quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Ritual e Ética no Candomblé





O Candomblé opera em um contexto ético no qual a noção judaico-cristã de pecado não faz sentido.
A diferença entre o bem e o mal depende basicamente da relação entre o seguidor e seu deus pessoal, o Orixá.

Não há um sistema de moralidade referido ao bem-estar da coletividade humana, pautando-se o que é certo ou errado na relação entre cada indivíduo e seu Orixá particular. A ênfase do Candomblé está no rito e na iniciação, que, como se viu brevemente, é quase interminável, gradual e secreta.
O culto demanda sacrifício de sangue animal, oferta de alimentos e vários ingredientes.
A carne dos animais abatidos nos sacrifícios votivos é comida pelos membros da comunidade religiosa, enquanto o sangue e certas partes dos animais, como patas e cabeça, órgãos internos e costelas, são oferecidas aos Orixá. Somente iniciados têm acesso a estas cerimônias, conduzidas em espaços privativos denominados quartos-de-santo.

Uma vez que o aprendizado religioso sempre se dá longe dos olhos do público, a religião acaba por se recobrir de uma aura de sombras e mistérios, embora todas as danças, que são o ponto alto das celebrações, ocorram sempre no barracão, que é o espaço aberto ao público. As celebrações de barracão, os toques, consistem numa seqüência de danças, em que, um por um, são honrados todos os Orixá, cada um se manifestando no corpo de seus filhos e filhas, sendo vestidos com roupas de cores específicas, usando nas mãos ferramentas e objetos particulares a cada um deles, expressando-se em gestos e passos que reproduzem simbolicamente cenas de suas biografias míticas. Essa seqüência de música e dança, sempre ao som dos tambores (chamados rum, rumpi e lé) é designada xirè, que em yorubá significa "vamos dançar".
O lado público do candomblé é sempre festivo, bonito, esplendoroso, esteticamente exagerado para os padrões europeus e extrovertido.

Para o grande público, desatento para o difícil lado da iniciação, o Candomblé é visto como um grande palco em que se reproduzem tradições afro-brasileiras igualmente presentes, em menor grau, em outras esferas da cultura, como a música e a escola de samba. Para o não iniciado, dificilmente se concebe que a cerimônia de celebração no Candomblé seja algo mais que um eterno dançar dos deuses africanos.


Rumbê: "O problema é com o Filho ou com o Orixá?

Essa semana eu ouvi uma história sobre o tema, que me deixou espantado, onde um zelador ao se aborrecer com a filha chamou o santo e deu a maior baixa, chegando a colocar o filho virado para fazer afazeres domésticos. Achava que esse tipo de coisa já não acontecia mais, afinal estamos no século 21 né...
Toda casa de santo tem problemas, pois são feitas de pessoas, e onde existe gente, existem conflitos, e toda espécie de problemas podem surgir, o que pode mudar de casa para casa, é a forma que o Zelador (a) lida com eles. Existem pais de mães que resolvem com o próprio filho e outros que chamam o orixá da pessoa para resolver, o que é correto?
Vou expressar a minha opinião, como sempre digo não sou o dono da verdade e nem tenho pretensão de ser, mas acho que o orixá é uma energia muito séria para ser invocada para resolver picuinhas ou malcriações. Com tanta guerra, com tanta gente nos leitos de hospital, com tanta coisa acontecendo, coisas que merecem realmente a atenção de nossos deuses, acho falta de bom senso chama-los para intervir em assuntos banais, a não ser que o tema da discussão seja muito sério, de vida ou morte.
Ouvi certa vez uma frase que levo comigo, que diz assim: “Ory é ory e Orixá é Orixá”, ou seja, mesmo sendo iniciados, temos o Ory, que foi nos dado por Olodumarê, e nele contém o irrevogável “livre arbítrio”, por isso mesmo que o Orixá tenha um plano na sua vida, ele só agirá se você permitir, por isso acho que o zelador deve conversar com o seu filho “acordado” e resolver as situações.
Fica aqui então meu “parecer”, se você tem casa de santo, faça o teste: Monte uma espécie de conselho, você, seu Pai Pequeno, sua Yalaxé, pessoas de sua confiança e toda situação, seja qual for peça a opinião deles, e acima de tudo ouça seu filho, antes de julgá-lo, resolva rapidamente as fofocas e confusões, pois elas podem atrapalhar muito o crescimento de sua casa.
Uma ótima semana e até mais!

importância de Ifá e do Jogo de Búzios.



