quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Algumas das palavras mais utilizadas no Candomblé.

ANIMAIS
  • Abô e Oubikó  =  carneiro
  • Coquém e Sacuê  =  galinha d'angola.
  • Adié  =  galinha.
  • Uabaodié  = galinha, galo.
  • Malu  =  boi.
  • Aban-malu  =  vaca.
  • Ifé e Olofu  =  gato.
  • Akokorô  =  galo.
  • Pekeié e Apepeié  =  pato.
  • Exie atabexi  = cavalo.
  • Patapá  =  burro.
  • Ajaú  e  Adiaia  = cachorro
  • Eran e Abô  =  carneiro.
  • Aledá  e  Ledé  =  porco.
  • Agutan  =  ovelha.
  • Euré  =  cabra.
  • Taleu-taleu  =  peru.
  •  Ajapá  e  Logozé  =  cágado.
  • Adjiniju  =  elefante.
  • Ouê-êyá  =  rabo grande.
  • Koji   =   leão.
  • Zamba  =  elefante.
  • Xenimi  e  xenifidam  =  sapo.
  • Abô-agutam  =  ovelha.
  • Oguri  =  peixe.
  • Eiyele =  pombo.
  • Alodé  =  periquito.
  • Ohá  e  Dudô  =  macaco.

CORPO HUMANO
  • Ará  =  corpo.
  • Ory  =  cabeça.
  • Ipakó  =  nuca.
  • Etu  =  orelha.
  • Imum  =  nariz.
  • Iban  =  queixo.
  • Irun  =  cabelo.
  • Irun-ban  = barba  e  bigode.
  • Efin  =  dente.
  • Eeté  = lábios.
  • Apá  =  braço.
  • Qué  =  mão.
  • Esse  e  Alessé  =  pé.
  • Itankó  =  coxas.
  • Idi-cu  =  ânus.
  • Kitaba  e  Ebeu  =  vagina.
  • Éepã  =  testículo.
  • Ogungum  =  osso.
  • Enum  =  boca.
  • Erã  e  Ancê  =  carne.
  • Ejé  =  Sangue.
  • Euú  e  oju  =  olhos.
  • Okan  =  coração.
  • Eigiká  =  ombros.
  • Obó  =  nádegas.
  • Akô  =  macho.
  • Abam  =  fêmea.
  • Mulembu  =  dedo.
  • Rivenum  =  barriga.

UTENSÍLIOS
  • Ilê  =  casa.
  • Ajaké  e  Tapacê  =  mesa.
  • Jajá  =  esteira.
  • Egui  =  carvão.
  • Nlê  =  teto.
  • Anda  =  rede.
  • Tainguém  =  mesa.
  • Tânta-laiá  =  lâmpada, luz, clarão.
  • Jará  =  quarto.
  • Aputi  =  banco.
  • Ilê-ageun  =  cozinha.
  • Cumbaú  =  cama.
  • Idiôçu  =  cadeira.
  • Ajeké-neulune  =  fogão.
  • Teçu  =  candieiro de querosene.
  • Odu-ikekê  =  panela grande.
  • Itá   =  travessa, tigela de louça vidrada.
  • Obé-farÁ  =  faca tridente ou garfo tridente ou lança tridente.
  • Ikkô  =  panela.
  • Obé  =  faca.
  • Oberó  =  alguidar.
  • Obé-nuxo-inxó  =  faca de ponta.
FAMÍLIA
  • Babá-nla  =  avó, patriarca.
  • Babassá  =  irmão gêmeo.
  • Aua-mete  =  tio.
  • Okorim  =  esposo, marido.
  • Yá-lé  =  mulher favorita.
  • Omâm omoborim  =  filho.
  • Babá  =  pai.
  • Bi-egun  =  viúva.
  • Okebiã  =  noivo.
  • Obirim  =  esposa, mulher.
  • Mô-obirim  e  obirim-mim  =  minha mulher.
  • Exi omobirim  =  filha.
  • Ya-nla  =  avó.
  • Muturi  =  viúva.
  • Yá  =  mãe.
  • Ikobassu  =  solteiro.
  • Oko-Okorim  =  homem.
  • Ô-madê  =  menino.
  • Tata-mete  = primo.
  • Okuamuri  =  casado.

VESTUÁRIO
  • Axó  =  roupa.
  • Ubatá  =  sapato.
  • Abatá  e  batá  =  sapatos.
  • Filá  =  gorro, capuz de Obaluayê.
  • Akêtê  =  chapéu.
  • Ojá  =  fita, faixa.
  • Peké-pe'é  =  chapéu-de-sol.
  • Axó-dudu  =  roupa suja.
  • Abadê  =  toalha.

CORES
  • Dudu  =  preto
  • Fin-fun, mandulé = embombo e puti-branco.
  • Obádo  =  verde.
  • Eivikei  =  vermelho.
  • Okâm  = azul.
  • Mucumbe  =  roxo.
  • Kiobambo  =  amarelo.

BEBIDAS
  • Omim  =  água.
  • Otin-nibé  =  cerveja.
  • Otin-dudu  =  vinho tinto.
  • Otin-fum-fum  =  aguardente.
  • Oin  =  mel
  • Aluá = Brasil, refresco feito de rapadura com casca de abacaxi ou tamarindo.
  • Xeketé  =  milho e gengibre.
  • emeium  =  feito com epô.
  • furá  =  feito com diversas frutas


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Boa noite !!!!

