ossayn,Osagyan,Osalufan e Osun.
 Cantigas de Erinlé
 
Ijesá :
 
Awure Baba Erinlé
Awure Oba Ilobu
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Arawrá Erin Baba
Orisá Baba Omi
Arawrá Erin Baba
Orisá Baba Omi
 
Ritimo aguerê de Ossayn …Cantiga Erinlé
 
Fárá Odé Ibu
Odé Ilobu
Fárá Odé Ibu
Odé Ilobu
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Odé Erinlé
Ibu Sayn
Odé Erinlé
Ibu atan
 
Aqui postamos algumas cantigas de Erinlé no culto separado de Osossi..Mais afrente postaremos mais..
Bom aqui estar um pouco sobre o grnde Erinlé um Orisá muito confundido com Orisá Ossossi. Mais a frente estarei postando mais sobre esse lindo Orisá.