Nos povo de santo, temos alguns oráculos que nos orientam, todos provenientes de Ifá, contudo o mais comum é o meridilogun, ou o Jogo de Búzios, eu já tratei desse assunto em outro post. E hoje o foco dessa matéria é falar sobre a relação entre nós babalorixás e yalorixás e os Búzios.

A consulta ao jogo é composta na minha opinião de três elemento: a matemática dos Odúsvivência pessoal e o fator X que é a interpretação. Algumas pessoas confundem o jogo com clarovidência, e temos que entender que é muito mais complexo, todos meus filhos quando estão perto de completar 7 anos, eu já começo a treiná-los, e a orientação inicial que lhes dou é a seguinte:

Em primeiro lugar levamos em consideração a matemática, onde cada Odú representa uma “caída”, por exemplo, Odú Ejionilê (8), caso ele caia em uma pergunta sobre trabalho, traz a mensagem que mesmo com todos os problemas, sua luta tem um objetivo. O próximo fator é a vivência pessoal, ou seja, o que aquele zelador (a), acarreta de bagagem sobre odulogia, ebós, sobre candomblé e o que ele entende sobre pessoas, esse para mim é o fator principal, pois sem ele o jogo de búzio, não passa de conchas, quando algumas pessoas me perguntam se qualquer um pode jogar búzios, eu digo não, mesmo que a pessoa receba o direito de jogar, e aprenda as “caídas”, jogar é um dom, ou você nasce com ele ou você ganha do orixá. E por último vamos falar do fator X, que seria a própria intuição, que nos ajuda a ver além dos nossos limites, é saber montar esse quebra cabeça que é o futuro.

Temos que ter em mente que o jogo não diz o que fazer, ele te mostra os caminhos que tens e o resultado de cada caminho. Encarar o jogo de búzios como apenas um jogo de adivinhação, sem levar em conta a matemática e a sequencia de “caídas”, nos leva ao famoso “achismo”. Eu já tive inúmeras provas que o jogo é muito acertivo, desde que sejamos corretos com ele, Ifá é um orixá sábio, e nos cobra uma postura digna e sensata, afinal iremos tratar de vidas, orientar e acima de tudo temos que ter nosso jogo como um amigo, cuidar, respeitar e amá-lo.

Um grande abraço e até a próxima!


Polemica - O Sacrificio de Animais no Candomblé

Bom dia a todos,

Eu havia falado que iria postar sobre o ano 2012, mas antes disso tenho que me posicionar a respeito de um assunto muito importante e que vem gerando muita polemica, que é a respeito do sacrifício de animais, onde estava sendo pauta no programa Super Pop da Rede TV, e eu achei impressionante a apelação que foi feita para defender os direitos dos animais. Pai Guimarães estava tentando defender o ponto de vista do candomblé, porém ele mesmo se isenta dizendo que é de umbanda e que umbanda não faz sacrifício, não o culpo afinal estava sendo bombardeado todo o momento. Isso porque o assunto já foi discutido em Novembro, conforme o video abaixo:

O ponto alto foi quando foram à casa de um suposto zelador e lá encontraram peles de animais, como cabrito, coelho, e um papagaio ainda vivo, que não tinha licença do IBAMA, ele uma pessoa de origem simples, sem instrução que ao se defender, caia em contradição até que a produção do programa chamou a policia para ele...Sinceramente, tanta coisa acontecendo no mundo, um programa de quinta categoria usa o espaço que tem para ir a casa de um pobre coitado alegando que estava defendendo os animais, porque não foram nos matadouros que fazem matança em escala? Por que quem se diz defensor dos animais tem que protestar contra os frigoríficos, contra as avícolas, contra redes como a Sadia, Seara, ou será que os animais de lá são diferentes dos que são abatidos dentro das casas de candomblé? Ficaram horrorizados com as peles de animais esticadas nas paredes, será que elas são diferentes das que foram usadas para confecção de seus calçados e cintos?