Dificuldades na nossacaminhada todos nós enfrentamos.
Obstáculos, barreiras, muros.
Tanta coisa que vem para atrapalhar o nosso avanço. O nosso sucesso.
Mas qual é a sua atitude diante disso?
Parar e reclamar não vai fazer que esses obstáculos simplesmente evaporem.
Encontrar alguém em quem colocar a culpa pode até tirar um pouco do peso de seus ombros , mas não vai te ajudar a passar pelos obstáculos.
Só tem um jeito de vencer isso tudo: É seguindo em frente. Seguir em frente é ter fé em você , acreditar que por mais difícil que possa parecer ou mais doloroso que seja você vai passar por aquilo. Tudo que te atrapalha vai ficar para trás.
Na hora de subir a montanha muitos ficam na base do monte reclamando do mal tempo, das nuvens, do vento forte, do calor, do frio. Os que chegam lá em cima provavelmente passaram por tudo isso mas a alegria da conquista, do objetivo alcançado é muito maior do que todas as dificuldades que enfrentaram.
E você , vai ser um dos que vão ficar lá embaixo lamentando ou aquele que vai subir , enfrentar as adversidades e vencê-las?
Que é difícil claro que é. Mas é difícil pra todo mundo , principalmente para aquele que vence.
E quem  tem falou que seria fácil ?
Fácil não vai ser mas , com certeza, vai valer a pena.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

MUITO IMPORTANTE PELA FORÇA QUE TRANSMITE.


"Se alguém lhe fechar a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas. Lembre-se da sabedoria da água: a água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna." 
Querido Deus, a pessoa que está lendo isso, é bonita, forte e eu a adoro. Ajude-a a viver a vida dela ao máximo. Por favor, promova-a e faça-a superar todas as expectativas. Ajude-a a brilhar nos lugares mais obscuros onde é impossível amar. Proteja-a o tempo todo e erga-a quando ela mais precisar de ti, fazendo-a saber que caminhando contigo, Ela estará sempre segura. 



Desejo a todos vcs uma linda semana. Mojuba'sé

domingo, 12 de fevereiro de 2012

MOCIDADE ALEGRE

Samba Enredo Carnaval 2012


Autores do Samba: Fernando, Leandro Poeta, Renato Guerra, Rodrigo Minuetto, Thiago e Vitor Gabriel
Intérprete Oficial: Clovis Pê
Time de Canto: Alex, Clayton Reis, Igor Sorriso, Kiko e Vadinho
Time de Cordas: João Cardim, Liliane do Cavaco, Marcelo Lombardo, Victor Alves e Wagner do Cavaco
Direção Musical: Marcelo Lombardo
                        

O rufar do tambor vai ecoar                                                                                     
  
Tenho sangue guerreiro, sou Mocidade!              
A luz de Ifá vai me guiar
Ojuobá espalha axé, felicidade! 
Kaô kabecile
Kaô, meu Pai Xangô!
Ouça o clamor de Ojuobá
É fogo! É trovão! É justiça!
E assim, cruzando o mar de Yemanjá
Aponta o seu oxé a nos guiar
Raiou o sol da liberdade a quebrar correntes
E nessa terra o negro vence
Com a proteção do rei de Oyó
Contra o preconceito ao seu povo
Conduz a mão que escreve um mundo novo
No Pelô... Salve a Bahia de São Salvador
Eu vou à capoeira, meu amor                                                                                     
Morada dos milagres, devoção e fé
Um grito de igualdade... Axé!
É magia...
Na mistura de raças surgiu
A pele morena, linda é a cor do Brasil
Na crença, um traço cultural
E pelas ruas o povo a cantar
É arte popular que faz emocionar, o Afoxé a embalar
No Ylê a sua luz brilhou
A mão de Mãe Senhora o consagrou
Eternizado, é coroado Obá de Xangô
Jorge... Orgulho da nação
Amado... Em cada coração
Feliz, o povo canta em oração!



Acadêmicos da Orgia

Acadêmicos da Orgia

Samba-enredo: "Sem natureza, sem folha, não há Orixá - Edá Kosi éwé,òrisà Kosi"
Carnavalesco: 
Presidente: Darci Gonçalves, o Cy
Intérprete: Dodô
Mestre de bateria: 
Mestre-sala e porta-bandeira: Yuri e Talita Freitas
Cores: verde e branco

História
A Acadêmicos da Orgia foi fundada em 2 de fevereiro de 1960 como Garotos da Orgia para após alguns anos de existência passar a ser Acadêmicos. As cores atuais o verde e branco foram adotadas em 1972. Sediada no bairro Santana em Porto Alegre, foi sempre uma escola inovadora. Desfilou com duas baterias, além de ter sido a primeira a utilizar uma comissão-de-frente somente com mulheres.


Títulos
• Campeão do Acesso de Porto Alegre: 2004, 2007
• Campeão do Intermediário-A de Porto Alegre: 1990, 1994
• Campeã da Grupo Especial de Porto Alegre: 1971, 1972, 1978
Para 2012:
Mais de meio seculo de vida, momentos épicos de memoraveis carnavais, a  verde-branco inspira-se na tradição milenar do culto aos Orixás e na preservação da natureza.
A relação da ancestralidade africana com a defesa do meio ambiente e da vida, sempre foi afirmativa aos adeptos das religiões de matriz africana.
O culto aos Orixás  praticado pelos yorubás, populações naturais do oeste da África, mais precisamente no Benin e na Nigéria, foram na diáspora reelaboradas, dando origem ao Candomblé no sudeste e nordeste brasileiro, a Santeria em Cuba, ao Vudu nas Antilhas e ao Batuque nos pampas gaucho.


