segunda-feira, 4 de junho de 2012

Beleza Negra


Negra Bonita



Negra bonita, perco-me em vaidade
Quando te vejo, porque és sempre linda
Vestindo o luto de uma noite infinda
A que teus olhos, trazem claridade!

Sabes que és linda, minha negra linda
Nesse teu riso de perversidade
Mas quantos, quantos a sofrer ainda
A sede imensa dessa crueldade!

Negra bonita, filha do desdém!
Vão-se queimando num ardor em fogo
Todos aqueles que te querem bem!

Ai linda negra, meu prazer em dor!
Tantos pecados no teu corpo em jogo!
Tantas virtudes, na tua alma em flor!...

(Soneto da poetisa angolana Maria Joana Couto, em janeiro de 1954.)

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