Vamos mais longe, nesse natal, os “defensores dos direitos dos animais”, poderiam ir de casa em casa, pregando sua filosofia e impedindo que se coma o tradicional peru de natal. Vou falar algo que para o povo de santo já é bem entendido, mas para quem não é da religião é passado outra ideia, nós do candomblé não sacrificamos animais domésticos e nem silvestres. Eu mesmo fui criado tendo cachorro, gato, passarinho e aprendi o respeito pela natureza. A forma que está sendo tratado esse assunto, não condiz com a realidade.

Eu também não concordo que se mate por matar, que maltrate o animal. Antigamente a carne dos animais sacrificados aos orixás garantia o sustento de toda comunidade, como ainda é em algumas tribos africanas, hoje já não há a necessidade de se matar tanto, e para quem segue serialmente a religião dos orixás, sabe o trabalho que dá, quanto se é cantado, os rituais que são feitos, não é tão simples assim abater um bicho para uma entidade.

Para que possamos defender nossa religião, temos que primeiro tomarmos consciência daquilo que praticamos, e porque praticamos. O argumento da outra parte que quer institucionar o sacrifício de animais como crime é muito forte, pois usa o apelo emocional, por isso não adianta ficar tentando explicar dogmas que só são entendidos pelos praticantes da religião, temos nos informar, correr atrás de nossos deveres e ai sim podemos exigir nossos direitos.

Um grande abraço e até a próxima!


É Coisa Séria! – Fechamento de Candomblés!




É Coisa Séria!, Está estreando no mês de maio, e tem a finalidade de falar sobre assuntos sérios, e o assunto deste mês é o Fechamento dos Candomblés, algo que assusta todos nós adeptos do candomblé.

Para que a policia ou qualquer órgão possa fechar o seu candomblé, na maioria das vezes a justiça se apóia nas leis da Vigilância Sanitária, e por que? Por causa da higiene nas cozinhas das casas de santo e não pela religião, pois vale lembrar que vivemos em um país livre onde estamos assegurados pela constituição. Sei que muitas vezes não podemos se enquadrar nas normas da Vigilância Sanitária, e para entender tudo isso vamos falar sobre algumas questões que ainda povoam o pensamento popular.

Por que são feitos sacrifícios de animais?
O Candomblé tem a seguinte filosofia, tudo que é tirado da natureza deve ser para nutrir as necessidades do povo, tudo é aproveitado, apenas os chamados axés, que são partes vitais, são entregues ao orixá, seguindo o pensamento, que devemos dar a nossos deuses as melhores partes e outro ponto importante é que tudo que tiramos de Onilé (Senhora da Terra)deve ser primeiro rezado, pois devemos pedir permissão para ser tirado, isso não é só apenas para animais, isso também é aplicado nas ervas e demais elementos. Hoje a consciência mudou, não é necessário tirar tanto da natureza, então as chamadas “matanças em alta escala”, estão desaparecendo e se usando apenas aquilo que é imprescindível para os nossos rituais.

O que podemos fazer para não ser atuado na lei da vigilância Sanitária?
O indicado é ter o certificado da Vigilância Sanitáriamas se caso você não tenha estrutura para isso, algumas coisas podem ser feitas, para prevenir:

- Manter sempre a higiene do lugar.
- O uso de toca e avental plásticos, sempre limpos.
- Balcão e tabuas de madeira, não devem ser usadas, pois são materiais de fácil infecção.
- Os animais usados devem ter uma boa procedência.
- Usar produtos ou contratar uma empresa que combata a pragas, como os tão populares ratos tão comuns em áreas metropolitanas.