Samba-enredo 2012:
"Sem natureza, sem folha, não há Orixá - Edá Kosi éwé,òrisà Kosi"


De verde e branco eu vou,
fazendo a massa vibrar,
explode coração!
Venha com a gente, nessa corrente, (BIS)
clamando por preservação.


O negro trazido de além, mar
cultua seus orixás
divindades da África,
senhores da natureza
que se manifestam
nos dando a sua proteção.
Aqui e reino Yorubá
quem abre os caminhos, é sempre¨Bará¨,
nos campos,nos bosques,por onde eu andar
Ogun também vai me guiar.
Por Isso eu peço a todas nações,
salvem ao mundo e aos Orixás


 Vou rufar o tambor prá ¨Xango¨,


“alabe" incendeia
nessa "dança sagrada", (BIS)
em noite de lua cheia.


Lá na mata tem!
"Ossanha,Odé,Otim e Obá,
Xapanã atotô,Xango de Ibeji
e outros Orixás".


"Oia,oh!! Oia Senhora deusa dos ventos,
sinta o doce perfume de quem é de "Oxum".
Mareja amor,mareja nas ondas do mar,
"Iemanjá" suas águas clareia,
com o sorriso de "Oxalá".



Pai Vavá de Bessém

Olá pessoal Mojubá ..... boa tarde a todos,


Um pouco de meu Bisavô de santo !!!






Sr VALDEMAR MONTEIRO DE CARVALHO
VAVÁ NEGRINHA ou VAVÁ DO BONÉ ou VAVÁ BOM DO PÓ de Òsúmáré;

- iniciado em 1900, em Cachoeira de São Félix por Vodunô Celestino do Amor Divino que era filho de Enoque,KWAIAKU DANFOMIN da Nação Jeje Mahin;

- Pai VAVÁ iniciou várias personalidades do Candomblé, tais como: saudoso ÒYÁ TOLOJI, saudoso Pai JOÃO D'ÒSÚN, EDUARDO DE LOGUN-EDÉ do Cambuci, Ìyá JANE D'ÒSÚN, Pejigan BOJIDAN, entre outros...;

- era conhecido pelo seu "PÉ DE DANÇA", pela sua ARTE no ATIN (por isso apelidado - VAVÁ BOM DO PÓ), pela sua variedade de bonés (VAVÁ DO BONÉ), e sua ligeireza e temperamento forte (VAVÁ NEGRINHA)...
...era temível e respeitado!!!

- faleceu em 1991 na cidade de Atibaia;








Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Valdemar Monteiro de Carvalho Filho ou Vavá de Ossãe mais conhecido como Vavá Negrinha, ou Vavá do Pó - iniciado aos 3 anos de idade pelo Vodunô Celestino do Amor Divino que era filho de Enoque, (dizia ser de Jeje Savalu) em Cachoeira e São Félix na Bahia, teve terreiro em Salvador mas veio para o Rio de Janeiro e em seguida para São Paulo onde abriu sua casa que mais tarde vendeu para seu filho de santo João da Oxum, no bairro de Vila Margarida em São Vicente.
Em São Paulo iniciou milhares de filhos-de-santo e cuidou de pessoas famosas como Clara Nunes e Cazuza.
  •  a que se refere o título também chamado de Zorra era preparado com raízesfolhas, e muitos ingredientes próprios para feitiço, a receita só era conhecida pelos mais velhos, não ensinavam para ninguém, muitos babalorixás ficaram famosos por serem Bom no Pó ou Bom de Pó.
Também o Pó a que se refere o Título dizem na verdade fazer aluzão à qualidade do Vodum Kposun, Kpó ou Possun, patrono da casa onde foi feito.
Pai Vavá Negrinha de Ossãe era muito amigo de Pai Nézinho de MuritibaPai Manuel Rufino do Beiru e outros.
Eram muito temidos no círculo do Candomblé, quando chegavam numa festa de candomblé sem serem convidados, o dono da casa já ficava preocupado se sua casa seria queimada (com a zorra) ou não, eram tratados como reis, pois caso se ofendessem com alguma coisa queimavam a casa com o tal Pó.
Se o dono da casa não tivesse muito conhecimento, poderia ter brigas e até o fechamento da casa.
Muitas vezes faziam isso por pura maldade, brincadeira ou para testar o dono casa, para saber se estava preparado para se defender e manter sua casa aberta.
Assim como Seu Nézinho do Ogun, era conhecido como grande feiticeiro e cantor de Candomblé, foi responsável pela introdução de muitas das Cantigas Jeje no candomblé de São Paulo.
Toninho Grande, vindo de Cachoeira era seu braço direito e Axogum, sendo seu Otun o Ogan Carlinhos de Oxosse, posto dado na casa de Pai João D´Oxum no bairro da Vila Margarida em São Vicente.
Ogan Getúlio é hoje o Ogan mais velho ainda vivo, feito/confirmado no estado de São Paulo, filho de Santo de Pai Vavá Negrinha.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

