quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ose Dudu - Sabão Preto Africano



Por volta do início do século XVI (1501), navegadores ibéros, senhores dos 7 mares, passaram a designar toda a Costa Atlântica africana e seu interior imediato como COSTA e o que dali procedesse como DA COSTA. Segundo relatos da época, de Cronistas e Viajantes portugueses, o SABÃO DA COSTA era importado pelo Brasil desde pouco depois de 1620. Era o preferido dos escravos e libertos. Ele era oriundo de uma área entre Gana e Camarões, e principalmente da Nigéria, da República do Benim e do Togo. Há praticamente 400 anos, garantem relatos de Cronistas e Viajantes da época.

Porque SABÃO DA COSTA ?

Porque é antigo. A palavra SABONETE é incorporada ao português somente na virada para o século 19 quando no Brasil “tudo” era "francês" e o "SAVONETE" dos franceses é aportuguesado. Antes disso era SABÃO mesmo. Mesmo os franceses continuam dizendo SAVON, os espanhóis dizem JABÓN (RABÓN) e os ingleses SOAP (SÔLP) e, portanto não deveria haver esse tipo de 'distinção'.

O SABÃO DA COSTA mantém o nome SABÃO por uma questão de tradição.

O SABÃO DA COSTA é um sabão sólido, de cor pardo-escuro tendendo a preta,
feito com ervas medicinais, e além de ser usado prá descarrego promove uma profunda limpeza corporal sempre que usado normalmente durante o banho, combate a caspa, cravos, espinhas, manchas escuras, coceiras e fungos do couro cabeludo além de controlar o mau cheiro produzido pelo suor.

Ose dudu é o nome dado pelos africanos ao sabão da costa.

Ao contrário dos sabões comerciais, que são feitos de produtos químicos sintéticos, o ose dudu é muito hidratante para a pele.
A receita básica é secular, das antigas tradições, tendo sido transmitida ao longo de gerações.
É feito de forma artesanal, não sendo encontrado em farmácias, somente em lojas específicas de produtos africanos, normalmente na forma bruta.
O Sabão preto é conhecido na África Ocidental por vários nomes, mas o mais comum é Ose Dudu, que é derivado do Anago ou línguas yorubá da Nigéria, Benin e Togo. Significando, literalmente, sabão (ose) Preto (Dudu).
Embora conhecido como “negro”, o sabão preto Africano varia de um marrom claro ao preto profundo, dependendo dos ingredientes e modo de preparação.
As cascas, folhas e vagens do cacau também são utilizadas para dar a cor característica.
O óleo usado para fazer o sabão varia de região para região, e inclui óleo de palma, óleo de palmaste, manteiga de cacau e manteiga de karité. Qualquer combinação destes ingredientes é possível, e é determinado como base. Além disso, o cloreto de potássio, que é usado para fazer sabão preto africano, pode ser derivado a partir das cinzas de várias fontes vegetais, incluindo frutos do cacau, cascas de karité, folhas de bananeira e os subprodutos da produção de manteiga de karité.
O cloreto de potássio utilizado provém das cinzas de folhas de bananeira, resíduos de manteiga de karité e da casca de uma árvore local chamada Agow.
A casca é colhida de forma a não prejudicar a árvore.
O processo de elaboração do sabão é altamente sofisticado e exige a agitação das mãos, por pelo menos um dia inteiro, e um estágio de maturação (cura), por duas semanas.
O sabão pode ser processado por fusão, em fogo direto, com uma pequena quantidade de água. Durante esta fase de fusão, a textura do sabão se torna mais suave e há uma mudança de cor para um marrom chocolate.
O sabão derretido é então prensado em blocos, que podem ser cortados em barras para facilidade de uso.

O sabão preto é comumente feito pelas mãos de mulheres das aldeias africanas, que fazem o sabão para si e para sustentar suas famílias.
As mesmas mulheres que fazem sabão preto optam por usar apenas sabão preto em seus bebês, pois a pureza do sabão faz com que não resseque a pele. Na verdade, o sabão preto é geralmente o único sabão utilizado na maioria dos países do oeste Africano. É uma fonte natural de vitaminas A, e ferro, ajudando a fortalecer a pele e cabelo.
Por séculos, os ganenses e nigerianos têm usado sabão preto para ajudar a aliviar a oleosidade da pele, a psoríase, a acne, as manchas claras e vários outros problemas de pele.
As mulheres africanas usam-no durante a gravidez, para mantê-las sem estrias.
Sua utilização dentro do Culto Tradicional Yorubá:
Banhos de limpeza espiritual, Afoxé (encantamento usado em um chifre), bem como no preparo de outras Oògùn (medicina/remédio/magia).
As magias serão preparadas da seguinte forma:
Através de uma consulta a Ifá, o Sacerdote irá identificar as causas do transtorno, e sobre ela irá intervir com tratamentos que irão atuar a nível espiritual e/ou biológico.
Após identificar quais elementos utilizar, como: ervas e/ou plantas específicas; cascas, rezina ou favas de árvores; Minerais; Fósseis, Pele e Sangue de animais; entre outros… Ele irá misturá-los a massa base do sabão e fará, então, um encantamento, utilizando palavras mágicas que darão poder ao sabão (Ofó), transformando-o assim num elemento mítico, com poderes de cura.

- REZA PARA USO DO SABÃO DA COSTA AFRICANO


BI OWAWA KO BA
RIGI GUN KO LE GBO
GBOGBO IRE OWAWA NI
KI O KO FUN (FALAR SEU NOME TODO)
IRE OWO IRE ALAFIA NI KO O KO WA
FUN (FALAR SEU NOME TODO) SE NI KI WON MA
YO MO NI BI WON SÊ NYO MO OMO TUN TUN ASE

Nenhum comentário:

Postar um comentário