Quem procurar para saber mais?
Entre no site da ANVISA, portal.anvisa.gov.br/

É importante conhecermos nossos direitos, mas para exigi-los, temos que estarmos cientes de nossas responsabilidades, muitas pessoas falam que seus terreiros foram fechados, e que isso é intolerância, sim pode até ser, denúncias feitas por pessoas que são contra nossa religião, mas também não adianta só falar, temos que agir e lutar de verdade!.

Informativos .....

Olá meus queridos e queridas ... Quanto tempo ......


Segue alguns informativos:





quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Nação Jurema Nagô

A Nação Jurema Nagô é um culto híbrido, nascido dos contatos ocorridos entre 

as espiritualidades indígena, européia e africana, contatos esses que se deram
em solo brasileiro, a partir do século XVI, com o advento da colonização.
Consistindo na miscigenação dos cultos, a nação é sustentada por 3 pilares: o
candomblé Nagô Egbá, a Jurema Encantada e Catimbó, e o que tudo isso engloba em
suas raízes.

Entendendo a origem

Essa nação, embora concentrada na região do nordeste brasileiro e pouco
difundida para outras regiões, tem sua origem a mais de 500 anos na própria
história do Brasil. Antes do Brasil ser descoberto já existia os cultos e ritos
indígenas, conhecido como Encantaria que por sua vez é baseada na junção dos
rituais existentes no Brasil (antes da colonização) como xamismo, pajelança,
entre outros cultos indígenas. Seu culto era voltado para a terra (flora e
fauna) e os encantados que aqui habitavam, tendo como figura sacerdotal os pajés
e xamãs.
Após o período de catequização dos índios sofremos a primeira miscigenação
étnica religiosa no culto brasileiro (a Encantaria), tendo misturado muitos
valores do catolicismo. Com o passar da história tivemos todo o processo de
colonização e o regime escravagista, trazendo para nossa terra os escravos, os
negros da África. Junto com os primeiros escravos (povo Bantu), os iorubanos (o povo Nagô da região do Daomé
principalmente??), vieram seus costumes, cultura, suas tradições e
religiosidade, que apesar de não serem aceitas eram praticadas em sigilo,
sincreticamente.
Em paralelo o Brasil recebia os europeus, que vinham explorar nossa terra e
também contribuir para a miscigenação étnica religiosa do Brasil.  Com os
europeus vieram suas práticas religiosas como catolicismo e práticas de magia
(principalmente a portuguesa e italiana).
Obs.: Nesse atual cenário conseguimos perceber que temos a Encantaria
miscigenada com os valores católicos, e o culto afro miscigenado também com os
valores católicos.
Com o passar do século, por volta do século XVII, surgiu o Catimbó
consistindo na fusão das práticas nativas com as práticas religiosas europeias.
(Atualmente o Catimbó é muito praticado em todo Brasil, principalmente no
nordeste brasileiro).
O regime escravagista continuou ganhando força e os negros africanos
continuaram a desembarcar no Brasil. Os negros vinham de várias partes da África
nesse período, especificamente o povo Nagô (compreendendo, religiosamente, as
nações: Nagô Egbá, Ketu, etc), desembarcando especialmente na região de
pernambuco e no nordeste brasileiro.
A resistência negra á escravidão aumentava a cada dia, fazendo com que os
negros fugissem das senzalas para os quilombos que foram criados para refugiar
os negros, sendo secretos e de difícil acesso. Para chegar aos quilombos os
negros tinham que percorrer grandes caminhos e por inúmeras vezes, antes de
chegar aos quilombos, eram abrigados nas casas dos habitantes vizinhos que eram
favoráveis a causa dos negros, inclusive, ficando até por longo período de
tempo. Muitos dos abrigadores dos negros eram catimbozeiros, que ao abrigar o
negro abrigava também toda sua cultura e costume, assim como o negro absorvia as
práticas do catimbó. Com o passar dos anos essa troca de experiências acabou por
miscigenar o catimbó com o culto aos orixás da nação Nagô Egbá, constituindo uma
nova religião/nação conhecida como Catimbó-Jurema ou Jurema Nagô. Um culto
híbrido, nascido dos contatos ocorridos entre as espiritualidades de origem
indígena, européia e africana.
Com certeza é uma das religiões mais brasileiras que existe, pois assim como
a construção do Brasil a Jurema Nagô é baseada na miscigenação de vários cultos,
religiões, costumes, etnias, etc. A mistura e a evolução é a base da Nação
Jurema Nagô que hoje também, de alguma forma, é composta pela Umbanda,
Kardecismo, entre outros.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Asà Òsányìn ou Sasányìn (Cânticos de Folha)