JORGE

Eu sou descendente zulu
Sou um soldado de ogum
Um devoto dessa imensa legião de Jorge
Eu sincretizado na fé
Sou carregado de axé
E protegido por um cavaleiro nobre
Sim vou na igreja festejar meu protetor
E agradecer por eu ser mais um vencedor
Nas lutas nas batalhas
Sim vou no terreiro pra bater o meu tambor
Bato cabeça firmo ponto sim senhor
Eu canto pra OGUM
OGUM Um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais
OGUM Ele vem de aruanda ele vence demanda de gente que faz
OGUM Cavaleiro do céu escudeiro fiel mensageiro da paz
OGUM Ele nunca balança ele pega na lança ele mata o Dragão
OGUM É quem da confiança pra uma criança virar um leão
OGUM É um mar de esperança que traz a bonança pro meu coração
OGUM...
Deus adiante paz e guia
Encomendo-me a Deus e a Virgem Maria minha mãe ..
Os doze apóstolos meus irmãos
Andarei neste dia nesta noite
Com meu corpo cercado vigiado e protegido
Pelas as armas de são Jorge




...........SALVE JORGE!!!!!!!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Notícias

AXE IN FOCO 2012





GOSTARIAMOS DE ELUCIDAR AS PROVOCAÇÕES DESNECESARIAS  POSTADAS NA COMUNIDADE DO AGDAVI E ADJA DE OURO 2012,QUE EM UM TOPICO ABERTO PELO NOSSO QUERIDO AGDAVI DE OURO 2009 "OGAN FERNANDO DE AYRA"QUE COM A DEMANDA DE ACEITAÇÕES NA COMUNIDADE ACABAMOS ACEITANDO PESSOAS COM MENOS DE CEM AMIGOS,POREM PESSOAS CONHECIDAS POR TODOS OS ADEPTOS DAS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA DA BAIXADA SANTISTA,PESSOAS REAIS...PORÉM AGORA ESTAMOS TENDO O CUIDADO DE NÃO ACEITAR MAIS NINGUEM COM MENOS DE CEM AMIGOS PARA NÃO DAR SEQUENCIA A NENHUMA POLÊMICA,AGORA SE OS RECLAMANTES TIVEREM PROVAS DE QUE OS ORKUTS COM MENOS DE CEM AMIGOS SÃO FAKES,POR FAVOR NOS CONTATE,POIS SE POSSIVEL OS VOTOS DECLARADOS POR ESTES ORKUTS SERÃO ANULADOS...
NOSSO INTUITO É DE PROMOVER UM EVENTO COM SERIEDADE E TRANSPARÊNCIA AOS ADEPTOS DAS RELIGIÕES DE MATRIZES AFRICANAS,MAIS DE NENHUMA FORMA QUEREMOS CAUSAR CONSTRAGIMENTO AOS PARTICIPANTES...
SEM MAIS,
BABA DANILO DE IYA - COORDENADOR E IDEALIZADOR DO EVENTO
CONTATOS : 13 34486703 - 78032380 - ID 84*2782

Boa noite !!!!

Olá meus queridos leitores, estou passando para desejar uma ótima noite e um lindo inicio de semana, que essa semana seja repleta de vitórias e glórias, agradeço imensamente a recepção calorosa que a casa de asé Cabana de Oxossi tem com a minha pessoa, obrigado Mãe Lucia e Pai Ricardo e todos os médiuns da casa de vocês, agradeço também a Ya Edith e todos os seus omorisás pela amizade e carinho. A festividade estava ótima e me senti perfeitamente a vontade. Asé e mais Asé a todos vocês.



sábado, 4 de fevereiro de 2012

Ìwa Pèlé: O conceito de bom caráter no corpo literário de Ifá.

