sábado, 4 de fevereiro de 2012

Estórias e lendas urbanas sobre a homossexualidade dentro do Candomblé

 por Dayane
Muito se é dito e contado em forma de “ouvi dizer” sobre os orixás e sua relação com seus filhos. Infelizmente essas estórias buscam dar uma justificativa divina para atos que são de escolhas completamente nossas e terrenas.
Acredito que usar do orixá pra justificar uma escolha ou um ato seja ainda falta de coragem para mostrar quem se é verdadeiramente e um subterfúgio de quem ainda vive sob o julgamento e opiniões negativas dos outros.
Nós da equipe do blog apoiamos tanto a liberdade de escolha e de formas de viver a vida, quanto apoiamos a defesa da nossa religião, sobretudo, dos nossos orixás pelos quais passamos anos de nossas vidas tentando seguir suas liturgias e seus preceitos afim de estarmos cada vez mais próximos de suas divinas essências.
Equipe do blog Candomblé: O mundo dos orixás
Existem algumas lendas e podemos chamar também de brincadeira de mau gosto, referente a alguns òrìsás.
Logun Edé é um òrìsá por diversas vezes descritos por nós, como uma divindade masculina, guerreiro, herbalista, caçador e etc.
Não cabe em nosso entendimento pessoas serem manipuladas ou envolvidas em comentários jocosos sobre esta deidade. Logun nunca manifestou em seus filhos qualquer tipo de facilitação para homossexualidade de qualquer sexo. Queremos deixar bem claro e expressamos nossa repudia a qualquer ato homo fóbico, devemos nos ater a energia deste maravilhoso òrìsá, que tem seus encantos e fundamentos muito pouco difundidos. Creio que a inveja e o egoísmo levam algumas pessoas a tentarem manipular as mentes destes filhos diletos de Logun. Òrúnmìlá não nos permite tripudiar de nossos semelhantes, não devemos induzir pessoas a erros, não devemos enganar, não devemos mentir, as 16 Leis de Ifá são claras.
São pessoas que passam anos de sua vida pensando que não podem ter filhos porque são de Iansã, pessoas pensam que não tem sorte no amor por causa de seu òrìsá e tudo isto é uma grande trapalhada que as lendas urbanas vão levando em sua maré de mentiras e enganação.
Mesmo os mais velhos que foram levados por este engodo, ludibriados em sua boa fé e acabaram passando este ensinamento como se fosse um awo (segredo) do òrìsá.
Não há dentro do culto de òrìsá, qualquer contato físico obsceno, as casas mais pudicas em sua maioria colocam Ekeji para dar banhos em mulheres e Ogans para dar banho em homens. Primamos pela boa convivência social, os bons costumes, ao absoluto respeito ao corpo físico de qualquer iniciado ou não, senhoras, senhores, adolescentes, crianças e independente de sua sexualidade têm o mesmo respeito e tratamento.
Não há espaço para promiscuidade ou qualquer tipo de indução a convívio libidinoso, se você receber qualquer tipo de insinuação a este respeito, você tem a obrigação de chamar a autoridade pública e denunciar, nunca em qualquer vertente do culto de deidades chamadas òrìsá, vodun ou nkise se faz tal apelo ou indução. Nunca se permitam serem induzidos a este tipo de provocação. Não aceitem este argumento de que filhos de Logun, Òsúnmarè e outros òrìsás transformam seus filhos, obrigatoriamente, em Gays, Lesbicas ou Bi-sexuais. A escolha por exercer sua sexualidade é sua, apenas a você ela interessa e sua individualidade tem que ser respeitada como um direito constitucional.

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