Sasányìn, é um ritual onde se cantam Ófòs (rezas de magia) para Òsányìn com a intenção de detonar o asé contido nas folhas e esse ritual pode ser cantado em vários momentos do culto à òrìsà. 

Esse ritual tem sequência, e cada folha têm seu Ófò cantado e relacionado aos òrìsàs correspondentes. Um Ófò muito usado é o Àsà o erú ajé (que quer dizer: assim seja, o escravo vai funcionar). Pode-se observar, às vezes, que nem todas as espécies de folhas cantadas se encontram presentes no momento do ritual. Porém, o fato de louvá-las faz com que as suas substitutas exerçam o mesmo papel.
Este ritual geralmente é restrito aos membros da casa de asé e constitui um dos mais tocantes e belos espetáculos da comunidade, momento também para transmissão do saber e quando se vai introjetando, tanto a musicalidade, como o conhecimento a respeito das "folhas".
As folha tem características pela sua força de essência. Veja algumas folhas que são cantadas:
- Relacionadas a Calma (èrò): Ìrokò, òdundún
Èèrò ìrokò
Ìrokò ìso
Èrò ìrokò ìso èrò 


Calma é de Ìrokò
Ìrokò não falha
Calma é de Ìrokò, calma não falha
- Relacionadas a Agitação (gún): Pèrègún, Tètèrègún
Pèrègún alára gígún o
Pèrègún alára gígún o
Oba kò ní jé o roró okán
Pèrègún alára gígún o
Pèrègún gbà agbára tuntun


Pèrègún tem o corpo excitado
Pèrègún tem o corpo excitado
Rei não deixa ter problemas de coração
Pèrègún tem o corpo excitado
Pèrègún dá nova força
- Relacionada a Terra (ewé ilè ou ewé igbó): Ata
Ata kò ro jù ewé o
A l´lé kò ro jì igbó òògùn
Ata kò ro jù ewé o
A l´lé kò ro jì igbó òògùn 


Pimenta não é mais forte que a folha
Vento não é mais forte que a floresta de remédios
Pimenta não é mais forte que a folha
Vento não é mais forte que a floresta de remédios 
- Relacionada a Água (ewé omi): Òsíbàtà, Ójuóró
Òsíbàtà t´òké omi
Òsíbàtà t´òké odò
Òsíbàtà t´òké omi
Òsíbàtà t´òké odò
Awolé nìdì òpè
Òsíbàtà t´òké omi
Òsíbàtà t´òké òdàn
Òsíbàtà t´òké omi
Ójuóró nii Lóke omi
Ójuóró nii Lóke omi
Awolé nìdì òpè
Òsíbàtà nii Lóke odò
Ójuóró nii Lóke omi
Ójuóró nii Lóke omi

Òsíbàtà fica sobre as águas
Òsíbàtà fica sobre o rio
Òsíbàtà fica sobre as águas
Òsíbàtà fica sobre o rio
Sempre juntas estão
Òsíbàtà fica sobre as águas
Òsíbàtà fica sobre o brilho
Òsíbàtà fica sobre as águas
Ójuóró sobre a água
Ójuóró sobre a água
Sempre juntas estão
Òsíbàtà fica sobre o rio
Ójuóró sobre a água
Ójuóró sobre a água
- Relacionada ao Fogo (ewé inón): Igbá Ààjà (Ààjà também é denominação dada a Àrònì, companheiro de Òsányìn)
Ààjà wu na gbúrúrú
Ààjà wu na gbúrúrú 