A busca da perfeição.
O Objetivo do culto iorubá é alcançar a “Consciência Divina.”
O corpo literário de Ifá é uma importante fonte de informações sobre o sistema de crença e valores Yorubas. Como porta voz de outras divindades, Ifá é depositário de todos os mitos e dogmas morais das outras divindades. O Povo Yoruba crê que Òrúnmìlá estava presente quando Olódùmarè (Deus todo poderoso) criou o céu e a terra. Portanto, Ifá conhece a história do céu e da terra e domina as leis físicas e morais com as quais Olódùmarè governa o universo. Por isso Òrúnmìlá é tido como sábio conselheiro, historiador e tutor da sabedoria divina. Por isso, entre seus nomes de honra está:
Akónilóran bí ìyekan eni,
Ogbón ile ayé,
Òpìtàn ilè ifè
Aquele que ensina alguém com sabedoria, como se fosse de sua família
A sabedoria da Terra,
O historiador da terra de Ifè
Os importantes conceitos filosóficos personificados no corpo literário de Ifá incluem o conceito de Orí (cabeça espiritual ou interior), ebo (sacrifício) e Ìwà Pèlè (bom caráter).
Esses três conceitos são muito relacionados e complementares entre si.  Orí é a essência da sorte e a mais importante força responsável pelo sucesso ou fracasso humano. Além disso, Orí é a divindade pessoal que governa a vida e se comunica, em prol do indivíduo, com as demais divindades. Qualquer coisa que não tenha sido sancionada pelo Orí de uma pessoa, não pode ser aprovada pelas divindades. Isso que quer dizer a declaração encontrada em Ògúndá Méjì, Ifá diz:
Orí, pèlé,
Atèténíran;
Atètègbenikòòsà
Kò sóòsa tíí dá ‘ níí gbè léyìn orí eni. 
Orí, eu te chamo
Você que sempre abençoa rapidamente os seus.
Você, que abençoa o homem antes de qualquer òrìsá,
Nenhum òrìsá abençoa uma pessoa sem o consentimento de seu Orí.
Ebo (sacrifício) é uma forma de comunicação simbólica e ritual entre todas as forças do universo. Os yoruba acreditam que, além do próprio homem, existem duas grandes forças em oposição no universo, uma benevolente em relação aos seres humanos e outra hostil. As forças benevolentes são, coletivamente, conhecidas como ìbo (as divindades), e as malevolentes são conhecidas como ajogun[ii] (guerreiros opositores ao homem). As àjé (as bruxas) estão também em aliança com os ajogun para a destruição do homem e de sua obra. Os humanos necessitam oferecer sacrifício às duas forças para sobreviver. O Homem necessita oferecer sacrifício às forças benéficas para continuar gozando de seu apoio e bênçãos. Necessita também oferecer sacrifício aos ajogun e às àjé com o objetivo de não encontrar sua oposição quando estiver prestes a realizar algum projeto importante. 
A divindade que age como mediador entre as três partes mencionadas acima é Èsù, que partilha um pouco dos atributos das forças benéficas e maléficas. É o policial do universo. Além disso, é imparcial, uma vez que só irá dar apoio ao homem ou divindade que tenha feito sacrifício. Isso é o que quer dizer a afirmação: eni ó rúbo Èsù gbè.
Uma vez recebido o sacrifício prescrito, ele proibirá os ajogun de prejudicar o suplicante.
Èsù é o guardião do àse, semelhante à autoridade e o poder divino com os quais Olódùmarè criou o universo. Èsù é, conseqüentemente, o verdadeiro administrador do universo, o princípio da ordem e da harmonia e agente da reconciliação. Sua esposa, Agbèrù, recebe todos os sacrifícios em seu nome. Após tirar sua parte de aárùún (cinco búzios) e um pouco de todos os outros materiais oferecidos em sacrifício. Èsù leva as oferendas para as divindades ou os ajogun envolvidos. O efeito, normalmente, é a restauração da paz e a reconciliação entre as partes conflituosas.
Uma questão emerge imediatamente quando analisamos o que foi dito até agora.
Qual o papel reservado aos seres humanos no universo Yorubá, onde o indivíduo não pode agir de forma independente de seu Orí e está à mercê de dois poderosos conjuntos de forças sobrenaturais aos quais ele deve oferecer sacrifícios incessantemente para poder sobreviver.
O indivíduo realmente importa em tal sistema? É aí que o conceito de Ìwà pèlè entra. Juntamente com um conjunto de princípios menores como àyà e esè, o princípio de Ìwà pèlè, em certo grau, liberta o homem dessa estrutura de universo autoritária e hierárquica e de qualquer forma, provém a ele com um conjunto de princípios com os qual regular sua vida, com o intuito de evitar colisões com os poderes sobrenaturais e com seus companheiros humanos. Segue-se uma pequena descrição e interpretação do princípio de Ìwà relacionado com os as crenças dos Yorubas já citadas acima.
A palavra Ìwà é formada a partir da raiz verbal wà (ser ou existir) adicionada do prefixo deverbativo “i”. O sentido original de Ìwà pode, então, ser interpretado como “o fato de ser, viver ou existir”. Assim, quando Ifá fala de
Ire owó
Ire omo
Ire àikú parí ìwà,
O significado de ìwà nesse contexto é exatamente o referido acima.
Tenho a impressão de que o outro significado de ìwà (caráter, comportamento moral) é originário da utilização idiomática deste sentido léxico original. Se este for o caso, ìwà (caráter) é, portanto, a essência de ser. O ìwà de um ser humano pode ser usado para caracterizar sua vida, especialmente em termos éticos.
Além disso, a palavra ìwà (caráter) pode ser usada para se referir a ambos, bom e mau caráter. Para exemplificar de forma declarativa, alguém poderia dizer:
Ìwà okùnrin náà kò dára
O caráter do homem não é bom.
Ìwà okurin náàá dára
O caráter do homem é bom.
Mas, às vezes, a palavra ìwà pode ser usada para se referir unicamente ao bom caráter.
Obìnrin náàá ní ìwà
A mulher tem bom caráter.
Pode-se dizer também:
1-    Ìwà pèlé (caráter bom, ou manso).
2-    Ìwà búburú /buruku (mau caráter).
Este estudo é sobre Ìwà pèlé, que pode ser traduzido como caráter manso, gentil, ou, em um sentido amplo, bom caráter.
Como mencionado acima, ìwà é tido como um dos muitos objetivos da existência humana para o Yorubá.
Todo indivíduo deve empenhar-se para ter ìwà pèlé, com o objetivo se ser capaz de ter uma boa vida num sistema dominado por muitos poderes sobrenaturais e numa sociedade controlada pela hierarquia nas autoridades.
O homem que possui ìwà pèlé não colidirá com nenhum dos poderes, sejam humanos ou sobrenaturais e, desta forma, viver em completa harmonia com as forcas que governam o universo.
É por isso que o Yoruba tem ìwà pèlé como o mais importante de todos os valores morais e o maior de todos os atributos de qualquer homem.
A essência da prática da religião para o Yoruba consiste, assim, em empenhar-se em cultivar Ìwà pèlè. Isso é o que quer dizer o ditado: 
Ìwà Lèsin
(Ìwà é outro nome para a devoção religiosa)
No corpo literário de Ifá, ìwà é representada por uma mulher. Ogbè Alárá (Ogbe’sá), um dos ómó Odù Ifá diz que Ìwà era uma mulher de máxima beleza com a qual Òrúnmìlá se casou, após ela já ter se separado de diversas outras divindades. Apesar de sua beleza, Ìwà não tinha um bom comportamento.
Ela tinha péssimos hábitos e uma língua incontrolável. Além disso, ela era preguiçosa que sempre fugia de suas responsabilidades. 
Após eles estarem casados há algum tempo, Òrúnmìlá já não podia mais tolerar seus maus costumes. Assim, ele a mandou embora. Porém, quase imediatamente após ela sair de casa, ele se deu conta de que mal poderia viver sem ela. Ele perdeu o respeito de seus vizinhos e foi desprezado por sua comunidade. Além disso, todos os seus devotos o abandonaram e a prática da divinação não gerava mais lucros. Faltava-lhe dinheiro para gastar, roupas para vestir e outros utensílios necessários para que vivesse uma vida boa e nobre.
Cabe esclarecer que na Nigéria o cargo de Babalawo é um oficio.
Òrúnmìlá, então colocou sua roupa de Egúngún e saiu em busca de Ìwà. Ele visitou as casas dos dezesseis mais importantes chefes do culto à Ifá, porém, não encontrou sua esposa. Ele permaneceu do lado de fora da casa de cada um dos chefes e cantou a seguinte canção:
Sabedoria da mente, sacerdote de Ifá da casa de Alárá
Consultou Ifá para Alárá,
Apelidado de Ejì Òsá, (Osá meji)
Descendente daqueles que usam bastões de ferro para fazer trinta gongos.
Grande compreensão, sacerdote de Ifá de Ajerò
Consultou Ifá para Ajerò,
Descendente do homem valente que se recusa completamente a entrar em uma briga.
Onde você viu Ìwà, me diga
Ìwà, Ìwà, é a você que estou buscando.
Se você tem dinheiro,
Mas não tem um bom caráter,
O dinheiro pertence à outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Se alguém tem filhos,
Mas lhe falta bom caráter,
Seus filhos pertencem à outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Se alguém possui uma casa
Mas lhe falta bom caráter,
Sua casa pertence à outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Se alguém tem roupas,
Mas lhe falta bom caráter
Suas roupas pertencem à outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Todas as boas coisas da vida que um homem tiver,
Se lhe falta bom caráter,
Pertence a outra pessoa.
Ìwà, Ìwà, é a você que estamos buscando.
Após uma longa busca, Òrúnmìlá encontrou Ìwà na casa de Olójo que havia desposado ela novamente. Quando chegou à casa de Olójo, ele cantou a mesma cantiga e Olójo veio para o lado de fora para encontrá-lo.
Òrúnmìlá disse a ele que estava em busca de Ìwà, sua esposa, que o havia abandonado. Olójo se recusou a devolvê-la para Òrúnmìlá e uma disputa seguiu-se, na qual Òrúnmìlá atingiu Olójo com a pata de uma cabra com a qual havia feito sacrifício antes de sair de casa.
O impacto jogou Olójo a muitas milhas de distância. Òrúnmìlá, então, pegou sua esposa de volta, em paz. A história sobre ìwà contada acima é importante por diversas razões. Em primeiro lugar, é digna de nota que o símbolo de bom caráter seja uma mulher.
No folclore Yorùbá, a mulher representa os dois lados opostos do envolvimento emocional. As mulheres são símbolo do amor, cuidado, devoção, suavidade e beleza. Ao mesmo tempo é especialmente o poder ajè, símbolo da maldade, do endurecimento, desfaçatez e deslealdade.
Uma vez que ìwà é um atributo que pode ser tanto mau como bom (conforme explicado acima) somente as mulheres, às quais os Yorùbá lhe atribuem tal visão moral estereotipada, podem ser usadas como símbolo de ìwà.