Ààjà wu na wu inón 

Ààjà abre caminho estreito
Ààjà abre caminho estreito
Ààjà de fogo
- Relacionada ao Ar: Ewé Mésàn (pára-raio, folha de Oya normalmente usada na entrada de locais destinados ao culto aos antepassados)
- Relacionada as Árvores (Igi):
E ìrokò ìí korò o
O igi eiye ti t´èmi
O igi eiye kò gbò jò
A ìrokò akin dègùn
E a ìrokò ìí roko o
A e igi eiye ti t´èmi
O igi eiye ìrokò
A ìrokò akin dègùn
Ye a ìrokò ìí roko o
A ye igi eye ti t´èmi
O igi eiye ko gbo jo
A ìrokò akin dègùn
akin dègùn, akin dègùn
A ìrokò akin dègùn
Ìrokò não semeado
Árvore de pássaro meu
Árvore de pássaro não recebeu chuva
Ah! Ìrokò poderoso refúgio
Ìrokò não semeado
Árvore de pássaro meu
Oh! Árvore de pássaro Ìrokò
Ah! Ìrokò poderoso refúgio
Sim, Ìrokò não semeado
Ah! Sim, árvore de pássaro meu
Árvore de pássaro não recebeu chuva
Ah! Ìrokò poderoso refúgio
poderoso refúgio, poderoso refúgio
Ah! Ìrokò poderoso refúgio
- Relacionada aos Arbustos e espécies rasteiras (kékéré):
E omodé kékéré ènyin
ènyin nsé idi n´kan nlá
ènyin nsé idi n´kan nlá
K´àwa fún nwon láse o
Àwa nsé idi n´kan nlá
E omodé kékéré ènyin
Àwa nsé idi n´kan nlá
K´àwa fún nwon láse o
Àwa nsé idi n´kan nlá 

E! crianças pequenas, vocês
Vocês estão fazendo coisa grande
Vocês estão fazendo coisa grande
Nós damos asé a vocês
Nós fazemos coisa grande
E! crianças pequenas, vocês
Nós fazemos coisa grande
Nós damos asé a vocês
Nós fazemos coisa grande

- Relacionada a Parasitas e Plantas aéreas (Àfòmón):
Àwa kòso káàbò l´esí
Àwa kòso káàbò l´esí
Àfòmó ti bèèrè, awa kòso káàbò l´esí Agè
Àwa kò s´àgò la so, àwa kò s´àgò la so
Kùkùté ti bí kan, àwa ka s´àgò la so Agè
Àwa kò s´àgàn olómo
Àwa kò s´àgàn olómo
Àfòmó ti bi kan, àwa kò s´àgàn olómo Agè
Nós não dissemos bem vindo ano passado
Nós não dissemos bem vindo ano passado
àfòmó perguntou se não dissemos bem vindo ano passado a Agué
Não pedimos licença é o que dissemos
O toco brotou, nós contamos que pedimos licença,
É o que dissemos a Agué
Não seremos estéreis
Não seremos estéreis
Àfòmó nasceu um, não seremos estéreis Agué
- A relação do Pássaro com Òsányìn, sendo este seu mensageiro e veículo de poder, pode ser percebida, além de estar presente na representação deste òrìsà (nos assentamentos) na cantiga:
Òpeèré Òsányìn ìn s´ibú
Kúrú ìde akàkà
Òpeèré Òsányìn ìn s´ibú Bàbá
Kúrú ìde akàkà 


Òpeèré de Òsányìn voa profundo
O pequenino não muda a natureza
Òpeèré de Òsányìn voa profundo, Pai
O pequenino não muda a natureza
- Esta é uma pequena explanação sobre este ritual tão rico em detalhes. Mas o que não podemos deixar de observar é a importãncias que as folhas desempenham no culto aos Òrìsàs.
Para finalizar cantemos:
Ewé njé
Oògùn njé
Oògùn tikò jé
Ewé rè ní kò pè


As folhas funcionam
Os remédios funcionam
Remédios que não funcionam
É que tem folhas faltando.