Usando tal símbolo, o que Ifá quer que entendamos é que todo indivíduo deve tomar cuidado com seu caráter como toma conta de sua esposa. Assim como uma esposa pode ser um fardo para seu marido ou vice e versa, um bom caráter não pode ser um fardo para o justo e fiel, porém estes nunca devem se esquivar de sua responsabilidade.
As mulheres podem ser tidas como feiticeiras e mentirosas, porém o Yorùbá sabe que sem elas a sociedade humana não pode sobreviver.
Da mesma forma, o bom caráter pode ser difícil de possuir como atributo, porém se ninguém o tivesse, o mundo seria um lugar muito difícil de viver.
Em segundo lugar, é importante notar também que a própria Ìwà, é uma mulher que lhe falta um bom caráter e que se permitem péssimos hábitos. Isso significa que um homem que aspire ter bom caráter deve estar preparado para suportar aquilo que os Yorùbá chamam de ègbin (coisa suja ou indecente).
O homem que aspire ter bom caráter deve saber que algumas vezes se encontrará em situações desagradáveis, as quais ofenderam seu senso de dignidade e de decência. Ainda assim ele não deve se afastar do caminho do bom caráter sob pena de perder a própria essência e o valor da vida. 
O verso de Ifá citado acima compara ìwà com outras coisas valiosas que o homem também aspira conquistar – dinheiro, filhos, casas e roupas. Ifá posiciona ìwà acima de todas essas coisas de valor. Um homem que possua todas essas coisas, mas, que não tenha ìwà, as perderá rapidamente, provavelmente, para outro que tenha ìwà e que sabia cuidar de tudo isso. Ìwà é, portanto, o mais valioso bem entre tudo aquilo que é valioso no sistema de valores Yorùbá.
Outro verso de Ifá sobre ìwà, citado pelo Sr. Modupe Alade, em sua moradia, noEgbé Ijinlè Yorùbá (Sociedade Cultural Yorùbá), Lagos, em 31 de agosto de 1967 e publicado na revista de cultura Yorùbá, Olókun nº8, de agosto de 1969, se diferencia em alguns detalhes significantes do visto anteriormente. O seguinte é extraído desse poema: 
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa cabaça,
Vamos saudar Ìwà  
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa cabaça,
Vamos saudar Ìwà  
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa pedra,
Vamos saudar Ìwà
Ifá foi consultado para Orunmilá,
Quando nosso pai ia se casar com Ìwà.
Era a primeira vez que Òrúnmìlá se casava com uma mulher,
Ìwà foi com quem ele casou,
Ìwà mesma
Era filha de Sùúrù (paciência).
Quando Òrúnmìlá propôs casamento a Ìwà,
Ela disse que estava de acordo.
Ela disse que se casaria com ele.
Mas que havia uma coisa que ele deveria observar.
Ninguém deveria mandá-la embora de seu lar nupcial.
Mas ela não deveria ser usada de forma descuidada, como alguém usa a água da chuva.
Ninguém deveria puni-la desnecessariamente.
Òrúnmìlá exclamou:
Deus não permita que eu faça tal coisa.
Ele disse que cuidaria dela.
Disse que a trataria com amor,
E que a trataria com gentileza.
Então, ele casou com Ìwà.
Após um longo tempo,
Ele se tornou infeliz com ela.
Então começou a perturbar Ìwà.
Se ela fizesse uma coisa,
Ele reclamava que ela havia feito de forma errada.
Se ela fizesse outra coisa,
Ele também reclamaria.
Quando Ìwà percebeu que aquilo era demais para ela,
Disse:
Tudo bem.
Voltou para a casa de seu pai.
Seu pai era o primogênito de Olódùmarè.
Seu nome era Sùúrù, o pai de Ìwà.
Ela, então, reuniu seus utensílios em uma cabaça,
E partiu para sua casa.
Ela foi para o òrun.
Quando Òrúnmìlá retornou, disse:
Saudações ao povo de dentro de casa.
Saudações ao povo de dentro de casa.
Saudações ao povo de dentro de casa.
Porém Ìwà não apareceu.
Nosso pai então perguntou por Ìwà.
Os outros habitantes da casa disseram que não a viram.
“Onde ela foi? Foi ao mercado? Ela foi a algum lugar?”
Ele perguntou isso durante muito tempo, até que juntou dois búzios com três,
E foi para a casa de um sacerdote de Ifá.
Disseram a ele que ela havia fugido.
Ele foi aconselhado a ir e encontrá-la no lar de Alárá.
Quando ele chegou à casa de Alárá, disse:
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa cabaça,
É Ìwà que buscamos.
Vamos saudar Ìwà.
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa cabaça,
É Ìwà que buscamos.
Vamos saudar Ìwà.
Se pegarmos um objeto de madeira rágbá e batermos com ele numa pedra,
É Ìwà que buscamos.
Vamos saudar Ìwà.
Alárá, você viu Ìwà, diga-me?
É Ìwà que buscamos.
Ìwà?
Alárá disse que não havia visto Ìwà.
Nosso pai foi, então, para a casa de Òràngún, rei da cidade de Ilá
Descendente de um pássaro com muitas penas.
Ele perguntou se Òràngún tinha visto Ìwà.
Mas Òràngún disse que não tinha visto.
Mal havia outros lugares onde procurar.
Após muito tempo,
Ele voltou,
E indagou a seus instrumentos divinatórios.
Ele disse que procurou por Ìwà na casa de Alárá.
Ele a procurou na casa de Ajerò,
Ele a procurou na casa de Óràngún.
Ele a procurou na residência de Ògbérè, sacerdote de Ifá de Olówu,
Ele a procurou na residência de Àséégbá, sacerdote de Ifá de Ègbá.
Ele a procurou na residência de Àtàkúmòsà, sacerdote de Ifá de Ìjèsà.
Ele a procurou na residência de Òsépurútù, sacerdote de Ifá de Rémo
Mas eles disseram que Ìwà tinha ido para o òrun.
Ele disse que iria lá e a traria de volta.
Eles disseram: tudo bem,
Providenciaram para que ele realizasse sacrifício.
Disseram a ele que oferecesse uma rede,
E desse mel a Èsù.
Ele ofereceu o mel em sacrifício a Èsù.
Quando Èsù provou o mel,
Disse:
O que é isso que é tão doce?
Òrúnmìlá, então, entrou em sua roupa de Egúngún,
E foi para o céu.
E começou a cantar novamente.
Èsù fez um jogo de desfaçatez,
E foi para onde Ìwà estava.
Ele disse:
Um homem chegou ao céu,
Se você ouvir sua canção,
Ele diz tais e tais coisas…
É você que ele está procurando…
Ìwà então partiu (de seu esconderijo),
E foi os encontrar no local onde cantavam.
Òrúnmìlá estava em sua roupa Egúngún.
Ele viu Ìwà através da rede da roupa.
Ele a abraçou.
Aqueles que transformam a má sorte em boa, então, abriram a roupa.
Ìwà, porque você se portou de tal maneira?
Deixou-me na Terra e foi embora.
Ìwà disse:
É verdade.
Ela disse que foi por causa da forma que ele a maltratou
Que ela fugiu.
Para que ela tivesse paz em sua mente.
Òrúnmìlá então implorou para, por favor,
Que ela tivesse paciência com ele.
E voltasse com ele.
Mas Ìwà se recusou,
Mas disse:
Tudo bem
Ela ainda podia fazer alguma coisa.
Ela disse:
Você, Òrúnmìlá,
Volte para a Terra
Quando você chegar lá,
Todas as coisas que eu disse para que você não fizesse,
Não tente fazer.
Comporte-se muito bem.
Comporte-se com bom caráter.
Cuide de sua esposa,
E cuide de seus filhos.
De hoje em diante, você não colocará mais os olhos em Ìwà.
Mas eu estarei com você.
Mas, o quer que você faça para mim,
Irá determinar quão ordenada será sua vida.
O verso de Ifá relatado acima confirma o anterior em alguns aspectos. Em ambos Ìwà é uma mulher e foi esposa de Òrúnmìlá.
Além disso, em ambas as histórias, Òrúnmìlá teve que ir procurar por Ìwà depois que ela o deixou.
A canção que Òrúnmìlá cantou em ambos os poemas, enquanto buscava Ìwà é, em certo grau, similar. Apesar disso tudo, os poemas são diferentes.
O segundo poema diz que Ìwà é filha de Sùrùú (paciência) que foi o primogênito de Olódùmarè.
Esse detalhe fundamental falta ao primeiro poema e, portanto é necessário ressaltá-lo e cabe investigação.
O segundo poema liga Ìwà com Paciência e também com o próprio Deus.
O significado disso é que o homem, para obter o bom caráter, deve em primeiro lugar, ter paciência.
É por isso que temos o ditado:
Sùrùú ni baba ìwà (Paciência é o pai do bom caráter).
De todos os atributos que um homem com bom caráter deve ter, paciência é o mais importante se todos porque a pessoa que é paciente terá tempo para meditar sobre as coisas e sempre chegar a justas e honestas conclusões. Devemos, então, ser paciente com as pessoas e aprender a ser tolerantes para podermos ter bom caráter.
Se Òrúnmìlá tivesse aprendido a ser paciente, ele não teria perdido sua esposa Ìwà.
O segundo poema liga Ìwà com Olódùmarè, que, na história, é seu avô.
O significado disso é muito claro.
Significa que Olódùmarè é a personificação do bom caráter.
Ele, então, espera que os seres humanos também tenham bom caráter. É um pecado contra a divina lei de Olódùmarè que qualquer um se desvie do caminho do bom caráter. A pessoa que fizer isso será punida pelas divindades a menos que ofereça sacrifício, o qual mostrará que se arrependeu e restaurará a paz e a harmonia na desgastada relação que seu desvio cria entre a pessoa e as forças sobrenaturais. Isso, então, é a razão pela qual o Yorùbá tem o bom caráter como à essência da religião.
O corpo literário de Ifá pode, então, ser tomado como um conjunto de poemas míticos e históricos que nos oferece, através do uso da analogia, imagens e símbolos, o que se deve fazer no intuito de estarem em paz com Deus, as forças sobrenaturais, nossos vizinhos e em verdade, consigo mesmo.
Todos esses preceitos e advertências podem ser reduzidos a um pensamento:Atenha-se fortemente ao cultivo do bom caráter para que sua vida seja boa.
O conceito Yorùbá de existência transcende o tempo do indivíduo na Terra.
Vai além de sua época e inclui as memórias que o homem deixa após sua morte. Portanto, é fundamental ser um homem de bom caráter para que deixe boas lembranças quando se for.
Em uma sociedade que eleva os mortos a condição de ancestrais e que armazena homenagens a eles em sua arte verbal, a única recompensa durável para o homem de bom caráter reside nos poemas, nas máscaras e nas cerimônias anuais que serão feitas em sua homenagem após morte.
A importância posta, pelos Yorùbá, no princípio de ìwà mostra que as religiões tradicionais africanas são baseadas em profundos valores morais que sustentam as crenças inerentes a essas religiões.
Freqüentemente, ouvimos dos seguidores ignorantes do Cristianismo e do Islã, que as religiões tradicionais africanas não são baseadas em nenhum valor ético.
Nada pode ser mais distante da verdade.
O princípio de ìwà mostra que as religiões Tradicionais africanas estão baseadas em profundas e significativas idéias filosóficas.
Por: Wande Abimbola.